MotoGP, Países Baixos: Esperanças renovadas para Miguel Oliveira

Por a 25 Junho 2022 21:05

O piloto almadense definiu o Treino Livre 4 por estas palavras: “Uma boa sessão. Alterámos a moto para nos ajudar a ter um pouco mais de direcção, e resultou bastante bem.” O português tem sido o ‘trabalhador incansável’ do paddock desde sexta-feira passada, a moto evoluiu de facto e as duas KTM estão após a qualificação, no Top 10 da grelha de partida para a corrida de amanhã em Assen.

Ricardo Ferreira

Miguel Oliveira pode esquecer os ‘agoirentos’ da tormenta e ter justificadas razões para sorrir de novo, num circuito onde ainda há um ano ficou muito perto do pódio. tendo sido então quinto classificado no lendário Assen. Acresce a isso as melhorias agora visiveis na sua RC16.

Na sexta-feira, manhã cedo o Miguel deu o mote para voos mais altos, alcançando o sexto melhor tempo no primeiro treino livre e mostrando os primeiros sinais de que alguma coisa estava melhor na máquina austríaca. À sua frente estavam os ‘do costume’, Miller, Mir, Pol e Aleix Espargaró, Alex Marquez, com Oliveira a voar acima das estrelas, Bagnaia, Quartararo e Cª. A novidade dessa sexta-feira em Assen era mesmo Miguel Oliveira, mais veloz e com uma moto que parecia ter renascido… deixando para trás tempos conturbados.

E chega sábado com nuvens no céu, uma pista finalmente seca, muito diferente da imprevisibilidade do clima do dia anterior. Nas boxes da Red Bull KTM, trabalhou-se afanosamente na máquinas, mas apesar disso Brad Binder e Miguel Oliveira ficaram-se pelos 14º e 15º tempos, o que levou os descrentes a desconfiar que a ‘malapata’ das máquinas austríaca estava para pregar a partida ao nosso luso… Nada mais enganoso!

À tarde no Q1, Binder e Oliveira entraram nas únicas duas vagas de acesso ao final da qualificação. O sul-africano foi o mais rápido da sessão, Oliveira foi segundo, a escassos 0,65 milésimos de Binder. A KTM voltava ao topo graças a este dois pilotos que desde há muito vestem a mesma farda. Mir e Bastianini tinham ficado pelo caminho… Binder, mas sobretudo o Miguel, tinha razões para de novo sorrir para a máquina laranja… e as suas palavras refletriam esse estado de alma: “Temos um bom ritmo e velocidade com o pneu traseiro duro. Senti que tínhamos muito potencial no Q1 e chegámos ao Q2, que era super-rápido. Só me restava um pneu, por isso guardei-o para a última volta rápida, mas havia bandeiras amarelas e fui vítima disso, mas estávamos suficientemente rápidos para chegar ao oitavo lugar”, afirmou o português que inverteu as posições com o colega de equipa, assumindo o oitavo lugar com que amanhã partirá para a décima primeira corrida da temporada. Binder fechou a classificação dos dez primeiros, e a pergunta que tenho na mente é esta: o que pensará Pit Beirer neste momento?… semanas depois de conviver o Miguel Oliveira a regressar à Tech3.

Acresce a isto que a caminhada do Miguel tem sido longa e espinhosa. O oitavo lugar pode parecer pouco para alguns, mas é muito face aos últimos acontecimentos: três nonos lugares consecutivos desde o Mugello à Alemanha; muito pouco para uma moto que parecia ter o acelerador preso e cujas perfomances entraram em declínio desde o regresso do MotoGP ao Velho Continente. De qualquer forma, esses três nonos lugares foram e são a prova de uma consistência de que o ‘nosso piloto’ de 27 anos do Pragal tem potencial fortíssimo e está pronto para de novo para atacar os voos mais altos onde já andou nas classes mundialista do Moto3, Moto2 e até do MotoGP… dos tempos da Estrella Galicia, Mahindra, às Tech3 e Red Bull KTM. No seu espírito não está a vontade de andar para trás, regressar à Tech3 e manter-se numa vida feita de incertezas. E faz muito bem, porque o que ele precisa neste momento, é de certezas e não aventuras!

Por tudo isto, não vamos excluir do campo das hipóteses, um lugar de pódio nos Países Baixos, ou mesmo um Top 5 como o fez há presicamente um ano no lendário Assen. “Penso que amanhã pode ser uma corrida realmente interessante, acredito que podemos estar numa boa posição para atacar do início ao fim”, afirmou esta tarde.

Vamos todos então torcer no domingo pelo nosso ‘trabalhador incansável’ que merece o devido prémio e a atenção dos portugueses – pondo fora da equação os muitos rumores que têm sido lançados sobre o seu futuro. Isso não importa agora.

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Ricardo Ferreira
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JPS
JPS
2 anos atrás

Realmente é um pouco surpreendente que a KTM do Miguel tenha começado a funcionar com ele, numa altura decisiva para o futuro, quer dele quer da própria KTM.
Será que finalmente lhe estão a dar a moto que ele queria ?… e com isso ele também está mais “motivado” ?…
O facto dele ter dito que a KTM continuava a ser uma opção para ele, deixou-me um pouco curioso “do como ?”
Ele já tinha dito que não voltava à Tech3, e os lugares de fábrica estão ocupados.
A Suzuki vai abandonar o motogp no fim da época, portanto vai deixar um lugar vago para uma nova equipa.
Não me parece que seja uma equipa de fábrica (leva muito tempo a desenvolver uma máquina de motogp).
Será que a KTM vai ter uma segunda equipa cliente/satélite ?
E para isso está a contar com o Miguel ?
Será que vai querer segurá-lo assim ?
Uma coisa é certa: a KTM já percebeu a “borrada” que fez ao afastar o Miguel Oliveira.
Não me parece que já fosse uma ideia anterior, porque queriam lhe dar um lugar na Tech3, portanto não estava nos horizontes deles (acho eu… posso estar enganado).
As coisas estão em “ebulição” com a saída da Suzuki, isso é certo.
O Miguel com certeza que sabe o que está a fazer (ele é uma pessoa inteligente) e vai escolher o que é melhor para ele.
Força Miguel.

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