MotoGP, Os detalhes do último dia de testes em Sepang, equipa a equipa
Luca Marini foi o piloto mais rápido dos testes de pré-temporada de MotoGP em Sepang, Malásia, com o italiano a fazer a segunda volta mais rápida de sempre no circuito malaio, batendo o campeão Francesco Bagnaia por 80 milésimos. Numa sessão em que apenas Miguel Oliveira e Fabio Quartararo não melhoraram o tempo que traziam dos dias anteriores, há que destacar também as inovações tecnológicas das equipas.
Começando pela Ducati, Francesco Bagnaia tinha a nova aerodinâmica em ambas as motos, mas tinha as condutas em vez das carenagens que promoviam efeito de solo. Por seu lado, Enea Bastianini também tinha a nova aerodinâmica em ambas as motos, mas uma com as condutas e outra com as carenagens. A ‘Besta’ terminou no quarto lugar da geral e disse no final do dia que ainda só tinham alcançado 70 a 75% do potencial. Davide Tardozzi também estava satisfeito, mas o team manager disse que os detalhes da moto só serão conhecidos em Portimão. Também disse que Bagnaia referiu que havia pontos a favor da moto de 2023, mas havia “um ponto fraco” em comparação com a GP22. Na Pramac, Jorge Martín enfatizou o passo em frente com o motor de 2023, terminando em quinto. Johann Zarco também testou as carenagens de efeito de solo, terminando os testes em 16.º. Luca Marini foi o mais rápido dos testes, com a VR46 a desfrutar de dois dos três dias como a moto mais rápida, depois de Marco Bezzecchi ter terminado o primeiro dia na frente. Bezzecchi foi oitavo no domingo, apenas a 19 milésimos de Fabio Di Giannantonio (Gresini), que tem outra GP22. Álex Márquez terminou a apenas 22 milésimos de Bezzecchi.
Passando para a Aprilia, ambos os pilotos da equipa de fábrica tinham pacotes aerodinâmicos de 2023 no último dia e ambas as motos nas respetivas garagens eram motos de 2023. Tudo indica que a Aprilia deu um passo em frente com o seu pacote, com ambos os pilotos a melhorarem os tempos antes da hora de almoço. Maverick Viñales foi o que fez mais voltas dos dois, efetuando 56 voltas e terminando em terceiro com 1:58.036, apenas batido por Marini e Bagnaia. Aleix Espargaró fez 32 voltas e terminou em sexto, a quatro décimos do topo, mas ficou satisfeito com o teste. Na RNF, Raúl Fernández chegou a subir ao sétimo lugar da geral, mas terminou em 11.º com as melhorias de outros. O seu 1:58.710 foi mais do que um segundo mais rápido do que o seu tempo de qualificação no GP da Malásia de 2022, enquanto Miguel Oliveira terminou no 15.º lugar da geral, não tendo melhorado o tempo de ontem (1:58.839). O português disse que esperava mais de si próprio, falhando no time attack, mas que o teste no geral correu bem.
Do lado da Honda, Marc Márquez melhorou o seu tempo antes da hora de almoço, instalando-se dentro do top-10. Depois de ter quatro motos na sua garagem nos primeiros dois dias, havia apenas três hoje – uma delas coberta. As duas motos em que Márquez rodou foram as motos de desenvolvimento de 2023, ambas com um chassis diferente, embora pareçam semelhantes. A moto experimental que tem sido discutida não apareceu no terceiro dia. O número 93 terminou em décimo na tabela de tempos, completando 55 voltas no último dia. Márquez terminou a 777 milésimos de Marini, com o colega de equipa Joan Mir em 12.º, a pouco mais de um décimo de Márquez. Mir fez 45 voltas enquanto continua a adaptar-se à RC213V. Alberto Puig comentou que a Honda “claramente” não está onde quer, falando também da condição física positiva de Márquez e elogiando o progresso de Mir, com o piloto satisfeito por se sentir melhor na moto. Na LCR, o melhor tempo de Álex Rins foi 1:58.932, que o coloca em 19.º, com Takaaki Nakagami a 1.6 segundos do primeiro lugar em 21.º.
Na GASGAS, Pol Espargaró terminou no 13.º lugar da geral, milésimos de segundo à frente de Brad Binder. O rookie Augusto Fernández pareceu estar a testar um novo chassis, bem como algumas outras partes.
A KTM teve Binder a testar o update aerodinâmico que foi visto no shakedown. O sul-africano terminou em 14.º, a 15 milésimos de Pol Espargaró, depois de meia centena de voltas. Já do lado de Jack Miller, ambas as motos pareceram as mesmas dos dias anteriores, com a atualização aerodinâmica de Valência. O australiano foi 18.º após 54 voltas, com uma queda na curva 1, que não provocou lesões.
Por fim, a Yamaha não apresentou grandes novidades em relação aos dois primeiros dias. Franco Morbidelli foi visto a testar uma versão maior do novo pacote aerodinâmico da Yamaha, em relação ao que Fabio Quartararo testou em Valência, mas Quartararo não a experimentou em Sepang. Embora os tempos não sejam animadores para a Yamaha, Maio Meregalli confirmou que Quartararo e Morbidelli concordam no motor que é melhor para eles. A chuva fez com que a Yamaha não conseguisse avaliar todos os itens, esperando-se alguma atividade em Portimão. No que toca aos tempos, Quartararo foi 17.º e Morbidelli 20.º. Quartararo disse que o ritmo da moto era um “desastre” com novos pneus, com um “reset completo” a ser necessário nessa área em Portimão.
Terminados os testes de Sepang, os pilotos voltam a testar em março, em Portimão, nos dias 11 e 12.
Top-10 combinado:
- Luca Marini (VR46) – 1:57.889 minutos
- Francesco Bagnaia (Ducati) – 1:57.969
- Maverick Viñales (Aprilia) – 1:58.036
- Enea Bastianini (Ducati) – 1:58.149
- Jorge Martín (Pramac) – 1:58.204
- Aleix Espargaró (Aprilia) – 1:58.307
- Fabio Di Giannantonio (Gresini) – 1:58.344
- Marco Bezzecchi (VR46) – 1:58.363
- Álex Márquez (Gresini) – 1:58.385
- Marc Márquez (Honda) – 1:58.666