MotoGP, O que esperar dos testes de Sepang após o shakedown?

Após algumas equipas já terem apresentado as motos com que vão disputar a nova temporada de MotoGP, tivemos três dias de shakedown na Malásia para os pilotos de testes e para o rookie Augusto Fernández. Agora, a partir de amanhã e durante três dias, teremos os testes oficiais, para todos os pilotos da grelha de 2023. O que esperar, com base no que foi feito no shakedown?

Na Ducati, Michele Pirro esteve em pista durante os três dias de shakedown, preparando tudo para Francesco Bagnaia e Enea Bastianini. A fábrica de Borgo Panigale estreou um pacote aerodinâmico atualizado e Pirro tinha duas motos com versões diferentes do escape – uma maior, outra mais pequena. No último dia, o italiano passou a maior parte do tempo a trabalhar com esse pacote. Também houve uma atualização às carenagens do teste de Valência, que eram maiores. Os pontões laterais e as asas foram as mesmas de Valência. Com Bagnaia, Bastianini e todos os outros pilotos das equipas-satélite, o que esperar da Ducati no teste?

Na Yamaha, houve sinais promissores dados pelo novo motor. Fabio Quartararo esteve a observar a ação em pista no último dia e terá visto os números nas zonas de deteção de velocidade, com Cal Crutchlow a registar 335 km/h – mais cinco do que Quartararo alcançou no Grande Prémio do ano passado e mais oito do que a Yamaha registou no teste de Sepang de 2022. De resto, Quartararo e Franco Morbidelli vão testar a nova carenagem da frente, tal como em Valência. Crutchlow e Katsuyuki Nakasuga testaram a carenagem no último dia, recolhendo informação preciosa para os pilotos de fábrica antes dos testes.

Na Aprilia, Paolo Bonora confirmou que a equipa tem algo “inovador” na carenagem da frente. A Aprilia também tirou partido do tempo no túnel de vento, com um novo pacote aerodinâmico a ser usado nos testes – incluindo nas carenagens laterais. O motor de 2023 está nas prioridades da Aprilia, com Aleix Espargaró e Maverick Viñales a retomarem o trabalho que Lorenzo Savadori começou. Na RNF, Miguel Oliveira e Raúl Fernández também deverão testar algumas partes, mas o principal foco será dar sequência ao que aprenderam em Valência.

A KTM teve Dani Pedrosa em ação, tendo trabalhado com o lado da garagem de Jack Miller no primeiro dia e com o de Brad Binder no segundo. A ideia era comparar especificações de motores, procurando testar pacotes aerodinâmicos perto do final do shakedown, apesar de o segundo dia ter sido encurtado devido à chuva. Pedrosa fez algumas voltas com o novo pacote aerodinâmico no último dia de shakedown, com algumas alterações nas carenagens, asas e pontões. Outra novidade foi Jonas Folger, novo piloto de testes da KTM, que se juntou a Pedrosa em pista no último dia. Agora vão entrar em ação Jack Miller e Brad Binder, com Pol Espargaró – que já tem experiência prévia com a RC16 – a experimentar a GASGAS. Por falar em GASGAS, Augusto Fernández esteve no shakedown, adaptando-se cada vez mais à moto. A chuva no segundo dia também lhe permitiu testar pneus de chuva e pneus slick em diferentes condições. A sua melhor volta foi 2:00.482 minutos no último dia, que o colocou no quarto lugar.

Na Honda, depois do desapontamento dos testes de Valência, Stefan Bradl teve um shakedown preenchido. No primeiro dia, o alemão foi para a pista numa Honda com um novo pacote aerodinâmico, novo escape, dois chassis diferentes e o motor de 2023. Ken Kawauchi, novo diretor técnico da equipa, esteve na box durante os três dias. Na terça-feira, Bradl esteve a comparar pacotes aerodinâmicos, com o último a ser algo visto em Jerez. Agora, cabe a Marc Márquez e Joan Mir retomarem os testes, com Takaaki Nakagami e Álex Rins a experimentarem a LCR na Malásia.

Os testes decorrem de 10 a 12 de fevereiro, em Sepang, com início às 10 horas locais (2 horas em Portugal) e fim às 18h15 (10h15 em Portugal).

Bernardo Figueiredo

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