MotoGP, O ponto de situação de cada construtor após os testes na Indonésia
Estão terminados os testes de pré-temporada de MotoGP. Depois de testes em Sepang, na Malásia, e em Mandalika, na Indonésia, os pilotos aguardam agora pelo início de março, altura em que vai decorrer a primeira prova do calendário, no Qatar. A pré-temporada correu melhor para uns do que para outros, por isso, aqui fica o ponto de situação de cada fábrica.
Honda – Os testes de pré-época foram extremamente positivos para a Honda. O novo RC213V parece que coloca a marca japonesa em excelente forma, com Pol Espargaró a ser o mais rápido no último dia em Mandalika. O número 44 fez 38 voltas no dia de hoje, e, embora o tempo possa não querer dizer muito, algo que Espargaró também recordou, não deixa de ser um sinal positivo para o piloto e para a Honda. Espargaró disse inclusive que nunca foi tão rápido antes. Marc Márquez foi o segundo piloto da Honda mais rápida, tendo sido nono, a quatro décimos de Espargaró, mas também está com espírito positivo. Márquez começa a sentir a moto como sendo sua, foram melhorando dia após dia em Mandalika, e, embora admita que ainda não tem uma “sensação especial” com a moto, os testes não podiam ter corrido muito melhor. Takaaki Nakagami (LCR) testou dois chassis diferentes no sábado e no domingo. O japonês foi 17.º na tabela combinada, tendo hoje feito 91 voltas, terminando a seis décimos de Espargaró. Álex Márquez efetuou 75 voltas, tendo sido 12.º no geral, a meio segundo do primeiro lugar, focando-se em corridas longas e na questão aerodinâmica. “Sinto-me pronto para o Qatar”, foi o feedback do espanhol.
Yamaha – As boas notícias do lado da Honda não se parecem traduzir para a Yamaha, contudo, apesar de os pilotos de fábrica terem fechado em segundo e em quinto. Quartararo foi o segundo, mas a falta de melhorias no motor e na velocidade de ponta têm prejudicado a sua pré-época. O francês já manifestou a sua alegria pela velocidade com pneus usados, mas algo está a falhar com pneus novos macios. “Precisamos de perceber porquê”, disse o piloto no final do segundo dia. Hoje, Quartararo disse que se estava a “sentir bem”, apesar de ele e a equipa esperarem mais do motor. Com as restantes fábricas a parecer que deram passos em frente, resta esperar pelo Qatar para saber onde está a Yamaha. Franco Morbidelli foi quinto na tabela de tempos, a três décimos do primeiro lugar. Morbidelli disse, no final do segundo dia, que está a utilizar demasiado a traseira da moto e tem pouca confiança com a frente. No terceiro dia, já houve uma alteração no pneu da frente, com um layout diferente. Andrea Dovizioso (RNF) fez 62 voltas e foi 19.º, a oito décimos do primeiro lugar. A pré-época foi utilizada para que o italiano se habituasse à moto, e, embora o 19.º posto não seja muito encorajador, os tempos não são o mais importante nesta fase. Quanto a Darryn Binder, fez a sua primeira pré-época no MotoGP, fez 61 voltas hoje, e terminou a menos de dois segundos do tempo mais rápido.
Ducati – Luca Marini (VR46) manteve-se como o melhor Ducati no geral, devido ao seu tempo no segundo dia, com Francesco Bagnaia (Ducati) a vir a seguir, em sexto, a 376 milésimos do topo. Johann Zarco (Pramac) completou o top-10, Enea Bastianini (Gresini) foi 13.º no GP21 e Jorge Martín (Pramac) terminou em 16.º. Jack Miller (Ducati) foi 18.º, mas o feedback da maioria dos pilotos foi positivo, focando-se no progresso. Miller caiu na sua simulação de corrida, Martín e Zarco também caíram, mas estão todos bem. Durante a fase de mais calor na Indonésia, o ritmo de corrida de Bagnaia parecia ser bom, com o GP22 a parecer mais rápido, embora o team manager Davide Tardozzi diga que pode haver mais potência. No geral, o italiano diz que está 80% satisfeito com a pré-temporada. Parece que a aerodinâmica está para ficar nas motos e os pilotos disseram que o longo escape não funciona em Mandalika, mas pode funcionar noutros lugares durante a temporada. Marco Bezzecchi (VR46) foi o melhor rookie, apenas 14 milésimos à frente de Fabio Di Giannantonio (Gresini), em 20.º e 21.º, respetivamente, a 855 milésimos do topo. Os dois rookies da Ducati tiveram alguma vantagem sobre os rookies de outras marcas também.
Aprilia – A Aprilia teve uma pré-temporada extremamente bem-sucedida em Mandalika, depois de já terem feito um bom trabalho em Sepang. O RS-GP tem upgrades que deixam os pilotos satisfeitos, com Aleix Espargaró e Maverick Viñales a fazerem ambos uma simulação de corrida de 20 voltas no último dia. A Aprilia testou dois chassis diferentes, embora fossem quase iguais a olho nu. Espargaró foi quarto, Viñales foi oitavo, e os sinais são positivos.
Suzuki – Acabou por ser um dia de inatividade para Joan Mir, com o campeão do mundo de 2020 a sentir-se mal de manhã e a regressar ao hotel com suspeitas de intoxicação alimentar. Manteve-se positivo e terminou em 12.º na tabela de tempos. “Estas coisas acontecem, e tenho boas conclusões do primeiro e segundo dia. Acho que vamos chegar prontos para a corrida no Qatar, apesar das inconveniências que encontrámos nos últimos dias aqui em Mandalika”, disse Mir. Do lado de Álex Rins, o espanhol foi o primeiro a vir para a pista no terceiro dia, e o seu plano era testar o chassis. Rins foi sétimo no geral depois de 46 voltas no último dia.
KTM – O último dia serviu para a KTM testar o seu pacote aerodinâmico, notando-se também um escape modificado na traseira da moto. Brad Binder terminou os testes como o melhor KTM, em 11.º, a 514 milésimos do topo, depois de 68 voltas. Miguel Oliveira foi um dos últimos a vir para a pista no último dia, terminando em 15.º, melhorando na 71.ª de 73 voltas. A missão da KTM para esta pré-época era encontrar uma boa base para desenvolver durante o ano, comparando as novas partes com as de 2021 para encontrar um caminho. Binder e Oliveira fizeram voltas e agora pretendem que o ano de 2022 corra melhor do que o anterior, apesar de ambos terem vencido corridas. No final do segundo dia, Binder disse que a fábrica estava melhor do que no início do ano passado, embora aponte a saída das curvas e a aderência no geral como pontos a melhorar. Na Tech3, Raúl Fernández termina os testes em 22.º, um par de décimos à frente de Remy Gardner, que continua a conduzir com dores no pulso. Depois da queda de ontem, Fernández falhou a maior parte do dia de hoje.