MotoGP, o desabafo de Jack Miller: “Senti-me um estranho na Ducati e cansado de um futuro incerto”

Por a 5 Outubro 2022 20:18

O piloto australiano vai trocar a Ducati Lenovo Team pela equipa de fábrica da KTM na formação de pilotos de MotoGP de 2023, assinando um contrato de dois anos. Isto porque, sentiu-se cansado, doente e farto de contratos de um ano.

“É uma boa dinâmica, eu e o Pecco e dividirmos a box”, disse ao site oficial do MotoGP. “O Pecco realmente assumiu o papel de líder da equipa, tirou-me as rédeas de piloto principal. Admito isso. O Pecco fez melhor do que eu nos últimos dois anos, não por falta de tentativa minha, obviamente”.

“Mas, sabe, dois italianos numa equipa italiana? Quer dizer, não quero falar muito…”, disse Miller, já a aludir à dupla ‘oficilizada’ para o próximo ano na Ducati Lenovo, Francesco Bagnaia e Enea Bastianini. “Acho que os dois sabem o que é importante e sabem o que querem!”. E depois, Miller abre o jogo para dizer o que lhe vai na alma:

“No final de cada dia sinto-me cada vez mais um estranho. Sou um australiano dentro de uma equipa italiana e como não falas mesma a língua, és colocado do lado de fora”, queixou-se o australiano de 27 anos. “Sou muito aberto e falo com a equipa, acho que eles gostam de me ter por perto, mas nunca é a mesma coisa que ter a mesma cultura, tudo igual.”

Sobre a dupla Bagnaia-Bastianini, Miller acha que as coisas vão apimentar-se… “Acho que a vibração, a atmosfera na box, definitivamente será muito diferente no próximo ano. Eu sou um tipo pacato e calmo.”

Os rumores de que a Ducati estava a considerar substituir Miller para 2023, começaram assim que se soube que o seu contrato atual iria expirar. O australiano dos ‘Red’ optou depois por tomar uma decisão por conta própria, assinando um contrato de dois anos com a KTM, mas  agora revela a sua frustração por não conseguir estabelecer-se na Ducati.

“Não vou sentar-me aqui, mentir e dizer que foi tudo cor de rosa”, admitiu Miller. “Estava ficando cansado de ter contratos de um ano, de ter que me justificar no Qatar todos os anos, por que mereço o trabalho, por que mereço ter a minha posição e ser questionado não apenas pela mídia, mas por todos. Estava doente e cansado de ter de justificar a toda a hora o meu lugar.”

Estranhamente ou não, livre dessa pressão de contratos curtos, Jack Miller está agora na sua melhor forma: venceu no Japão e ficou em segundo na Tailândia atrás de Miguel Oliveira. O que se segue para este piloto ao melhor estilo ‘old school’?

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Ricardo Ferreira
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