Um dos exemplos claros de como rapidamente as coisas podem mudar no motociclismo em 2025 foi dado pelo atual campeão do mundo de MotoGP, Jorge Martin, que sofreu um acidente durante os testes com fraturas no pé esquerdo e na mão direita no primeiro dia do teste oficial de Sepang, no início de fevereiro.
Para o apresentador da TNT Sports MotoGP, Neil Hodgson, a lesão de Martin foi um golpe não só para ele e para a Aprilia, mas também para o campeonato deste ano.
– “Sinto-me um pouco roubado com o que aconteceu a Jorge Martin, que caiu tão cedo no teste de pré-época”, admitiu Hodgson em entrevista ao Crash.net. “Então, acabou numa situação com zero dados, zero experiência a pilotar aquela Aprilia; a única boa notícia é que a Aprilia parece boa nas mãos de Marco Bezzecchi, que obviamente também é super talentoso.”
A natureza acelerada dos fins de semana de MotoGP na era atual de qualificações segmentadas e corridas Sprint significa que será difícil para Martin adaptar-se à RS-GP na temporada com o mesmo tipo de velocidade que conseguiria durante os testes de pré-temporada.
“É difícil porque os fins de semana de corrida passam muito rápido e, antes que se dê conta, tem de tentar entrar na Q2, tem de conseguir aquele top 10 tão importante nos treinos, por isso há muita pressão”, explicou Hodgson.
O campeão mundial de Superbike de 2003 acrescentou que Martin tem pelo menos uma característica que o pode ajudar neste aspeto. “Uma coisa positiva do lado dele é que ele já é muito natural a fazer voltas rápidas durante toda a sua carreira. Alguns pilotos não são tão bons quando colocas um pneu macio e tens de te concentrar realmente nessa volta perfeita, alguns pilotos acham isso difícil, mas ele sempre foi incrível nisso. Mas provavelmente vai demorar um pouco a adaptar-se à Aprilia”.
“Uma das coisas pelas quais sinto um pouco de pena dele é que, como perdeu todos os testes, qualquer desenvolvimento da nova moto terá ido na direção do feedback de Bezzecchi. Assim, às vezes, os colegas de equipa gostam de uma sensação diferente; às vezes não, às vezes gostam do conjunto de motos muito parecido, conheço alguns colegas de equipa que tive em que éramos extremos opostos da escala. Portanto, ele também tem isso a considerar; tem de esperar que, quando saltar para a moto em Buriram, a configuração básica em que Bezzecchi colocou a moto funcione para ele. Se isso acontecer, isso irá ajudá-lo a encurtar o processo de se sentir realmente confortável com a moto.” Conclui Neil Hodgson.
