MotoGP,  Miguel Oliveira não desiste do sonho: “O meu objetivo é ser campeão do mundo”

Por a 24 Abril 2024 18:53

O piloto da Trackhouse Racing falou sobre o futuro da sua carreira, a escolha entre Quim Barreiros e Valentino Rossi, e a mentalidade que o levou a ser o único português na história da MotoGP, numa conversa exclusiva com Pedro Pinto no nono episódio do Podcast ‘1 PARA 1’.

Desde 2019 no MotoGP, Miguel Oliveira é há muito uma cara bem conhecida da principal categoria do motociclismo mundial. Aos 29 anos, tem claro que pode chegar ao topo. “O meu objetivo é ser campeão do mundo. Preciso de reunir essas condições da mota. Neste momento há três construtores bastante competitivos no campeonato. Um é a Ducati, o outro é a KTM e outro é Aprilia. Estou num destes três grandes construtores. Acredito que ainda há coisas na minha equipa que posso melhorar. O resto é combinar um bocadinho de sorte, que no ano passado me faltou bastante”, disse o piloto da Trackhouse Racing, no nono episódio do podcast 1 PARA 1 apresentado por Pedro Pinto.

Neste percurso de MotoGP leva vários pontos altos, incluindo cinco vitórias em Grandes Prémios: Áustria e Portugal em 2020, Espanha em 2021 e Indonésia e Tailândia 2022. O sucesso tem uma história e Miguel Oliveira recorda a que o levou ao mais alto nível. “Acho que toda a educação desportiva que eu tive, que foi passada pelo meu pai muito na óptica de: ‘Vamo-nos divertir. Vamos ver o que é que isto dá. Vamos arranjando dinheiro aqui e acolá”. Sem nunca me passar aquela pressão de: ‘Tu tens de me pagar. Tu tens de me retribuir. Isto custa muito caro. Não caias’. O meu objetivo era só ser um bocadinho melhor do que tinha sido na corrida anterior ou no treino anterior”, referiu.

Miguel Oliveira é hoje um modelo para o motociclismo português. Contudo, quando era mais jovem, não tinha ninguém em Portugal em quem se inspirar. Por isso, procurou seguir o exemplo de Valentino Rossi. “Na altura que eu comecei a ver o MotoGP, havia o pico da rivalidade com o Max Biaggi e com o Sete Gibernau. E eu cresci no auge dessa rivalidade. E quando cresces num duelo de titãs ou escolhes ou o outro. Eu escolhi o Valentino porque era o lado mais leve de todos os duelos. Era o lado menos sério, era aquele que brincava, era aquele que depois quase que gozava e esfregava na cara dos adversários a vitória dele, com todas aquelas celebrações”.

Dos muitos pilotos que já defrontou ao longo de vários anos, Miguel Oliveira tem o nome do piloto por quem se sentiu mais desafiado. “O Pecco Bagnaia. É aquele que eu posso dizer que defrontei porque estive a disputar com ele o título mundial em 2018 pela categoria intermédia. E hoje em dia olho para ele como o piloto talvez mais completo do MotoGP, de toda a grelha”.

Fora do contexto desportivo, Quim Barreiros é uma figura especial para o piloto português. Neste podcast, o músico deixou-lhe uma mensagem emotiva: “Grande Miguel. O teu amigo Quim Barreiros quer enviar-te um grande abraço. Estou sempre, sempre contigo”, disse Quim Barreiros num curto vídeo.

Por seu lado, Miguel Oliveira explicou a origem deste carinho. “O Quim Barreiros surgiu das inúmeras horas e quilómetros que eu tinha de fazer com o meu pai de carrinha para Espanha a andar para a frente e para trás. Houve uma altura que eu comprei um CD do Quim, comecei a ouvir e depois achava muita piada porque eram músicas giras, eu podia cantá-las em português e andava sempre a ouvir as músicas do Quim. Tinha imensos CDs do Quim Barreiros e o meu pai já estava fartíssimo de ouvir aquilo. Mas eu ia todo contente para as corridas a ouvir o Quim Barreiros”, recorda o piloto português revelando que o músico foi uma das grandes surpresas no seu casamento. “Foi um dos momentos altos do meu dia. Foi o Quim Barreiros poder cantar no meu casamento. Foi um dia espetacular”.

Miguel Oliveira já foi pai duas vezes e procura conciliar a vida pessoal e a profissional da melhor forma. Ao ponto de tentar seguir o exemplo de outra grande referência do desporto português. “Houve muitos anos em que me identificava com o Cristiano (Ronaldo). Apesar de continuar a ser uma grande inspiração, a partir do momento em que fui pai tentei me rever, tentei modelar em pessoas que já fossem pais e que estivessem no pináculo do seu desporto. A questão com Cristiano foi que eu percebi que ele tem muitas outras ferramentas financeiras que eu não ia poder ter e se calhar modelá-lo enquanto pai/atleta ia ser complicado. Então percebi: “Ok, não preciso necessariamente de modelar alguém nesta fase da minha vida”. Por isso tento manter a minha mente aberta e ir buscar coisas de vários atletas, várias personalidades”.

Fotos: Red Bull Content Pool

O podcast 1 PARA 1 é apresentado por Pedro Pinto, tem o apoio da Betway, e está disponível no Youtube, Spotify e Apple Podcasts. Mais episódios com grandes personalidades do desporto nacional serão publicados em breve.

Link para o episódio completo no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=3U0oltJoEjI

Link para o episódio completo no Spotify: https://open.spotify.com/episode/5DC3iEPFyfmQXWLfYA6Slu?si=FKfmENvjQ6-5MCf3XkGyAA

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Ricardo Ferreira
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furtado
furtado
7 meses atrás

Um conselho Miguel! Foca-te em seres rápido nas qualificações, ou então não tarda muito estás a ser substituído por um piloto americano. A Trackhouse Racing já atirou para o ar um aviso… o que não falta são bons pilotos jovens “famintos” de subir e ocupar um lugar no MotoGP.

Last edited 7 meses atrás by furtado
ypchao
ypchao
7 meses atrás

O Miguel no final do ano vai de malas aviado
Pois a continuar sempre perto dos ultimos não vai ter futuro
O mais certo é ir para as super bikes mesmo ai só para uma equipa mediana
Ou seja o futuro está tramado
O melhor é agarrar a profissão de dentista pode ser que tenha mais sorte…

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