MotoGP, Joan Mir (Honda): “Nunca me senti como o número 2”
Até ao momento, Joan Mir é o único com lugar assegurado nas motos da Repsol Honda para 2024. Avaliando a saída da equipa de Marc Márquez, o campeão do mundo de 2020 acha que isso não trará grandes mudanças para ele.
Já é oficial há duas semanas que Marc Márquez e a Honda Racing Corporation seguirão caminhos separados no final da atual temporada, após onze anos juntos. Mir não está preocupado com quem irá partilhar a garagem no próximo ano. “Não me importo com quem é meu companheiro de equipa. Claro que sempre preferiria um piloto rápido e com experiência que nos ajudasse a levar o projeto um pouco mais longe. Mas prefiro não apontar nomes.”
Falando do desenvolvimento da RC213V e da convivência com Márquez, o espanhol salientou que nunca se sentiu como segundo piloto.
“Nos seis meses ou um pouco mais que completamos juntos, pude perceber que o desenvolvimento não foi voltado para um único piloto. Consegui tudo o que precisava e, por exemplo, se eu quisesse algo que o Marc não gostasse, poderia tê-lo. Nunca me senti como o segundo piloto. Acho que isso não existe mais numa equipa de fábrica hoje em dia. Acredito que com a saída de Márquez as coisas não vai mudar muito – talvez algumas coisas mudem, porque com vista ao próximo ano, serei provavelmente eu quem decidirá em que direção devemos seguir. Isso é positivo para mim. Então não preciso discutir com ninguém sobre isso. Mas com o Marc, os nossos comentários foram sempre os mesmos ao longo da temporada, portanto, o desenvolvimento seguiu sempre numa única direção.”
Mir refere que também não é verdade que a Honda tenha desenvolvido uma moto de MotoGP nos últimos anos que visa exclusivamente as necessidades de Marc Márquez.
“Não consigo imaginar o Marc a vencer corridas e os outros na miséria. Talvez no passado, mas não agora. Acho que tive um nível de desempenho bastante semelhante nas corridas mais recentes. Não vejo isso como a moto sendo feita para ele. Pode ser verdade que os problemas tenham começado quando ele se lesionou, mas não acho que a moto seja feita para ele. Acho que a moto simplesmente não funciona no momento, mas espero que funcione no futuro”.
Estou numa situação diferente da do Marc que mostrou tudo com esta equipa. Portanto, não fiquei surpreso com a saída dele porque a situação é muito difícil”, admitiu Mir. “No que me diz respeito, sinto que teria falhado neste projeto se saísse da equipa. Não quero ir-me embora assim, ainda acredito que podemos criar algo de bom juntos. Também ninguém esperava que eu ganhasse o título no meu segundo ano com a Suzuki.” Concluiu o espanhol de 26 anos.