MotoGP, GP de Portugal: Miguel Oliveira aponta ao pódio na estreia com a Aprilia

Por a 22 Março 2023 09:41

Já há muito que não viamos um sorriso no rosto do piloto português como agora. E Miguel Oliveira tem razões de sobra para esse novo ar, depois de anos de sacrifício numa equipa que não soube lhe dar as armas necessárias para lutar por um campeonato do mundo. Agora, o piloto da Charneca da Caparica renasce na CryptoData RNF Aprilia com uma nova motivação, novos objetivos e o seu habitual foco no trabalho.

Pela primeira vez, a abertura do MotoGP terá lugar em Portimão, pelo que o foco estará em Miguel Oliveira no próximo fim-de-semana – claro que como herói local, mas também como vencedor do primeiro Grande Prémio no “Autódromo Internacional do Algarve ” em 2020 – naquela época ainda na Tech3 KTM.

“É sempre bom correr em casa e ser esta a primeira corrida do Campeonato torna tudo mais entusiasmante. Este é sem dúvida um GP especial para mim e vou tentar de novo pelo menos estar no pódio. Sabemos que não é fácil, mas vamos lutar como sempre e com o apoio extra do público português o moral estará ainda mais elevado”, comenta Miguel Oliveira.

O piloto português já venceu em 2020, em Portimão, na categoria de MotoGP. Em 2021, o Autódromo Internacional do Algarve (AIA) recebeu por duas vezes o Grande Prémio, tendo Miguel Oliveira conseguido um 16º lugar e um DNF, respetivamente. Em 2022, o piloto português conseguiu o top5 na corrida.

Será que Oliveira, cinco vezes vencedor da MotoGP com a KTM, se sente pronto para um pouco de mágica antes do seu primeiro fim de semana de corrida na Aprilia RS-GP? Questinaram os nossos colegas da Speedweek.

“Acho que não”, admitiu o português de 28 anos. “Definitivamente vou dar o meu melhor, mas não acho que seria muito realista se eu sentasse aqui e dissesse: ‘Sinto-me ótimo e com o Campeonato do Mundo a começar em Portugal, acho que estou numa ótima posição para vencer.’ Isso seria fantástico, claro. Mas será muito difícil.”

“No entanto, também não descarto essa possibilidade. É verdade, tudo pode acontecer. Mas quero entrar no fim de semana com o objetivo de conhecer melhor a moto e me preparar bem para a corrida. Então veremos o que acontece. Se estivermos em posição de lutar, lutaremos. Caso contrário, não vou levar isso tão a sério e apenas tentar fazer o meu melhor e ainda dar um bom resultado à equipa e um bom fim de semana”, concluiu Oliveira.

“Sei que Razlan tem grandes ambições para a equipa. Eu e o Rául também somos dois pilotos dispostos a dar o nosso melhor. Antes disso, porém, ainda há várias etapas pelas quais temos que passar e temos que entender como estamos”, apontou o estreante da RNF.

“É muito fácil sentar aqui e falar sobre resultados e das nossas metas ambiciosas. Mas a verdade é que ainda temos de conhecer muito bem a moto e perceber como andar rápido com ela. No fim de semana de teste tentei ir ainda mais rápido – e caí, entendi um pouco o limite. Isso acontecerá com mais frequência. Estamos no início da temporada, precisamos manter os pés no chão e fazer o melhor com o que sabemos”.

Os pilotos da equipa cliente não têm a mais recente máquina de fábrica da Noale, mas sim a RS-GP22. No entanto, estão incluídos no trabalho de teste e desenvolvimento.

“É normal que a Aprilia com quatro motos também queira duas opiniões adicionais. É bastante comum”, esclarece Miguel Oliveira.

A Ducati dominou o teste de Portimão com sete pilotos nos oito primeiros , Oliveira foi décimo primeiro. O que falta para a Aprilia competir com a Desmosedici de Borgo Panigale?

“Seria fantástico se depois de cinco dias de testes com a Aprilia eu já soubesse o que falta. A Ducati tem uma moto forte. Eles travam bem, viram melhor e aceleram mais rápido. Certamente têm as suas fraquezas, mas do jeito que estão a andar neste momento, é muito difícil ver onde eles estão fracos”.

“É muito difícil para mim dizer onde temos de ser mais rápidos para nos aproximarmos da Ducati. Mas esperaria um pouco mais antes de tirar essas conclusões. Os resultados dos testes podem ser um pouco enganosos. Não estou a dizer que a Ducati não será muito competitiva, eles têm pacotes muito bons e, além de Alex Márquez, também não têm novos pilotos. Mas acho que pode ser um pouco diferente na temporada com domínio, pelo menos espero que sim – e espero que corrida a corrida tenhamos uma ideia mais clara do que precisamos trabalhar”.

“Ter duas especificações de moto diferentes, as motos de 2022 e 2023, também nos dará pistas sobre se havia algo de bom na RS-GP22 ou se havia algo melhor ou pior na RS-GP23. Talvez então possamos combinar essas soluções numa moto melhor para o futuro.” Concluiu Miguel Miguel Oliveira.

Agora é a hora da verdade e de se tirarem muitas no Grande Prémio de Portugal, já a partir desta sexta-feira, mas para já, a equipa de Razali promete ir fazer correr muita tinta.

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Ricardo Ferreira
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