MotoGP, GP de Portugal: Ganhos e perdas em 2022

Por a 19 Abril 2022 23:36

Quem foram os principais vencedores e perdedores nas quatro provas até agora realizadas,  antes do início da ‘temporada europeia’ este fim-de-semana em Portugal? Foi a resposta a esta questão que procurámos. Decerto vão notar que falta aqui Miguel Oliveira, que venceu em Mandalika depois do segundo lugar do companheiro Brad Binder no Qatar… Mas depois disto, a KTM colapsou com um rendimento mediocre!

Ganharam (+)

Enea Bastianini

Com dois terceiros lugares nas duas passagens por Misano em 2021 numa Ducati com dois anos de idade, seria justo pensar que Enea Bastianini poderia ser um dos pilotos a ter em conta para esta temporada, mas daí a esperar-se que o italiano venceria duas das primeiras quatro provas de 2022 numa Desmosedici do ano passado, vai uma longa distância. Mas aconteceu. O campeão mundial de Moto2 de 2020 mostrou grande maturidade e habilidade, tanto no Qatar como no Grande Prémio das Américas para marcar os seus primeiros êxitos na categoria rainha, deixando-o um líder de série inesperado a caminho da Europa.

A sua equipa Gresini também deve ser aplaudida pela forma como recuperou após sete anos difíceis consecutivos do programa de trabalho da Aprilia, a parceria que certamente deverá ser observada para um desafio sustentado do título à medida que o ano avança.

Aprilia

A marca de Noale também deu um claro passo em frente com a sua RS-GP. No seu terceiro ano com a moto, Aleix Espargaro quase subiu ao pódio no Qatar antes de dominar na Argentina para reclamar o seu primeiro sucesso e o também o primeiro sucesso da Aprilia na categoria rainha.  Um percurso mais complicado nas Américas – no qual terminou em 11º – viu-o cair para terceiro, embora numa nota mais encorajadora o companheiro de equipa Maverick Vinales também esteja a ganhar confiança a um grande ritmo com a sua nova moto – o espanhol até acreditou que tinha velocidade para concorrer aos três primeiros lugares da corrida no Circuito das Américas, caso tivesse conseguido qualificar-se melhor. A marca italiana parece estar aqui para ficar com base nas quatro primeiras corridas, e com dois pilotos fortes não se pode descartar um ataque de campeonato completo.

Suzuki

Temos de estar atentos à Suzuki que fez de Joan Mir campeão do mundo em 2020. A equipa japonesa tem andado perto dos primeiros, com a GSX-RR a revelar-se bem mais rápida em linha recta que na desmotivante campanha de 2021, que terminou sem vitórias. Diz-se que os homens de Hamamatsu conseguiram encontrar cerca de cinco quilómetros por hora a mais em relaçção à moto do ano passado, não só através da descoberta de potência extra do motor como também através da redução da resistência aerodinâmica da moto. É um bom sinal.

O seu ganho significativo fez com que se tornasse a única das seis equipas de fábrica a obter mais do que um resultado de pódio, enquanto que a sua fantástica consistência faz com que lidere a classificação das equipas, com 32 pontos em apenas quatro corridas. Alex Rins recuperou imperiosamente após um duro ’21 para ficar apenas a cinco pontos da liderança do campeonato, com dois pódios. Por seu turno, o campeão de 2020 Joan Mir fará questão de restabelecer o equilíbrio rumo à Europa. 

Perderam (-)

Yamaha

Na outra face da moeda, do lado dos perdedores, está a Yamaha com a sua M1 e o poderoso motor 4 em linha, que foi incapaz de responder aos constantes pedidos do campeão mundial reinante Fabio Quartararo, desde há muito a pedir um poder extra para o ajudar a defender o seu título. A M1 tem lutado significativamente nas corridas até agora – o supremo talento do francês ao longo de uma volta disfarça um pouco a deficiência da sua moto – uma vez que lhe falta o poder de aguentar todos os seus rivais nas rectas, limitando-o apenas a uma única aparição em pódio na Indonésia. Os seus outros três colegas de equipa da Yamaha tiveram um desempenho ainda pior ao lutarem para extrair qualquer nível de ritmo da M1, deixando a marca apenas em quinto lugar na mesa dos construtores com poucas melhorias esperadas este ano.

Com Quartararo pesando actualmente as suas opções para cima e para baixo no paddock no meio da crise da Yamaha, a marca precisa de provar que pode encontrar ganhos futuros em curto prazo antes de perder o seu actual único raio de sol… o francês campeão mundial.

Francesco Bagnaia

Francesco Bagnaia é sem dúvida a maior decepção do ano até agora. O piloto da fábrica Ducati esperava largamente ser o favorito do campeonato, após um final fulgurante em 2021, no qual venceu quatro dos seis encontros finais – o italiano, a certa altura, pareceu poder negar a Quartararo o seu título. Bagnaia embora tenha lutado para replicar a sensação que tinha com a sua Desmosedici ’21-spec com a nova versão da Ducati, as suas lutas foram confirmadas pelo facto de ainda não ter terminado no pódio até agora – um par de quintos, bem como um 15º e um DNF na primeira ronda do ano, deixando-lhe num distante 12º lugar na geral. Embora esteja longe do fim para as oportunidades de Bagnaia no título, não deve ser fácil para ele ver Bastianini a liderar os primeiros lugares, tendo ganho metade das corrida até agora na sua ‘baby’ do ano passado…

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Ricardo Ferreira
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