MotoGP, EUA, Corrida: Enea Bastianini conquista vitória no 500º GP

Por a 10 Abril 2022 19:45

Enea Bastianini (Gresini Racing MotoGP) venceu o GP das Américas, a 500ª prova da história do MotoGP. O piloto da Gresini conseguiu subir na classificação, para na fase final da corrida ultrapassar Jack Miller (Ducati Lenovo Team), que ocupou a liderança durante grande parte da corrida norte-americana, e conquistou a vitória.
Álex Rins (Team Suzuki Ecstar) conseguiu ultrapassar Jack Miller na última volta e assumiu o segundo lugar, com o australiano a fechar o pódio.
O grande destaque da corrida é Marc Márquez (Repsol Honda Team), que depois de ficar quase parado no arranque, começou a corrida na cauda do pelotão e terminou na sexta posição.
Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory Racing), voltou a ter uma corrida muito apagada. O piloto português da KTM, que saiu do 20º posto da grelha, subiu algumas posições graças ao bom arranque e chegou às posições de acesso aos pontos. No final da corrida perdeu alguns lugares e classificou-se no 18º lugar.

Destaques da corrida:
Marc Márquez não chegou satisfeito à sua box, mas foi aplaudido pela sua equipa, com razões para isso. No 500º Grand Prix desta era do MotoGP com a promoção da Dorna, o piloto espanhol começou muito mal a corrida norte-americana, perdendo várias posições (saiu de 9º) e teve de recuperar muito terreno, com ultrapassagens bastante agressivas e provando que Márquez ainda faz falta ao campeonato do mundo. Recordamos que o piloto da Honda esteve afastado quase três semanas, depois da sua queda no warm up do GP da Indonésia. Começou a corrida nas posições do fundo do pelotão e terminou no sexto lugar, tentando ainda chegar ao quinto posto que foi ocupado por Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team).
Foi um regresso muito forte.

Enea Bastianini também merece ser destacado, não apenas por ter vencido, mas porque quando começou a atacar as posições da frente, estava também ele sob pressão. Não perdeu a calma e exemplo disso foi a forma como se manteve atrás de Jack Miller à espera do melhor momento para subir ao primeiro posto.
Aléx Rins esteve muito forte e foi o primeiro piloto não-Ducati a entrar nas cinco primeiras posições e quebrar o domínio da marca italiana, que vinha desde o início do fim de semana. No final da corrida, discutiu a posição intermédia do pódio com Jack Miller e de forma limpa, conseguiu a ultrapassagem.

Jorge Martin e Johann Zarco merecem destaque mas pela negativa. Principalmente o homem da pole position. Martin viu Miller a passar para a liderança da corrida ainda na primeira curva e depois disso, perdeu várias posições, terminando na oitava posição. Num pelotão tão compacto como acontece no MotoGP, e com pilotos tão fortes, perder uma oportunidade como esta, não é bom.
Zarco terminou no nono posto, atrás de Martin, quando partiu da quarta posição.

Temos de destacar o mau resultado de Miguel Oliveira. O piloto luso qualificou-se mal, no 20º posto, mas ainda conseguiu ganhar algumas posições e esteve entre os 15 primeiros, em lugar de conquistar pontos. Talvez a escolha de pneus possa explicar parte da perda de posições na segunda parte da corrida, mas para terminar em 18º, e depois de uma menos conseguida prova na Argentina, Oliveira tem de pedir mais da KTM. Não podemos esquecer que há um contrato para assinar.

Filme da corrida:
As condições no Circuito das Américas, em Austin, Texas, estavam mais frescas do que tinha acontecido durante todo o fim de semana, por isso a escolha dos pneus foi crucial. Todos os pilotos partiram para a corrida com pneu duro na dianteira e macio atrás, excetuando Miguel Oliveira e Raúl Fernández (Tech3 KTM Factory Racing), que escolheram pelo pneu médio na traseira.
Jorge Martín (Pramac Racing) fez um bom arranque, mas Jack Miller chegou em primeiro à curva 1 e passou a liderar o pelotão. Atrás de Martin, estava Francesco Bagnaia, que ainda na primeira volta perdeu a posição para Enea Bastianini. Também Martin tentou ultrapassar Miller na travagem para a última curva na volta 1, mas o australiano da Ducati defendeu bem a sua posição e continuou a liderar.
Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory Racing) subiu algumas posições e terminou a primeira volta na décima sexta posição, para logo assumir o 15º posto na volta seguinte. No outro extremo esteve Marc Márquez, que ficou quase parado na partida e chegou à curva 1 na última posição. Por duas vezes, o espanhol da Honda quase deixou a moto ir abaixo.
Marco Bezzecchi (Mooney VR46 Racing Team) caiu na volta 2 e conseguiu levantar-se, mas teve de ser parado e desistir da corrida.

As Ducati continuavam a impor-se na corrida, com as 5 primeiras posições a serem ocupadas por motos italianas. Bagnaia perdeu posição para Johann Zarco (Pramac Racing) e passou a ocupar o quarto posto. Quem vinha a fazer uma corrida de recuperação e em modo de ataque total era Márquez, que no final das 5 primeiras voltas já ocupava o 13º posto. Oliveira era 15º, atrás de Maverick Viñales (Aprilia Racing), e entre as posições de acesso aos pontos.

Com a liderança do pelotão entregue às motos italianas, Bagnaia perdeu o quinto posto para Alex Rins, o primeiro piloto não-Ducati a entrar nos primeiros 5 classificados. E Joan Mir (Team Suzuki Ecstar) ultrapassou Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP), assumindo o sétimo posto, ficando atrás de Bagnaia. O campeão em título tentou responder, mas não foi capaz de recuperar a posição.

Enquanto Marc Marquez recuperava mais duas posições, passando a ocupar o 11º posto, o seu irmão, Álex Márquez (LCR Honda) caiu e ficou de fora do resto da corrida. O piloto da Honda voltou a subir mais uma posição, depois de ultrapassar Pol Espargaró (Repsol Honda Team). O “Xerife do Texas” estava completamente ao ataque.

A treze voltas do fim da corrida, ainda antes do meio da prova norte-americana, Francesco Bagnaia estabeleceu a volta mais rápida. Na volta seguinte, Rins conquistou nova posição, passando para o quarto posto da classificação, tendo deixado Zarco para trás. O piloto da Suzuki não quis deixar os créditos em mãos alheias e na mesma curva na volta seguinte, tentou ultrapassar Bastianini e assumir o terceiro posto, mas o piloto da Gresini impôs a potência da Ducati e defendeu o posto. O homem da Suzuki continuou a pressionar Bastianini e insistiu várias vezes na manobra de ultrapassagem.
Não era apenas Rins a querer subir na classificação. Bastianini não se ficou apenas por defender o terceiro posto e atacou Martin, passando para o segundo lugar. Rins seguiu as pisadas do seu adversário e subiu a uma posição de pódio.

Johann Zarco perdeu algum terreno nesta fase da corrida e ficou pressionado por Fabio Quartararo, que tentava alcançar o sétimo posto. O campeão do mundo de 2021 conseguiu ultrapassar Zarco, mas Marc Marquez, depois de duas voltas rápidas na corrida, ficou colado à traseira da Yamaha. Poucos metros depois, o piloto da Honda foi bem sucedido e subiu ao sexto posto, deixando Quartararo no sétimo lugar.

À entrada na fase final da corrida, Jack Miller perdeu alguma vantagem para Enea Bastianini e passou a utilizar uma trajetória mais defensiva, começando a sentir a pressão do seu adversário. A seis voltas do final, Miguel Oliveira perdeu duas posições – para Luca Marini (Mooney VR46 Racing Team) e Andrea Dovizioso (WithU Yamaha RNF MotoGP Team) – e caiu para o 17º posto, fora dos pontos.

Bastianini conseguiu ultrapassar Miller, com 5 voltas para o final da prova, mas passou a ser perseguido. O australiano tentou manter o contacto com Bastianini, mas o piloto da Gresini ganhou vantagem e ficou rapidamente a mais de 0.5s de diferença para o segundo classificado.
Nas três voltas finais do 500º GP, Oliveira perdeu nova posição, passando a ocupar o 18º lugar.
Enea Bastianini afastou-se e Jack Miller ficou sob imensa pressão de Alex Rins, que na última volta conseguiu, de forma muito limpa, ultrapassar o australiano e assumir o segundo posto.
Joan Mir não esteve tão forte como o seu companheiro de equipa, mas conquistou o quarto posto final, seguido de Francesco Bagnaia, o espetacular Marc Márquez e Fabio Quartararo. Jorge Martin foi o oitavo classificado, com o seu companheiro de equipa, Johann Zarco no nono posto e Maverick Viñales fechou os dez primeiros.
A próxima prova do MotoGP é o GP de Portugal que se realiza entre os dias 21 e 24 de abril.

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Pedro Andre Mendes
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