MotoGP, Estíria, 2020: O dramático acidente de Viñales

Por a 23 Agosto 2020 18:50

Maverick Viñales apanhou um dos maiores sustos da sua vida no Red Bull Ring, quando teve que saltar da sua moto a mais de 200 km/h antes da curva 1. O espanhol já disse que está bem fisicamente e que não quer perder o foco para a corrida dupla em Misano. 

Quando a Yamaha M1 de Maverick Visales bateu no Airfences na Curva 1 e pegou fogo, de imediato os comissários do GP de Estíria mostraram a bandeira vermelha de paragem da corrida, a segunda a ser mostrada em Spielberg após o acidente há uma semana entre Zarco e Morbidelli. Felizmente, o piloto da Yamaha não teve nenhuma lesão grave após a aparente falha de travões que o fez saltar da moto a tempo de evitar o pior.

A corrida até teve um início positivo para o piloto espanhol: “Comecei muito bem e a moto estava rápida, estava fantástica nas primeiras voltas. Estava a pressionar o Dovizioso, mas como não tinhamos a velocidade máxima da Ducati, não consegui ultrapassá-lo, repeti isso uma e outra vez, ultrapassei-o mas novamente fui apanhado por ele na reta, senti que não podia fazer nada”.

“Não tive outra solução senão pular da moto”

“Depois disso, procurei encontrar o ritmo de novo e foi quando comecei a sentir menos pressão no travão dianteiro. Tentei de novo ultrapassá-lo sem conseguir e depois fiz três voltas muito lentas em 1m26s, consegui baixar de novo a volta para 1m24s – até que a pressão do travão voltou a baixar estranhamento. Quartararo, Valentino e Petrucci ultrapassaram-me, e depois disso de repente o travão voltou a funcionar bem novamente e voltei a ser rápido, alcancei o Valentino e o Quartararo e de repente o travão falhou na curva 1. Era impossível fazer qualquer outra coisa, senão saltar da moto para não seguir contra as barreiras de proteção”.

Antes disto, já o colega de marca Fabio Quartararo reclamou das preocupações com os travões após o GP da Áustria, há uma semana. Ele sabia do problema? “Não, eu nunca tive nada assim em toda a minha carreira na MotoGP”, disse o espanhol da Yamaha. “Talvez a pressão tenha diminuído um pouco, mas depois joguei com a caixa de velocidades para compensar a falha dos travões. Não tive alternativa, a moto era impossível de parar, então eu pulei.”

“Percebi que o travão tinha quebrado ou alguma outra coisa. Então decidi pular da moto. É isso, é isso. Perdemos e ganhamos juntos e vamos tentar voltar mais fortes.”

Em retrospectiva, no entanto, o piloto da Yamaha de 25 anos admitiu: “Nunca até agora tive e problemas com o travão dianteiro, só tive aqui. Eu deveria ter parado, mas não queria. Eu queria chegar à linha de chegada, nem que fosse para conseguir apenas um ponto. Dou sempre o meu máximo e, portanto…”

“Não podemos perder o foco para Misano e Barcelona”

Na tabela do campeonato do mundo, este contratempo fez o espanhol baixar ao quinto lugar, mas com muitas corridas ainda pela frente, tudo ainda é matematicamente possível. “Agora temos que esquecer rapidamente estas duas corridas na Áustria. Foram certamente as duas piores corridas desde que eu estou na MotoGP. Mas merecemos mais, até porque trabalhamos duramente todo o fim-de-semana”.

Acima de tudo, é a perspetiva de outro evento duplo (em Misano, 13 e 20 de setembro) e um Grande Prémio em Barcelona (27 de setembro) que dá confiança à estrela da Yamaha: “Temos que pensar positivamente, porque agora vem as corridas onde nós, e eu particularmente, somos muito fortes. Não podemos perder o foco, até porque há uma semana eu estava na pole position”.


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Ricardo Ferreira
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