MotoGP, Equipa a equipa: os detalhes do último dia de testes em Portimão

Por a 12 Março 2023 19:41

Terminou há pouco o último dia de testes de pré-temporada antes do início da época de MotoGP, com Francesco Bagnaia a bater o recorde do Autódromo Internacional do Algarve e a rodar em 1:37.968 minutos. Um total de 12 pilotos bateram o recorde anterior de 1:38.725. Johann Zarco foi quem mais se aproximou de Bagnaia, com um time attack que não chegou ao segundo 37. Fabio Quartararo pareceu bem mais feliz do que no dia anterior, ficando em terceiro, a apenas 38 milésimos de Zarco. Aqui ficam os destaques das diferentes fábricas.

Começando pela Ducati, Bagnaia demoliu o seu recorde anterior e depois fez uma simulação de sprint surpreendente, com muitas das voltas abaixo do recorde anterior. Depois disso, Quartararo aproximou-se bastante mais, antes de Johann Zarco separar os dois principais candidatos ao título de 2022. Bastianini não se tinha mostrado muito na tabela de tempos no sábado, tendo terminado hoje no sexto lugar, embora se queira aproximar ainda mais do colega de equipa no Grande Prémio. Não houve muitas novidades na Ducati, com o foco virado em testarem o que já tinham. Zarco foi o que se aproximou mais de Bagnaia, superando Quartararo e terminando em segundo. Zarco também pareceu ter bom ritmo de corrida e esteve a trabalhar a sua própria afinação em vez de testar algo para a fábrica. Jorge Martín também esteve em bom plano, terminando em oitavo, e correndo com as carenagens de efeito de solo novamente. Na VR46, Luca Marini teve um dia mais parado, fruto de dois problemas técnicos, mas ainda puxou no final e subiu ao quarto lugar, mesmo à frente de Marco Bezzecchi, quinto. Na Gresini, Fabio Di Giannantonio não participou neste último dia, devido à queda do dia anterior, procurando agora recuperar para estar a postos para o fim de semana de corrida. Álex Márquez esteve em quarto durante a maior parte do dia, antes dos time attacks que o fizeram baixar para um ainda interessante sétimo lugar, mesmo atrás de Bastianini. Sofreu duas quedas, mas não sofreu lesões.

Os testes de Portimão não estavam animadores para a Yamaha no primeiro dia, nem na manhã de hoje. Os problemas com os pneus macios continuaram a afetar Fabio Quartararo e Franco Morbidelli, mas, a três horas do fim, Quartararo subiu ao segundo lugar, a 148 milésimos do tempo recorde de Bagnaia (terminou em terceiro). Ambos os pilotos continuaram a testar pacotes aerodinâmicos diferentes. O ponto principal é que Quartararo deu um grande passo e sente-se mais feliz do que se sentia em Sepang e no dia de ontem. Morbidelli não terá a mesma sensação, tendo terminado em 19.º após 89 voltas.

Na KTM, o teste serviu para analisar aquilo que já tinham em vez de trazerem partes novas, com o foco principal a ser o motor. Brad Binder destacou-se na tabela de tempos, com o sul-africano a terminar em nono, também abaixo do recorde anterior, e à frente das três principais Aprilia. Jack Miller foi 17.º, focando-se nas afinações e dando feedback sobre a parte eletrónica. Miller disse que ainda há arestas por limar, mas a KTM está a chegar lá. Francesco Guidotti admitiu que o primeiro dia foi mais duro, mas disse que já veem luz ao fundo do túnel. Apenas faltam “alguns décimos” de aderência, estando a trabalhar em soluções mecânicas e eletrónicas para dar o passo em frente. Na GASGAS, Pol Espargaró ficou em 18.º, a apenas 15 milésimos de Miller, com Augusto Fernández 21.º no dia de hoje e 22.º na geral, poucos décimos atrás de Takaaki Nakagami.

Na Aprilia, Aleix Espargaró continuou com os problemas de arm pump que o afetaram no primeiro dia, completando hoje apenas 52 voltas, sendo mesmo aquele que rodou menos. O espanhol vai ser mesmo operado em Barcelona antes da primeira ronda da época. Em termos de ritmo, Espargaró foi o melhor da Aprilia, terminando em décimo, mas os problemas no braço não ajudaram. Do outro lado da box, Maverick Viñales termina feliz, apesar de um problema técnico numa das suas motos. O 12.º lugar não revela tudo, com o Top Gun a completar 82 voltas e a partir com um estado de espírito positivo para a época. Na RNF, Miguel Oliveira e Raúl Fernández também tiveram um teste positivo, embora ambos tenham caído à tarde – Oliveira na curva 3, Fernández na curva 1 – e terminado em lugares que, tal como os de Espargaró e Viñales, não representam tudo (Oliveira foi 11.º, Fernández 16.º).

Por fim, a Honda, que, tal como Marc Márquez indicava ontem, trabalhou com aquilo que já tinha. O espanhol confirmou que o dia de hoje foi o seu melhor em termos de sensações na pré-época. A simulação de sprint confirmou que a Honda não está assim tão longe, embora não seja aí que queira estar. Márquez também confirmou que ele e Joan Mir estão a remar para o mesmo lado. Álex Rins teve o pacote aerodinâmico de 2021 e as carenagens de efeito de solo para testar. Para além disso, Rins e Takaaki Nakagami estiveram a usar a embraiagem do ano passado. Mir terminou os testes como o piloto da Honda mais rápido, em 13.º, 16 milésimos à frente de Márquez, 14.º, que, por seu lado, está quatro milésimos à frente de Rins, 15.º., todos a menos de um segundo de Bagnaia. Nakagami terminou o teste em 20.º, a 1.3 segundos do topo.

Terminou assim a pré-temporada de 2023, sendo que a próxima vez que os pilotos vierem para a pista será para o fim de semana do Grande Prémio de Portugal, daqui a duas semanas.

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