MotoGP, Equipa a equipa: os detalhes do primeiro dia de testes em Portimão
Terminou há instantes o primeiro dia de testes de pré-temporada em Portimão, o penúltimo antes do início da temporada. O campeão Francesco Bagnaia (Ducati) terminou como o mais rápido, à frente do ‘rei da pré-época’ Luca Marini (VR46), segundo, e Maverick Viñales (Aprilia), terceiro. Num dia completamente seco, aqui fica um apanhado do que fizeram as diferentes fábricas.
Na Ducati, Bagnaia terminou como o mais rápido, respondendo a Marini, que esteve no topo da tabela durante a maior parte do dia. A vantagem de Bagnaia foi de pouco mais de dois décimos, com o novo colega de equipa Enea Bastianini fora do top-10, em 17.º, embora isso não o deva preocupar muito. O italiano trabalhou muito com pneus usados e teve alguns problemas técnicos no início para ultrapassar, terminando também com uma queda. Ambos os pilotos da Ducati utilizaram o pacote aerodinâmico atualizado e Bagnaia continuou com as ‘downwash ducts’ em vez das carenagens de efeito de solo vistas anteriormente, tal como Bastianini. O wingnut no guiador esquerdo, usado para o holeshot, esteve nas duas máquinas. Voltando a Marini, foi segundo, competindo com Bagnaia e Viñales pelo primeiro lugar, com Marco Bezzecchi em sétimo. Por seu lado, Álex Márquez (Gresini) foi quarto, continuando a impressionar, com Fabio Di Giannantonio em nono. Diggia sofreu uma queda e foi a um hospital local para mais exames. Jorge Martín (Pramac) completou o top-10, sendo visto com um chassis diferente, que já tinha sido avistado e pode fazer parte de uma experiência da Ducati. O número 89 foi por uma via diferente dos pilotos da equipa de fábrica, fazendo muitas voltas com as carenagens de efeito de solo. O colega de equipa Johann Zarco foi 13.º, não muito longe de Martín. O piloto de testes Michele Pirro também participou na sessão, terminando na 20.ª posição.
Na Aprilia, houve várias atualizações aerodinâmicas e inovações. A fábrica de Noale tinha uma asa no braço oscilante da moto, algumas asas coladas às forquilhas dianteiras e uma asa traseira melhorada. A tabela de tempos também é animadora, com Maverick Viñales a ameaçar constantemente as primeiras posições, tal como Miguel Oliveira. O português terminou o dia em sexto, um lugar atrás de Raúl Fernández, que demorou mais tempo a chegar aos primeiros lugares, mas conseguiu subir a quinto no último par de horas. Isso colocou três motos da Aprilia no top-6, com Aleix Espargaró a terminar em 12.º. Tanto o espanhol como o colega de equipa Viñales caíram no início dos testes, com Espargaró a revelar que magoou o tornozelo que tinha lesionado em Silverstone. O número 41 também admitiu ter tido dificuldades com arm pump, embora não seja “um desastre”. Para além da Ducati, a Aprilia parece ser a fábrica mais confortável antes do último dia de testes, com destaque para a velocidade de Fernández e Oliveira.
O upgrade mais notável que se viu na box da Yamaha no primeiro foi uma peça aerodinâmica radical numa das motos de Franco Morbidelli. O italiano também rodou com dois chassis diferentes que tem disponíveis. Do lado de Fabio Quartararo, ambas as suas motos tinham uma aerodinâmica maior, sugerindo que é isso que ele prefere. O campeão de 2021 testou afinações diferentes na frente, explorando aquilo que pode fazer na moto. Um time attack final viu Quartararo subir ao oitavo lugar, a oito décimos do primeiro posto, com Morbidelli a terminar em 21.º, completando 95 voltas – mais cinco do que Quartararo. Um dia preenchido para a fábrica de Iwata, prevendo-se algo parecido amanhã.
Na Honda, muitas coisas aconteceram, com a fábrica a procurar finalizar a direção que pretende seguir em 2023. Marc Márquez fez muito trabalho nas asas e entrada de ar da moto, tal como um novo chassis que foi trazido para o teste. O número 93 sofreu uma pequena queda de tarde, sem lesões. Um 19.º lugar não é muito promissor, mas as 78 voltas sugerem um dia de muito trabalho (e é também um sinal de boa condição física). Márquez confirmou que o ritmo da parte da tarde foi interrompido, porque era preciso testar “grandes conceitos”, com domingo a ser mais para se concentrarem no que já têm. Joan Mir, 14.º classificado, também rodou bastante com o novo chassis. O campeão de 2020 admitiu que teve algumas dificuldades, tendo também caído à tarde. As curvas rápidas e a potência são as principais áreas que Mir deve melhorar. Na LCR, Álex Rins e Takaaki Nakagami tinham o chassis mais antigo nas suas motos. Rins terminou como o piloto da Honda mais rápido, em 11.º, sem grandes partes novas para testar e continuando a sua adaptação à nova moto. Takaaki Nakagami concluiu o dia em 23.º. A Honda também utilizou o seu piloto de testes, Stefan Bradl, que foi 18.º.
Brad Binder foi o melhor piloto da KTM no primeiro dia, em 15.º, mas Jack Miller veio logo a seguir, em 16.º. O trabalho visível centrou-se na aerodinâmica, com ambos os pilotos a terem uma moto com as carenagens de efeito de solo e as downwash ducts e outra apenas com as carenagens de efeito de solo. Pareceu que a fábrica austríaca passou para o motor que tinha utilizado em Sepang. Na GASGAS, Pol Espargaró terminou apenas em 22.º, mas também teve a divisão aerodinâmica vista na KTM, tal como Augusto Fernández, 24.º e último. Pela primeira vez, os pilotos da GASGAS tinham o mesmo chassis, e Fernández ficou um pouco mais perto, à medida que se prepara para o seu primeiro fim de semana de MotoGP.
Amanhã decorre o último dia de testes, com a ação a começar novamente às 9h30 e a concluir às 17h30.