MotoGP, Casey Stoner quer ver alterações no MotoGP: quais é que fazem sentido?
As regras atuais do MotoGP têm proporcionado várias boas corridas ao longo dos últimos anos, mas há sempre quem defenda que há espaço para melhorar. E Casey Stoner é um deles. O antigo piloto defendeu vários pontos que entende que devem ser alterados, e o The Race olhou para cada um deles e avaliou.
Começando pela componente eletrónica, Stoner defende que há um excesso de ajuda eletrónica para o piloto que torna a condução demasiado fácil.
“Quero vê-los a deslizar, quero ver os erros, quero ver as pessoas com dificuldades em encontrar aderência. Pessoas a começarem bem a corrida devido à escolha de pneus e pessoas a começarem mal e a ganharem lugares em pista”. Contudo, essa ideia poderia não ser bem acolhida pelos construtores, que não vão querer abdicar de algo que já têm e que tem contribuído para equilibrar o pelotão. Para além da questão da segurança, esta ideia de Casey Stoner tornaria as motos bastante mais complicadas de conduzir.
Depois vem a questão do stewarding. De acordo com Stoner, “é preciso haver mais claridade ou mais direção definitiva da direção de corrida. Não houve problemas durante tantos, e agora que há toda esta margem de manobra, há problemas. Acho que todos precisam de ter mais respeito uns pelos outros em pista”. Apenas uma coisa mudou nos stewards desde o tempo de Stoner: Freddie Spencer é agora o juiz principal, tendo substituído Mike Webb no cargo em 2018. E Stoner não está sozinho nesta queixa. Há um desapontamento quase geral nas decisões que têm sido tomadas e, embora não haja sinal de que Spencer vá sair, as críticas podem vir a aumentar.
Stoner também se queixa de algumas adições às motos que considera desnecessárias. Embora não tenha dito a que se referia, ficou claro que estava a falar sobre o aumento aerodinâmico e sobre os dispositivos de altura. “Adoraria ter uma palavra nos regulamentos técnicos. Haveria obviamente controvérsia, mas há elementos que não precisam de lá estar – e não é uma questão de segurança. Uma das coisas que temos tornou o MotoGP em Fórmula 1 e os custos são enormes. Gostava de ver algumas medidas a desaparecerem”, disse. E embora haja certamente alguns adeptos que concordam, o maior obstáculo chama-se Ducati, porque ganha vantagem com essas adições e já investiu bastante dinheiro nas mesmas, não querendo abdicar delas.
Por fim, a questão dos limites de pista, que Stoner defende que devia ser como no seu tempo. “Não há mais limites de pista – vai sempre continuando e é limitada por tinta verde. Não ajuda, porque as pessoas deixam de ter medo. Antes, quando havia relva, todos tinham de ter cuidado, agora não interessa”. E, embora Stoner possa sentir isso, a verdade é que esta alternativa é bastante mais segura e provoca menos acidentes graves, sendo improvável que esta sugestão do australiano seja seguida.