MotoGP, Casey Stoner ‘nunca pensei que seria suficientemente bom’
Casey Stoner é uma das lendas do MotoGP e apesar de já estar reformado continua a acompanhar a classe rainha. O piloto australiano falou recentemente num podcast “Ducati Diaries” onde aborda temas como a saúde mental e como pode mudar a personalidade de uma pessoa.
Stoner começou por falar sobre ser considerado uma lenda do MotoGP: ‘Acho que vai demorar muito tempo até me sentir bem com isso. Porque nunca pensei que seria suficientemente bom; nunca pensei que iria tão longe como fui. Na minha juventude era mais confiante, mas depois tornou-se mais complicado. Por isso, durante todo o tempo em que estive a competir, e mesmo pouco tempo depois, nunca pensei em mim dessa forma, nunca acreditei nisso. Orgulho-me de muitas coisas que alcancei na minha carreira; e alcancei mais do que outros. Por isso, estou orgulhoso por poder aceitá-lo pouco a pouco e estar orgulhoso da minha carreira. Por dentro, eu era mais competitivo do que as pessoas esperavam que eu fosse. Gostava de ganhar, de fazer voltas perfeitas, de estar sempre a desafiar-me.’
Acrescentou sobre a pressão que sofria nos anos anteriores a chegar ao MotoGP.
– Houve alturas, depois das corridas, em que me sentava e sentia muita culpa por não ter feito o trabalho ou ter cometido um erro. Quando na verdade fui para a pista e fiz o que tinha de fazer. Quando estava na pista, havia uma luta constante dentro de mim entre tentar não esperar demasiado de mim próprio, mas ao mesmo tempo continuar a esforçar-me. Não é que não fosse amigável. Foi um período difícil, os media e toda a gente estava contra mim. E eu não tinha o carácter extrovertido que todos procuravam. As pessoas não compreendiam que eu não estava ali apenas para desfrutar das corridas. Esperavam que eu celebrasse cada vitória como se fosse um campeonato, mas eu esperava mais de mim próprio.
Finalizou falando sobre a sua personalidade de hoje em dia e quando competia no MotoGP: ‘Não vou mudar a minha maneira de ser. Vou continuar a dizer o que penso, talvez de forma menos dura do que costumava fazer. Mas acho que foi isso que me levou onde estou. Mas essas eram as minhas opiniões e os meus pontos de vista; e os meios de comunicação social castigaram-me por isso. E assim que os meios de comunicação o escrevem, os adeptos começam a odiar-nos.’
Imagem:Box Repsol