MotoGP, atualidade: Valentino Rossi, Parte 3

Por a 24 Maio 2020 16:00

Depois de duas temporadas frustrantes em que Rossi e a Yamaha perderam o título por duas temporadas consecutivas para a Honda de Nicky Hayden e a Ducati de Casey Stoner, em 2008 Rossi mudou de pneus da Michelin para os Bridgestone, alegadamente para “aumentar a sua motivação”.

Rossi iniciou o ano com um quinto lugar no Qatar, enquanto Stoner venceu a corrida, o que levou alguns a sugerir que seria mais do mesmo do ano anterior. No entanto, Rossi reagiu em Espanha com segundo, enquanto Stoner só conseguiu o 11º lugar.

Rossi terminaria em terceiro na ronda portuguesa com o seu companheiro de equipa Jorge Lorenzo a vencer, e depois das boas prestações em Espanha e Portugal, viria a somar três vitórias consecutivas na China, em França e em Itália. Seguiram-se mais dois segundos lugares, um na Catalunha e outro na Grã-Bretanha.

Rossi chegou a Assen com uma vantagem de 11 pontos sobre o segundo classificado, Pedrosa, mas fez um início lento a partir do terceiro lugar da grelha, apenas para perder a parte de trás da sua M1 à entrada de um gancho apertado de esquerda, recolhendo a Honda de Randy de Puniet, e levando-o para fora. Rossi voltaria a montar mas só conseguiu terminar em 11º lugar.

A Yamaha continuou a permitir a Rossi somar títulos

 

No entanto, Rossi retomou a liderança do campeonato na ronda alemã afetada pela chuva, depois de Pedrosa ter caído da pista molhada e Rossi ter sido segundo na corrida ganha por Stoner. Logo conquistou a vitória nos Estados Unidos depois de uma batalha difícil e um passe no “Corkscrew” sobre Stoner, que caiu algumas voltas depois, e repetiu no Japão e numa corrida encurtada pela chuva em Indianápolis.

As suas vitórias em Laguna Seca e Indianápolis também significaram que Rossi tinha vencido em todos os circuitos do calendário na época e a sua vitória em Motegi foi a sua primeira vitória do MotoGP na pista, tornando-se o primeiro piloto da Yamaha a vencer no circuito propriedade da Honda.

Entrando na 15ª ronda do campeonato, Rossi precisava de terminar em terceiro ou mais para ganhar o título em Motegi. Começou mal, caindo do quarto para o quinto lugar da grelha, mas rapidamente ganhou terreno para cruzar a linha na primeira posição e conquistar o seu quinto título de MotoGP. No pódio, vestiu uma camiseta com o texto “Scusate il ritardo” (“Desculpem o atraso”), sublinhando a sua falta de títulos nos últimos dois anos.

Em 2009, Rossi começou com um segundo lugar nos Estados Unidos, e viria então a marcar mais três poles e uma vitória na ronda alemã, lutando com unhas e dentes com Jorge Lorenzo a cinco voltas do fim. Na corrida seguinte na Grã-Bretanha, Rossi partiu da pole mas era terceiro na primeira volta. A queda de Toni Elías na oitava volta deixou Dovizioso e Rossi a lutar, mas à medida que a chuva se intensificava, Rossi deslizou para fora na volta 20, deixando-o em 11º e pondo Dovizioso a quase dez segundos de distância. Na ronda da República Checa, Rossi cruzou a linha de meta mais de 11 segundos à frente do segundo classificado, Dani Pedrosa.

A primeira e única desistência de Rossi aconteceu em Indianápolis quando caiu depois de ter sido ultrapassado pelo eventual vencedor Lorenzo. Na corrida seguinte, em San Marino, Rossi respondeu ao conquistar a sua sexta pole e vencer a corrida, ampliando a sua vantagem para 30 pontos.

Em Portugal, porém, foi Lorenzo quem esteve em vantagem, vencendo a prova com Rossi apenas a terminar em quarto. Na ronda australiana, Rossi terminou segundo para o herói da casa, Casey Stoner.

Na penúltima ronda na Malásia, Rossi obteve mais uma pole e um terceiro lugar na pista molhada em Sepang, atrás de Stoner e Pedrosa. Isto foi o suficiente para conquistar o seu sexto título de MotoGP. A última corrida da temporada, a Comunidade Valenciana, resultou no último pódio do ano para Rossi, atrás de Dani Pedrosa.

Rossi terminou o campeonato com 306 pontos, 72 pontos à frente do segundo lugar de Jorge Lorenzo. Seis foi o menor número de vitórias que Rossi teve numa época no campeonato; o mínimo anterior foi nove em 1999 na classe de 250 e em 2003, 2004 e 2008 no MotoGP. Rossi também não conseguiu vencer em Mugello pela primeira vez desde 2001.

Com dois títulos consecutivos conquistados, Rossi voltou a ser o favorito da temporada de 2010, e de facto venceu a primeira corrida da temporada no Qatar, ficou em terceiro lugar em Espanha, apesar duma lesão no ombro dum acidente de motocross, tendo a corrida sido ganha pelo seu companheiro de equipa Jorge Lorenzo depois de um passe de última volta. Seguiu-se uma pole e pódio com segundo lugar em França.

Na quarta ronda em Itália, as coisas mudaram para pior para Rossi, pois caiu numa das rápidas sequências direita-esquerda durante o segundo treino livre, a cerca de 190 km/h. Sofreu uma fratura composta deslocada da tíbia direita. Isto esmagou qualquer esperança de que ganhasse o título de 2010, e depois de cuidados pós-cirúrgicos perto da sua casa no hospital de Cattolica, ficou claro que estava fora de acção durante os próximos dois ou três meses. Foi a primeira vez que Rossi falhou uma corrida na sua carreira no Grande Prémio e permitiu que os seus rivais no título – Lorenzo, Pedrosa e Stoner – ganhassem pontos, pódios e vitórias enquanto estava ausente das rondas italianas, britânicas, holandesas e catalães.

Depois de ter perdido quatro provas, Rossi regressou na Alemanha, mais cedo do que o previsto, e apenas 41 dias após o acidente, e terminou notavelmente fora do pódio na quarta posição, depois de perder com Casey Stoner na última curva. Nos Estados Unidos, Rossi conquistou o seu primeiro pódio desde a sua perna partida sete semanas antes em Mugello, ultrapassando a Honda de Andrea Dovizioso. A corrida foi ganha por Lorenzo depois de Pedrosa ter caído da liderança. Nas duas rondas seguintes, na República Checa e em Indianápolis, Rossi obteve resultados modestos de quinto e quarto.

Rossi e Hayden encontram-se de novo na Ducati

Em San Marino, Rossi conseguiu mais um terceiro lugar, atrás do vencedor da corrida, Pedrosa, e do segundo classificado, Lorenzo. A corrida ficou marcada pela morte do piloto japonês de Moto2 Shoya Tomizawa, que foi atingido a alta velocidade por De Angelis e Redding.

No novo circuito de Aragón, Rossi voltou a estar fora do ritmo e terminou na sexta posição. Recuperou ao marcar um terceiro pódio no Japão, e na Malásia, Rossi conseguiu uma vitória impressionante ao vencer a corrida da 11ª posição, lutando com a Honda de Andrea Dovizioso. Esta foi a sua primeira vitória desde o acidente em Junho, e a sua segunda vitória da temporada. No entanto, Lorenzo conquistou o título, e Rossi terminou em terceiro no campeonato.

Rossi confirmou que iria para a equipa Ducati, assinando um contrato de dois anos a partir de 2011, juntando-se ao ex-companheiro de equipa da Honda, Nicky Hayden. Testou a Desmosedici pela primeira vez em Valencia a 9 de Novembro de 2010, a sua primeira aparição desde 1999 numa moto italiana. Rossi foi submetido a uma cirurgia ao ombro, para estar pronto para os testes de pré-temporada na Malásia. O primeiro teste deixou Rossi insatisfeito, tendo terminado a mais de 1,8 segundos do ritmo de Casey Stoner.

A sensação: Rossi numa Ducati

Havia muita antecipação para a primeira corrida da temporada com Rossi numa moto italiana, mas a temporada começou terminando apenas em sétimo no Qatar. Na segunda ronda em Espanha, Rossi subiu do 12.º lugar da grelha para a terceira posição, quando colidiu com a Honda de Casey Stoner a 20 voltas do fim. Rossi tentou passar Stoner por dentro, e a sua mota escorregou fazendo com que ambos os pilotos deslizassem para fora da pista, provocando o famoso comentário de Stoner; “a sua ambição excedeu o seu talento”.

Seguiu-se mais um quinto lugar em Portugal e melhor resultado do ano em França, onde conquistou o primeiro e único pódio da temporada.

Rossi terminou então as quatro corridas seguintes dentro dos seis primeiros; quinto na Catalunha, sexto na Grã-Bretanha, quarto na ronda holandesa e sexto em Itália.

Na nona ronda, na Alemanha, Rossi terminou no nono lugar. Nas duas corridas seguintes nos Estados Unidos e na República Checa, conseguiu dois sextos lugares, mas voltou a marcar um resultado dececionante quando cruzou a linha em décimo em Indianápolis, depois de ter encontrado problemas na caixa de velocidades na corrida.

Os maus resultados continuaram no seu “Grande Prémio de casa”, em San Marino e depois Aragón, quando Rossi só conseguiu terminar em sétimo e décimo, lutando com a Yamaha Tech 3 de Cal Crutchlow.

Rossi terminou o ano em baixa quando na ronda japonesa, caiu da corrida na primeira volta depois de um par de curvas. Seguiu-se outra desistência na Austrália.

Na Malásia, Rossi foi nono classificado, mas envolveu-se numa colisão fatal com Marco Simoncelli e Colin Edwards na segunda volta da corrida. Simoncelli caiu aterrando à frente de Edwards e Rossi, que ambos atropelaram Simoncelli que foi morto instantaneamente, e a corrida cancelada.

Na ronda da Comunidade Valenciana, Rossi retirou-se na primeira curva depois de Álvaro Bautista ter caído e derrubado Rossi, Hayden e Randy de Puniet.

Rossi terminou em sétimo lugar no campeonato com 139 pontos, 211 pontos atrás do campeão Casey Stoner. Também terminou uma temporada sem vitórias pela primeira vez na sua carreira de Grande Prémio.

Depois de uma primeira temporada frustrante com a Ducati, 2012 foi pouco melhor para Rossi. Começou mal no Qatar, e em Espanha e Portugal, terminou em nono e sétimo lugares, respetivamente.

Um dos seus melhores resultados do ano foi na ronda francesa. Passou para o quarto lugar na primeira volta e a seguir ultrapassou Pedrosa. Rossi foi então apanhado por Cal Crutchlow e Andrea Dovizioso, que lutaram com ele pelo último degrau do pódio até Crutchlow perder a frente da sua M1 na primeira curva. Ele montou e continuou a corrida, assim como Dovizioso, que sofreu o mesmo destino a quatro voltas do fim. Depois de se libertar dos dois pilotos da Tech 3, Rossi cortou a vantagem que Stoner tinha acumulado durante a luta nas dez voltas restantes e tentou ultrapassar Stoner saiu largo e Stoner retomou a posição. Na última volta, Rossi voltou a tentar a jogada, desta vez com sucesso, e cruzou a linha no segundo lugar: o seu melhor resultado numa Ducati.

Nas próximas corridas, a Ducati continuou a ter um desempenho fraco, permitindo a Rossi apenas pontuar. Terminou em sétimo lugar na Catalunha, e nono na Grã-Bretanha. Depois de um 13º lugar na ronda holandesa, Rossi terminou em sexto lugar na Alemanha, o seu melhor resultado a seco da temporada. Em Itália, melhorou o resultado alemão e terminou em quinto lugar. A única desistência da temporada chegou no GP dos Estados Unidos quando Rossi caiu no saca-rolhas. A seguir, Rossi terminou em sétimo nas rondas de Indianápolis e na República Checa.

Rossi igualaria o seu melhor resultado com a Ducati em Le Mans, terminando em segundo lugar pela segunda vez na temporada, mas terminou o seu último ano com a Ducati com desempenhos pouco dignos. Em Aragón, terminou em oitavo lugar, no Japão, sétimo, na ronda da Malásia, quinto, na Austrália, sétimo e na ronda da Comunidade Valenciana, décim0.

Assim, Rossi terminou em sexto lugar no campeonato, a 187 pontos do campeão Jorge Lorenzo e foi confirmado que deixaria a Ducati no final da temporada de 2012.

(continua)

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