MotoGP, as equipas: A KTM Red Bull Factory Racing

Por a 14 Junho 2020 16:00

A KTM Red Bull Factory Racing é a equipa de fábrica da KTM que compete no Campeonato do Mundo de MotoGP, apoiada pelo patrocinador titular, o fabricante de bebidas energéticas Red Bull.

A KTM tem uma presença bem estabelecida, poderia até dizer-se dominante, no todo-o-terreno e a dada altura, depois de várias épocas de sucesso em Moto3 e Moto2, decidiu entrar no MotoGP na classe rainha das corridas de motociclismo.

Em Setembro de 2014, o seu director de competição Pit Beirer anunciou que a KTM ia começar a correr no MotoGP em 2017, apesar de trabalho no projeto ainda nem ter começado nessa altura.

Mika Kallio foi dos primeiros a testar a KTM RC16 de MotoGP

Um ano e meio antes da sua estreia no MotoGP, a KTM testou pela primeira vez o seu motor V4, desenvolvido em conjunto com a Rotax, uma configuração concebida para utilizar um chassis de tubo de aço, atualmente apenas utilizado por esta equipa, já que todas as outras favorecem a viga de alumínio ou carbono.

Em Outubro de 2015, a KTM RC16 foi testada pela primeira vez no Red Bull Ring com o Alemão Alex Hofmann como primeiro piloto de testes na moto.

A equipa realizou novos testes em circuitos como o Ricardo Tormo, Circuito de Jerez, Brno, Circuito de Misano Marco Simoncelli e Circuito de Mugello, utilizando os pilotos de testes Mika Kallio, Randy De Puniet, Karel Abraham e Thomas Luthi.

Subsequentemente, a equipa apresentou a RC16 ao público pela primeira vez antes do início do GP da Áustria de 2016, com os pilotos de testes Kallio e Hofmann a fazerem algumas voltas antes de anunciar que Mika Kallio teria uma entrada de wildcard para o GP de Valencia de 2016 a bordo da RC16, fazendo a corrida oficial de estreia para a máquina e para a KTM na categoria de MotoGP.

Em Novembro de 2016, Kallio pilotou de facto a RC16 como wildcard na corrida final em Valencia, qualificando-se no 20º lugar. Depois de, inicialmente, acompanhar o ritmo durante as etapas iniciais da corrida, os sensores da roda traseira da mota avariaram, dando condução estranha e forçando Kallio a retirar-se da corrida.

Smith não atinou com a KTM

Como piloto escolhidos para 2017, Pol Espargaró e Bradley Smith testaram a RC16 durante o primeiro teste oficial de inverno, apenas um dia depois do último Grande Prémio da temporada de 2016 em Valencia. Esta foi a primeira vez que a dupla montou as KTM depois de deixar a equipa Tech 3, onde eram colegas de equipa há três anos.

A KTM também fez um teste privado no circuito de Jerez no final de Novembro. Devido a Espargaró ainda estar sob contrato com a Yamaha na altura, não conseguiu testar, o que significa que Mika Kallio teve de o susbtituir.

Em Janeiro e Fevereiro, a KTM participou nos testes oficiais de pré-temporada no Circuito Internacional de Sepang e no Circuito de Phillip Island, bem como no teste final no Circuito Internacional de Losail, apenas duas semanas antes do primeiro Grande Prémio de 2017, que teve lugar em Março.

A equipa revelou a moto final na sua sede no final de Fevereiro, juntamente com a formação da KTM Red Bull Ajo que defendia o título de Moto3 e da nova KTM concorrente em Moto2.

A equipa estreou-se na categoria de MotoGP no Grande Prémio do Qatar de 2017, ilustrando as dificuldades de alinhar com uma moto nova contra formações estabelecidas há muito; qualificando-se em 22º e 23º, conseguiram terminar em 16º e 17º, a seis segundos de distância da frente.

No entanto, a equipa somou os primeiros pontos no segundo grande prémio da época na Argentina, terminando em 14º e 15º lugar.

No Grande Prémio de França de 2017, Espargaró terminou no 12º lugar da prova, o melhor resultado então até a seguir terminar no 11º lugar do TT holandês, e depois qualificou-se em 7º lugar no Grande Prémio da Alemanha de 2017, no qual Mika Kallio fez a sua segunda participação como wildcard na RC16.

Kallio terminou em 16º, enquanto Espargaró e Smith arrecadaram mais pontos.

A KTM dedicou muitos recursos ao desenvolvimento da RC16

No Grande Prémio da República Checa de 2017, Espargaró mostrou grande evolução, pois terminou em 9º lugar, naquele que foi o primeiro top 10 da equipa num Grande Prémio de MotoGP.

Pol voltaria a alcançar este feito no Grande Prémio da Austrália de 2017.

Para a temporada de 2018, as expectativas da KTM eram obviamente melhorar os seus resultados. Assim aconteceu no início da época, com Espargaró a terminar nos pontos um total de sete vezes seguidas.

Smith lutou com dificuldades para ter o mesmo início de temporada que Espargaró teve e no Grande Prémio de Espanha de 2018 foi anunciado que Johann Zarco iria substituir Smith em 2019.

Durante o Grande Prémio da Alemanha de MotoGP de 2018, Kallio sofreu uma grave lesão no joelho durante os treinos. Outra lesão viria então a afetar também Espargaró, que fraturou a clavícula numa sessão de aquecimento para o Grande Prémio da República Checa de 2018.

Smith seria assim o único piloto de fábrica da KTM algum tempo, com Espargaró a tentar regressar de lesão demasiado cedo, resultando em maus resultados e mesmo não alinhando num Grande Prémio. Apesar de ter sido uma temporada difícil e não corresponder às expectativas, o Grande Prémio da Comunidade Valenciana de 2018 tornar-se-ia o dia mais bem-sucedido da história da KTM até à data em Grand Prix. A KTM e o regressado Espargaró viriam a ocupar o primeiro pódios na classe rainha de MotoGP, com Smith a terminar a sua carreira na KTM com um melhor resultado pessoal de um 8º lugar na chuva torrencial de Valencia.

Para 2019, a KTM anunciou que iria ter, além da Red Bull de fábrica, uma equipa satélite com a Tech3 de Miguel Oliveira e Hafizh Syahrin.

A formação de fábrica alinhou com Pol Espargaró e Johann Zarco, mas muito destaque foi dado também à contratação de Dani Pedrosa, recentemente retirado, como piloto de testes da formação. Em particular os seus muitos anos de experiência com as Honda de motor V4 seriam decerto uma ajuda preciosa à formação Austríaca, e os resultado não se fizeram esperar, com Pol a qualificar regularmente nos primeiros 8.

Zarco deixou a KTM em baixa depois de uma época desastrosa

Johann Zarco, porém, vindo da Yamaha, nunca se habituou à ferocidade da KTM RC16 e teve uma série de quedas e resultados medíocres.

Em Agosto de 2019, Johann Zarco anunciou que não iria pilotar mais pela KTM e acabou sendo despedido. Em Setembro de 2019, a equipa anunciou que Zarco não iria participar nas restantes seis provas a partir de 22 de Setembro, com o piloto de testes Mika Kallio a ocupar o seu lugar.

Para 2020, com Pol Espargaró reforçado com a promoção de Brad Binder da classe de Moto2, e um novo chassis muito melhorado, espera-se que a KTM engrene uma nova mudança na sua história no Mundial de Velocidade…

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