MotoGP, Andrea Dovizioso: “Ser amigável é a minha forma de estar na vida”

Por a 27 Agosto 2022 15:56

Para o veterano Andrea Dovizioso, a grande carreira de MotoGP terminará após o GP de Misano da próxima semana. A publicação alemã Speedweek, entrevistou o italiano de 36 anos que é um dos últimos da ‘classe de 2010’ no MotoGP – o outro é Aleix Espargaró.

A temporada de 2022 não tem sido nada fácil para ‘Dovi’. O italiano, que compete pela equipa WithU RNF Yamaha, terminou em 11º em 13 corridas. Após as férias de verão, anunciou a sua retirada do campeonato do mundo – após 21 anos. Em Misano fará a sua última corrida.

Andrea tem15 vitórias na classe de MotoGP, algumas com ataques fortíssimo do Marc Márquez na última curva. Qual foi a sua melhor vitória?

“É difícil destacar uma, mas por exemplo Misano em 2018. Tudo foi simplesmente perfeito para mim. Em termos de velocidade, a manobra de ultrapassagem contra o Jorge Lorenzo aconteceu no momento exato. Melhor que isso era impossível. Mas vencer Silverstone em 2017 foi uma loucura, porque fiz tudo perfeitamente. Não era o mais rápido, mas se ganhas quando não és o mais rápido, é porque fizeste tudo certo. Está no limites, é uma loucura.”

E 2017? Na Áustria e em Motegi 2017 na chuva…

Motegi é a única corrida da minha carreira em que, olhando para trás, percebi o quão rápido Marc e eu realmente fomos. Não apenas em comparação com os outros pilotos, mas para nós dois era normal rodar neste nível. Porque era uma luta de campeonato. Estávamos acima do limite em termos de aderência, os pneus estavam esgotados, mas forçamos do início ao fim. Lutamos nas duas últimas voltas até a última curva. No entanto, acho que a minha moto foi melhor nesta corrida.”

Marc Marquez foi o seu maior adversário, aquele que mais sempre respeitou?

“O que aconteceu entre Marc e eu foi um pouco estranho, porque acho que ele sempre esteve muito perto do limite, às vezes até acima dele. Também comigo. Mas quando eu lutei com ele, nada de mau aconteceu. A maneira como lutei com ele foi diferente do que com os outros, foi especial.”

Muitos dizem que você é rápido, mas não agressivo. Aceita essa opinião?

“Sim, é verdade, mas não vejo isso de forma negativa. Todo mundo quer te ver agressivo, mas eu não me importo… deixe-me explicar.  Sempre estudo o meu adversário. E se olhar para o fim das carreiras de Capirossi e Rossi, verifica que foi quando eles se tornaram diplomáticos. Na minha opinião eles fizeram isso porque apesar de ganharem muito e serem dois dos melhores pilotos do mundo, perceberam que é impossível mostrar a todos a verdade.

Para mim não é importante ouvir o que as outras pessoas pensam, porque elas não podem conhecer a verdade em pormenor. Eu tento ficar relaxado perto de outras pessoas. A menos que você faça algo contra mim, eu nunca o prejudicarei. Nunca. Talvez eu esteja a ser muito amigável, mas não me importo, é a minha forma de estar na vida.”

A carreira de GP de Andrea Dovizioso:

  • 345 corridas
  • 24 vitórias
  • 39 segundos lugares
  • 40 terceiros lugares
  • 20 pole positions
  • 22 voltas mais rápidas

Campeão do Mundo de 125cc 2004 numa Honda

Cinco vezes vice-campeão (2006/07 nas 250cc e 2017 – 2019 no MotoGP)

Duas vezes terceiro no Campeonato do Mundo (2005 nas 250cc e 2011 no MotoGP)

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Ricardo Ferreira
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