MotoGP, Análise às long runs nos testes do Qatar: quem está melhor e pior?

Por a 27 Fevereiro 2024 11:30

Terminados os testes de pré-temporada, e ainda antes de começar a época no Qatar, o MotoGP fez uma análise a algumas long runs que alguns pilotos fizeram em Losail, de modo a tirar já algumas possíveis conclusões sobre quem está em melhor forma antes do Grande Prémio.

Francesco Bagnaia e Aleix Espargaró não fizeram uma run assim tão longa (sete voltas apenas), mas os stints foram impressionantes. O 1:53.262 de Bagnaia chegou no final da sua run, com esse tempo a ser pouco mais de sete décimos mais lento do que o seu segundo pior tempo, enquanto Espargaró mostrou grande consistência, rodando em 1:51 alto durante duas voltas e 1:52 baixo durante cinco voltas. Os números dos dois pilotos podem colocar a Ducati e a Aprilia em boa posição para o sprint.

Francesco Bagnaia (7 voltas: melhor volta em 1:51.850, média de voltas em 1:52.430)

Aleix Espargaró (7 voltas: melhor volta em 1:51.931, média em 1:52.106)

Brad Binder (melhor volta em 1:52.859, média em 1:53.224) foi o único a simular uma distância de corrida, com uma run de 22 voltas consistente. Das nove primeiras voltas do piloto da KTM, três foram em 1:52 alto, com o resto da sua simulação em 1:53 baixo. Não houve outras simulações de 22 voltas, mas Binder foi o mais rápido dos que fizeram distâncias bem superiores a meia corrida.

Brad Binder (22 voltas, melhor volta em 1:52.859, média em 1:53.224)

Depois, há os pilotos que fizeram 14 voltas ou mais. Álex Márquez e Pedro Acosta (18 voltas) e Luca Marini (17) não ficaram longe da distância de corrida completa. O facto de Acosta estar tão próximo do ritmo de Álex Márquez no Qatar é bom sinal para o rookie, embora não se saiba quantas voltas tinham os pneus nem o nível de combustível. A run de Viñales incluiu nove voltas em 1:52, com a última, em 1:52.905, na sua 15.ª volta. Se juntarmos a isso o stint mais curto de Aleix Espargaró, a Aprilia dá bons indicadores para a qualificação, sprint e corrida. As 14 voltas de Takaaki Nakagami também foram assinaláveis, com as últimas quatro voltas a variarem entre 1:53.2 e 1:53.3, apenas a um ou dois décimos da sua melhor volta da run. Já Luca Marini não conseguiu chegar ao 1:53 baixo, mas o seu ritmo também não flutuou muito, o que pode significar que a Honda não castiga muito os pneus.

Maverick Viñales (17 voltas: melhor volta em 1:52.710, média em 1:53.322

Takaaki Nakagami (14 voltas: melhor volta em 1:53.197, média em 1:53.544

Álex Márquez (18 voltas: melhor volta em 1:52.843, média em 1:53.693)

Pedro Acosta (18 voltas: melhor volta em 1:53.187, média em 1:53.710)

Luca Marini (14 voltas: melhor volta em 1:53.679, média em 1:53.840)

Fabio Di Giannantonio foi uma das figuras de destaque da pré-temporada, sendo que das suas 11 voltas, sete foram abaixo da marca de 1:52.5. Apenas uma volta foi feita em 1:53 (1:53.020) e na última volta da sua run, o italiano fez 1:52.472, o que não é mau de todo. Enea Bastianini não teve sorte em 2023, mas teve igualmente uma boa pré-época, com o seu ritmo muito semelhante ao de Di Giannantonio nas runs comparáveis que fizeram, com Marco Bezzecchi a não os conseguir igualar. Já a Yamaha está mais preocupada em melhorar o time attack do que o ritmo de corrida, mas Fabio Quartararo fez uma run decente de dez voltas. O francês fez seis voltas em 1:52, com as últimas quatro a serem todas em 1:53, a última em 1:53.649. Cerca de um segundo entre a melhor e a pior volta não é fantástico, mas não se sabe quanta vida é que os pneus já tinham, mas, se Quartararo conseguir rodar mais vezes em 1:52, terá um ritmo competitivo.

Fabio Di Giannantonio (11 voltas: melhor volta em 1:52.320, média em 1:52.533)

Enea Bastianini (10 voltas: melhor volta em 1:52.016, média em 1:52.541)

Marco Bezzecchi (9 voltas: melhor volta em 1:52.575, média em 1:52.951)

Fabio Quartararo (10 voltas: melhor volta em 1:52.551, média em 1:53.042)

É preciso relembrar que todos estes tempos são analisados sob a condição de não se saber quantas voltas tinham os pneus e quanto combustível tinha cada moto, mas, ainda assim, dá para ter uma ideia de quem está melhor e pior para o Grande Prémio do Qatar, que decorre de 8 a 10 de março.

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Bernardo Figueiredo
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