MotoGP, Análise: A diferença entre as Ducati de primeira e segunda linha

Por a 6 Dezembro 2023 11:48

Não é crível que Marc Márquez vá ter uma Ducati de ‘primeira linha’ no próximo ano, isto é, uma Desmosedici GP24 idêntica às de Francesco Bagnaia e Enea Bastianini. Até agora, esse foi um privilégio concedido unicamente à Pramac Racing, e o resultado ficou à vista: Jorge Martin foi o único a dar luta às motos de fábrica de fábrica de Borgo Panigale.

Como a Ducati teve oito pilotos a tempo inteiro na grelha de MotoGP este ano, e nenhum dos seus principais rivais teve mais de quatro, é um exercício interessante ver como seria o campeonato se as motos de fábrica e as motos mais antigas fossem tratadas como dois fabricantes separados.

No resumo da época, feitas as contas, as GP23 nas mãos da equipa de fábrica e da Pramac saíram no topo com mais frequência, mas mesmo as GP22 com um ano de idade, utilizadas pela VR46 e Gresini, foram melhores do que os melhores produtos que outros fabricantes criaram.

É interessante esta questão, porque se atentarmos aos resultados do campeonato de fabricantes, divindindo as Ducati em dois fabricantes ( as motos do ano e as de 2023), as duas  melhores motos da temporada seriam as duas motos de Borgo Panigale, a GP23 (657 pontos) e GP22 (462 pontos), repectivamente, seguida pela KTM, Aprilia, Yamaha e Honda.

De acordo com o ‘The Race’, este domínio da Ducati foi uma das principais razões para Gigi Dall’Igna andar nos últimos tempos de largo sorriso no rosto, mas também um dos motivos para haver tanto burburinho sobre Marc Márquez adquirir uma Ducati com especificações mais antigas – porque é aceite quase unanimemente que um piloto do seu calibre pode lutar pelo campeonato com uma moto de especicifcação anterior.

Aliás, as Ducatis com um ano ainda eram competitivas nas rondas finais. Alex Márquez foi provavelmente o piloto mais rápido em Sepang. O companheiro de equipa Fabio Di Giannantonio foi o piloto mais rápido no Qatar. E, se a sua qualificação não tivesse corrido mal, Di Giannantonio provavelmente também teria defendido ser o piloto mais rápido em Valência.

Porém, esta dinâmica não é aquela que Dall’Igna espera manter em 2024: “O problema é que não temos muitos testes durante o inverno para configurar todas as novas peças que gostaríamos de apresentar”, disse Dall’Igna. “Então, cometemos um erro no início de 2022, porque tentamos colocar muitos desenvolvimentos na moto. Aprendemos com essa lição e não queremos fazer muitas evoluções na moto, mas para este ano faremos algo mais. Acho que para a próxima temporada a diferença entre as motos de fábrica e as do ano anterior será um pouco maior. Mas veremos.”

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Ricardo Ferreira
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