MotoGP: Algumas conclusões a tirar dos testes de inverno
Vamos neste artigo analisar algumas questões, que ficaram sem resposta após o fecho dos testes de inverno em Portimão.
Em primeiro lugar, convém recordar que, na conclusão dos testes de inverno em Portimão, o presente campeão mundial Pecco Bagnaia liderou um grupo de sete pilotos com a Ducati no top 8. Fabio Quartararo segurou o terceiro lugar com a sua Yamaha M1 e o piloto de fábrica da KTM Brad Binder, finalmente subiu para o 9º lugar. O capitão da Aprilia, Aleix Espargaró, completou o top-10, mas foi operado ao antebraço direito dois dias depois. Marc Márquez terminou em 14º na Honda, atrás do novo companheiro de equipa da Repsol Honda, Joan Mir. O teste está feito, mas as suposições continuam no ar.
Será Marc Márquez ainda capaz de vencer? De acordo com o que jornalista de MotoGP, Michael Scott, a resposta é sim. “O tempo não espera por ninguém, mas a genialidade não pode ser negada. A grande questão é se Marc Márquez, agora com 30 anos, tem motivação para enfrentar a onda de jovens talentos que Rossi procura há muito tempo. Sim, é capaz, mas outro fator a considerar: a Honda RC213V será boa o suficiente para tornar isso possível?”, escreveu Scott na sua coluna habitual da Speedweek.
Duas outras questões relacionadas com esta, dizem respeito a Joan Mir e à Honda. Vai Joan Mir desafiar o companheiro de equipa ao longo da temporada. Pessoalmente, acho que sim, beneficiando do facto de trabalhar diretamente com Ken Kawauchi, agora director ténico da Honda Repsol, mas que como Mir vem da extinta Team Suzuki onde estão junto desde o título do espanhol em 2020. Essa é uma ‘mais valia’ que não pode ser esquecida, até porque o tempo de Marc Marquez ter uma moto construída só para ele, pode muito bem estar a acabar.
A outra questão está em saber se a Honda será capaz de sair da crise profunda em que caiu? “Há novas pessoas como o ex-suzuki Ken Kawauchi e novos desenvolvimentos, incluindo fornecedores externos. E estamos falando de uma moto que ainda era uma moto vencedora até a lesão de Marc. Espero que o HRC seja mais forte do que no ano passado, quando teve apenas dois pódios e nenhuma vitória.” Escreve Michael Scott.
A quarta questão está em saber se as Corridas Sprint (formato ligeiramente ‘copiado’ do WSBK) afetarão o campeonato e vão enchar as bancadas ao sábado? Scott acha que sim para o primeiro, talvez para o último. “Um sprint de meia distância e meio ponto no sábado à tarde, definitivamente traz mais espetáculo, mas isso fornecerá o impulso desejado? O formato favorece mais os que correm riscos do que os sussurradores de pneus, o que pode ter implicações para o Mundial. A ameaça de lesões é preocupante.”
E a Yamaha, reforça-se desta vez, mesmo sem qualquer equipa satélite? A maior anomalia da temporada de 2022 foi a força de Fabio Quartararo, contrastante com uma moto que os seus então três companheiros de marca acharam desastrosa. A falta de velocidade foi parcialmente compensada, mas perdeu-se a equipa cliente (para a Aprilia). Um ‘talvez’ parece ser a melhor resposta neste caso, até porque a equipa gerida por Massimo Meregalli parece ‘meio perdida’ entre usar ou não a nova aerodinâmica e muitas dúvidas sobre os pneus a utilizar. Em resumo, talvez a resposta surja no GP de Portugal.
Por fim, a Aprilia que causou boa impressão no fecho dos testes de inverno em Portimão.Terá a equipa de Noale chegado à maturidade? “Aleix Espargaró (agora o piloto mais velho no mundial) talvez seja muito adulto? Viñales encontrará a melhor versão do Maverick? E Miguel Oliveira vencerá os dois? Os ex-azarões tiveram uma melhora notável no ano passado, mas erros estúpidos custaram pontos no final. Um ano depois, as coisas parecem diferentes”, escreveu Michael Scott.