MotoGP, Alberto Puig: “Não tenho uma bola de cristal para saber o futuro de Márquez”

O chefe da equipa Repsol Honda, Alberto Puig, comentou sobre os problemas da Honda esta manhã em Assen. Espera que Marc Márquez fique na equipa em 2024, mas não tem certezas absolutas sobre isso.

O que os japoneses estão a fazer na “classe premium” há cerca de três anos e meio é uma espécie de hara-kiri, dando tiros nos próprios pés! Marc Márquez sofreu até ao momento 15 quedas em cinco Grandes Prémios e o seu companheiro de equipa Joan Mir, pelo menos 12 nas primeiras seis corridas. Hoje, pela terceira vez este ano depois de Las Termas e Sachsenring, voltou a não haver nenhum piloto regular da Repsol-Honda na partida em Assen. E depois de oito Grandes Prémios no domingo, Marc ainda não marcou um único ponto no Campeonato do Mundo. A situação é por demais desesperante nos campeonatos de pilotos, construtores e equipas.

Houve até agora um silêncio envergonhado na sala de reuniões do HRC sobre este assunto que dura há muitos meses, e uma vez mais, foi o chefe de equipa Albert Puig a ter que dar a cara: “Se alguém souber a solução para os nossos problemas, será bem-vindo”, disse o ex-piloto de 500cc.

“É claro que não estamos a ter um bom período, pois temos três pilotos lesionados a correr para os hospitais. Se olharmos para os problemas que temos enfrentado ultimamente, não dá para reverter essa situação da noite para o dia. Realmente não é um momento fácil. Não é que não estejamos a tentar, mas ainda não encontramos uma solução. Portanto, temos que continuar a lutar para sair deste ponto baixo. Tenho experiência suficiente e sei que levará tempo… Seria muito otimista se dissesse agora que em dois meses teremos uma moto competitiva. Só podemos tentar as coisas e tentar chegar ao fundo das coisas e não conseguimos fazer isso nos últimos anos.”

Em seguida, um jornalista da Speedweek.com coloca o dedo na ferida, questionando Puig, sobre quem decidiu deixar Marc Márquez pilotar em Assen?

“O Marc decidiu vir para cá pessoalmente, podem imaginar como ele estava depois das cinco quedas na Alemanha. Pior que isso é que as suas lesões agravaram-se este fim-de-semana. Domingo de manhã consultou o médico do circuito e ficou decidido que a participação na corrida não seria possível.“

Sobre as concessões que a Dorna está a tentar dar à Honda e à Yamaha, ou seja, privilégios técnicos, para tornar mais fácil para os japoneses alcançar os mais rápidos, essa é uma questão complicada, uma que de acordo com o regulamento, a Honda e Yamaha não têm direito a “concessões” para 2024. E naturalmente, as fábricas europeias não vêm com bons olhos essa ideia. “Ainda não discutimos o assunto com a Dorna”, esclareceu Puig. “Não sabemos o que vai sair dessas negociações. Não tenho muitas informações sobre essa história. Portanto, não posso dar uma resposta decente a essa pergunta por enquanto.”

E Marc Marquez, estará com a Honda em 2024? “Tenho de responder à pergunta com ‘sim’ porque temos um contrato”, diz Puig. “Mas ao mesmo tempo, devo referir que cada pessoa pode fazer o que quiser da sua vida. E a Honda não é uma empresa que obriga os funcionários a ficarem se não estiverem felizes na Honda. A Honda tem muito respeito pelo Marc, eu  espero que ele fique mas não tenho uma bola de cristal.” Concluiu o chefe de equipa da Repsol Honda.

Ricardo Ferreira

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