MotoGP, Alberto Puig: “A Ducati não vence um campeonato de pilotos desde 2007”
A presença da Honda no Campeonato do Mundo de MotoGP de 2022 está na penumbra, apagada e sem brilho. Talvez por isso, Alberto Puig prefere abordar o passado. Para o chefe de equipa da Repsol Honda, a Ducati não é um modelo de referência porque não vence um campeonato de pilotos desde 2007.
A Honda Racing Corporation (HRC) não conseguiu um único ponto no campeonato no GP da Alemanha de 19 de junho, algo que não acontecia desde a final do campeonato em Anderstorp, no dia 16 de agosto de 1981.
Na presente temporada, a Honda tem apenas um pódio (o terceiro lugar de Pol Espargaró em Doha) em onze corridas com os seus quatro pilotos, praticamente, uma mão cheia de nada .
Depois de uma excelente temporada de 2019 (12 vitórias e 6 segundos lugares em 19 corridas), Marc Márquez queria uma moto fácil de usar, que o poupasse das 35 quedas por temporada. Uma nova moto foi construída pela Honda para 2022 e o resultado não foi o melhor. Marc Marquez queixou-se da falta de sensibilidade na frente, Pol Espargaró implorou persistentemente por mais aderência na roda traseira. Nesse dilema, a Honda aparentemente, perdeu-se irremediavelmente no desenvolvimento. Os japoneses, que conquistaram seis títulos mundiais de pilotos de MotoGP desde 2013 – todos com Marc Márquez, parecem perdidose sem encontrar soluções.
A publicação alemã Speedweek colocou algumas questões pertinentes a Alberto Puig, o chefe de equipa da Repsol Honda, que aqui reproduzimos na integra:
Após metade da temporada, a Honda agora tem uma ideia em que direção o desenvolvimento deve seguir? Os engenheiros terão que começar do zero com a moto de 2023?
“Não, talvez não tenhamos que começar do zero. É claro que não estamos a atuar como deveríamos. Embora conheçamos os problemas, leva algum tempo até que possamos resolvê-los. Isso é um fato, essa é a realidade. Sobre se temos que começar de novo ou apenas melhorar a moto existente, isso agora está a ser analisado no Japão.”
Em 2021, a Honda construiu “motos personalizadas” para todos os quatro pilotos regulares, ou seja, máquinas de MotoGP feitas sob medida. Mas além de Marc Márquez, que venceu três corridas, todos os pilotos da Honda decepcionaram – incluindo Pol Espargaró, Alex Márquez e Taka Nakagami.
“É verdade que no ano passado construímos motos personalizadas. Porque respeitamos todos os pilotos e queremos ter as opiniões e comentários de todos eles. O Marc venceu três corridas no ano passado – com um braço com problemas – e isso não deve ser esquecido. Mas é claro que precisamos melhorar a moto e alcançar um melhor desempenho. Isso é obvio.”
Em 2022, a Honda começou com um pódio em Doha, depois disso desceu. Quanto tempo mais os fãs da Honda terão que ser pacientes?
“É difícil encontrar uma solução. Se a conhecessemos já estaria implementada.”
Agora, até a Aprilia e a KTM estão a sair-se melhor que a Honda. O que há afinal de errado?
“Há muitas coisas que estão a afetar o nosso desempenho. Se o nosso piloto de ponta está lesionado há dois anos e não conseguimos desenvolver a moto com ele, isso tem um impacto negativo, é um facto.”
Mas também é um facto que durante muito tempo ninguém conseguia andar rápido com a Ducati, excepto Casey Stoner. Gigi Dall’Igna garantiu que estreantes como Jorge Martin, Bastianini e Bezzecchi possam subir ao pódio com a Desmosedici.
“Sim, mas eles (Ducati) não ganharam campeonatos, estou a referir-me ao Mundial de Pilotos que não vencem desde o título de 2007 de Casey Stoner.”