MotoGP: A Yamaha com a VR46 como equipa-satélite em 2024… realidade ou ficção?

Por a 9 Abril 2023 15:00

A Ducati Corse está a equipar um total de quatro equipas de MotoGP e oito pilotos na atual temporada de MotoGP, como aconteceu em 2022, depois da Gresini encerrar a ‘joint venture’ com a Aprilia e se aliar aos compatriotas de Borgo Panigale.

Há cinco anos atrás, o chefe da Dorna, Carmelo Ezpeleta, ainda tinha a visão de que as seis fábricas (Honda, Yamaha, Suzuki, Ducati, KTM e Aprilia) deveriam ter cada uma, uma equipa satélite além da equipa de fábrica, mas nem a Suzuki nem a Aprilia o fizeram. O tempo para gerir a logística de uma equipa cliente e a competitividade das motos também deixavam muito a desejar. E isso foi a mola impulsionadora para a Ducati conseguiu expandir a sua força, propondo às equipas interessadas um pacote competitivo e com um excelente custo-benefício. Critica-se agora o monopólio criado pelos responsáveis de Borgo Panigale, mas bem vistas as coisas, eles viram a porta escancarada e aproveitaram a oportunidade.

Por seu turno, a Dorna, assistiu a tudo impávida e serena, não se levantando da poltrona para impor limites à marca italiana, fortemente suportada para os seus faustosos gastos pela todo-poderosa Audi na Alemanha. Enquanto isso, a Suzuki Ecstar abandonou os Grandes Prémios, a equipa Tech3 deixou a Yamaha para se aliar ao Grupo Pierer, e a Yamaha após 2018, criou temporariamente a equipa Petronas Yamaha, agora uma equipa satélite da Aprilia como CryptoDATA RNF Aprilia onde estão Raul Fernandez e Miguel Oliveira.

Como resultado, a Yamaha não tem uma equipa cliente pela primeira vez na era das quatro tempos do MotoGP iniciada em 2002, enquanto a Aprilia a tem pela primeira vez, o que deixou os homens de Iwata em maus lençóis.

Porém, a Yamaha ainda tem esperanças de um acordo com a equipa VR46 de Valentino Rossi para 2024, já que a equipa do nove vezes campeão mundial de MotoGP fechou o acordo com a Ducati após a saída da equipa Avintia, num momento em que estava confiante de que os petrodólares da gigante petrolífera saudita Saudi Aramco iriam borbulhar durante muitos anos. Mas o acordo planeado com a Saudi Aramco fracassou, a Mooney entrou como substituta na VR46 e a emissora de TV SKY retirou-se do patrocínio.

Valentino há muito fechou a sua equipa de Moto3 e colocou ‘adesivos’ Fantic na sua equipa de Moto2, alugando a equipa e a infraestrutura da sua equipa à Yamaha Moto2 Master Camp para economizar custos e gerar receita. A equipa de Rossi conseguiu ainda alugar uma Ducati GP22 de fábrica para Luca Marini no ano passado, e Marco Bezzecchi e o irmão de Vale, Marini, devem estar satisfeitos com as motos do ano passado em 2013 – que estão realmente competitivas. Mas até quando não se sabe, porque apenas se disputaram duas das 21 corridas da temporada.

Certamente, a Yamaha tem poder financeiro para abrir os cordões à bolsa, para não só acomodar a equipa VR46 para 2024, mas sobretudo para ter uma segunda equipa crucial para o desenvolvimento da M1, recolha de dados e formação de novos talentos. A fábrica japonesa poderia fornecer à Mooney VR46 pelo menos um pacote de máquina de fábrica atual para um piloto no próximo ano – como em 2020 com Petronas para Fabio Quartararo, 2021 na Petronas com Valentino Rossi e 2022 na WithU-RNF com Andrea Dovizioso.

Mas uma coisa é certa: o avanço do ‘negócio’ da Yamaha com Valentino Rossi e a VR46 está em muito dependente do sucesso dos seus pilotos de fábrica Fabio Quartararo e Franco Morbidelli, nas próximas 19 corridas de MotoGP.

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Ricardo Ferreira
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