MotoGP: A ‘Squadra Azzurra’ fechou o ano sem campeões do mundo

Por a 20 Dezembro 2021 13:31

Itália não produziu um único campeão mundial na temporada de 2021 nas três categorias do MotoGP. Mas Foggia (5), Fenati (1), Di Giannantonio (1), Bezzecchi (1) e Bagnaia (4) garantiram 12 vitórias ao longo do ano.

A Speedweek fez uma análise à evolução dos italianos nos Grandes Prémios de motociclismo e o resultado não deixa dúvidas. Em termos gerais, os pilotos transalpinos baixaram no ranking de vitórias na última temporada, com excepção de Pecco Bagnaia no MotoGP.

Na Moto2, Itália conquistou o Mundial de 2017 com Franco Morbidelli, em 2018 com Pecco Bagnaia e em 2020 com Enea Bastianini. Com oito vitórias em 15 corridas, os ‘azzurri’ representaram um domínio da categoria média na primeira temporada do Covid em 2020, como não se via há muito tempo. No seu segundo ano com a Italtrans, Bastianini garantiu o título com três vitórias em 2020, Luca Marini venceu em Jerez 1, Misano e Catalunha, e também Marco Bezzecchi somou duas vitórias (Spielberg 2 e Valencia 1), fechando o campeonato em 4º lugar.

Fabio Di Giannantonio venceu o GP de Jerez, conseguindo ainda mais dois segundos lugares em Austin e Valencia, mas o ano de 2021 na Moto2 foi inteiramente dominado pela dupla da Ajo, Remy Gardner e Raul Fernandez

Em 2021 o cenário da Moto2 mudou com a equipa da Red Bull Ajo a dominar de forma avassaladora, conquistando 13 vitórias em 18 corridas. O espanhol Raúl Fernandez venceu oito corridas, o australiano Remy Gardner cinco e o inglês Sam Lowes três, com a Marc VDS. Restaram apenas duas vitórias para Itália, a de Fabio Di Giannantonio em Jerez e a de Marco Bezzecchi em Spielberg-1.

No GP de Aragon, Bagnaia (#63) conquistou a primeira das 4 vitórias em 2021

No MotoGP, havia sete italianos na grelha em 2021 com Rossi, Dovizioso (desde Misano), Petrucci, Bagnaia, Bastianini, Marini e Morbidelli, mais dois do que em 2020. Nesse ano Morbidelli fez subir a bandeira italiana com três vitórias e foi vice-campeão, para em 2021 se destacar especialmente Pecco Bagnaia, com quatro vitórias em GP’s e o segundo lugar no campeonato do mundo. Recuando de novo a 2020, além dos triunfos de Morbidelli com a Petronas SRT Yamaha, os pilotos da Ducati Andrea Dovizioso e Danilo Petrucci também venceram corridas de MotoGP, em Spielberg-1 e Le Mans.

MotoGP: Um longo hiato desde Rossi em 2009

Valentino Rossi no seu último titulo de MotoGP em 2009

As estrelas italianas do MotoGP costumavam colocar os tifosi em êxtase. Por exemplo, Valentino Rossi venceu em Mugello sete anos consecutivos, de 2002 a 2008; Em 2003, Biaggi e Capirossi lutaram pelos lugares 2 e 3 atrás dele, em 2005 foi exatamente a mesma coisa – com Melandri na quarta posição! Depois vieram alguns anos de seca, quando Rossi pilotou uma Ducati em 2011 e 2012. Em 2012 alcançou apenas três lugares no pódio para os Reds. Quando regressou à Yamaha em 2013, obteve seis resultados nos 3 primeiros em 18 corridas, mas o seu último título com a bandeira de Itália no Campeonato do Mundo data de 2009. E a última última vitória de Valentino no MotoGP que dificilmente será esquecida, aconteceu no GP de Assen, em 2017.

Em resumo, a Itália não conquista um título do Campeonato do Mundo de MotoGP desde 2009. Depois disso Rossi foi segundo três vezes, Dovizioso também, Morbidelli  também e 2020, assim como Bagnaia em 2021 – ou seja, o título mundial na categoria rainha continua a fugir, como se os italianos tivessem manteiga entre os dedos para o agarrar. Enquanto isso, nesses dozes doze anos desde Rossi, os espanhóis Márquez (6x), Lorenzo (3x) e Joan Mir (1x) conquistaram o título de MotoGP, mais o australiano Stoner ( 1x) e o francês Quartararo (1x).

Simone Corsi em 2013

As coisas também não pareciam muito melhores no Campeonato do Mundo de Moto2 por muito tempo para a Squadra Azzurri. Em 2013, Simone Corsi comemorou o melhor resultado italiano em toda a temporada de 2013 com o segundo lugar em Sachsenring. No campeonato do mundo, nenhum italiano ficou entre os dez primeiros na classificação geral, mas quatro espanhóis e dois suíços chegaram aos dez primeiros! Estes foi o triste recorde dos Azzurri na Moto2 em 2013: 11º Corsi, 14º De Angelis, 16º Pasini… Difícil de acreditar!

Para trás ficava uma época d’ouro dos italianos na classe média. Os triunfos de Cadalora (1991 e 1992), Biaggi (1994, 1995, 1996 e 1997), Capirossi (1998), Rossi (1999), Melandri (2002), Poggiali (2003) e Simoncelli (2009), ficariam para a história do mundial de 250cc. Apenas muito mais tarde, com Morbidelli (2017), Bagnaia (2018) e Bastinini (2020) como vencedores do título de Moto2 os italianos reconstruíram os seus antigos sucessos. Entretanto, os craques da Moto2 Franco Morbidelli, Pecco Bagnaia, Enea Bastianini e Luca Marini também avançaram para a classe rainha do MotoGP, agora seguidos por Fabio Di Giannantonio.

Moto3: Foggia, a mais recente esperança dos Azzurri

No entanto, as coisas voltaram a melhorar no Campeonato do Mundo de Moto3. Dennis Foggia venceu cinco corridas em 2021, Romano Fenati uma, mas o poder esmagador para as vitórias também veio da Espanha: Acosta (6), Garcia (3), Masia (1), Guevara (1) e Artigas (1) conseguiram nada menos do que 12 vitórias em 2021 nos 18 GPs. Na verdade, desde Andrea Dovizioso (2004 com uma Honda 125), apenas um italiano se tornou campeão mundial na classe menor do GP’s: Lorenzo Dalla Porta, com uma Honda Leopard em 2019.

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Ricardo Ferreira
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