MotoGP: A contratação de Miller terá comprometido a ascenção de Acosta?
Atravessamos a denominada ‘Silly Season’, um período fértil em rumores, muitos deles distantes da realidade, mas também de algumas decisões por parte dos fabricantes para a consumação de contratos com os pilotos para a próxima temporada.
Nas últimas semanas, muito se falou sobre o suposto interesse da Honda em Acosta. Alberto Puig, com um forte ‘impulso’ da Repsol, estará a exercer contactos no sentido de sentar Pedro Acosta ao lado da estrela espanhola Marc Márquez. Apesar disso, é conversa corrente no paddock que a Ducati o tentará aliciar para as suas fileiras como grande piloto do futuro. Por enquanto, tudo isto são meras suposições, assentes em conversas de bastidores, mas há alguns factos concretos. Analisemos portanto, onde o campeão mundial de Moto3 pode encontrar um assento em 2023.
Jack Miller é um novo piloto da KTM e por estas paragens será difícil entrar Pedro Acosta. A marca austríaca anunciou a contratação do até então piloto da Ducati como substituto de Miguel Oliveira, mas, ao contrário do que alguns esperavam, assinou-lhe um contrato de dois anos. Ou seja, Jack Miller será um piloto oficial da KTM até a temporada de 2024. Se acrescentarmos que Brad Binder também tem contrato até a temporada de 2024, é fácil chegar a uma conclusão: a KTM não conta com Pedro Acosta . E isso representa uma mudança radical na via em que o mercado de pilotos estava a seguir.
Quando Pedro Acosta subiu para a Moto2 tinha em aberto várias possibilidades. A própria equipa VR46 de Valentino Rossi colocou um contrato na frente do nariz do piloto de Murcia, mas Acosta decidiu continuar na estrutura com a qual havia vencido o Campeonato do Mundo de Moto3, e que é a ‘escola de pilotos’ da KTM, a equipa de Aki Ajo.
A início assumiu-se que Acosta tinha assinado um contrato de três anos que lhe garantiria a passagem para o MotoGP com a KTM. A primeira temporada, 2022, seria certamente na Moto2, e a última, 2024, na MotoGP com a KTM. A única questão era o que aconteceria em 2023, o que dependeria dos resultados e progressos de Acosta em 2022. No entanto, a contratação de Jack Miller que estará ao lado do ‘protegido’ de Pit Beirer (Brad Binder) parece deixar claro que não contam com Pedro Acosta para o MotoGP. Haveria a opção Tech3 , mas não parece que um piloto campeão do mundo queira ficar numa segunda equipa da KTM, tendo em carteira outras opções com motos e equipas bem mais fortes.
Talvez o contrato de Miller só lhe garanta um ano como piloto oficial na equipa principal, e dois na KTM com um ano de opção na Tech3, mas é algo que não foi comunicado na informação oficial. Então, tudo aponta para o fato de que a KTM não apenas desiste de Acosta , como nem pretende lutar por ele. Talvez a Red Bull, patrocinadora de ambas as partes, tenha também uma palavra a dizer sobre esta matéria.
Acosta ainda tem ainda muito a ganhar na Moto2, mas as últimas corridas já deixaram bem claro que também é capaz de ser rápido nessa categoria. Subir para o MotoGP em 2024, parece inevitável para o espanhol, mas com qual marca? A Yamaha tem as portas encerradas no mercado de pilotos, a Suzuki está de saída do MotoGP, a KTM não parece capaz de oferecer uma oferta aciliante.
Restam a Ducati e Honda, como caminhos mais prováveis para a ascenção do ‘furacão de Mazarrón à categoria rainha – o que não deixa de ser estranho para um piloto formado nas fileiras da KTM. Mais um, depois de Miguel Oliveira…