MotoGP: A assessoria de imprensa nos Grandes Prémios

Por a 2 Janeiro 2022 10:00

Para que os pilotos se possam concentrar no seu trabalho de pista, existe uma pessoa em cada equipa que se encarrega das relações públicas dos pilotos. Na equipa Tech3 essa função está a cargo de Mathilde Poncharal, filha do dono da equipa… Recorda como um dos melhores momentos a primeira vitória de Miguel Oliveira, também o primeiro triunfo da equipa com a KTM no MotoGP.

Contactos de imprensa, eventos de patrocínio, sessões de autógrafos, tudo isto faz parte da vida quotidiana de um piloto de MotoGP. Devido à abundância de obrigações com a mídia, os pilotos de Grandes Prémio, desde há muito que deixaram de lidar com essas tarefas sozinhos.

Mathilde Poncharal é a assessora de comunicação e imprensa da equipa Tech3, e está presente em todos os Grandes Prémios. As suas principais tarefas incluem processar todas as solicitações da mídia e da imprensa, estabelecer o contato direto com os patrocinadores e coordenar e apoiar a equipa de comunicação e o fotógrafo da equipa. Além disso, cuida do credenciamento de convidados e patrocinadores em todos os eventos. Até ao final da temporada de 2021, esta função na Tech3 foi ocupada pela alemã Maria Pohlmann que  este ano muda para a recém-formada equipe da WITHU Yamaha RNF como assessora de imprensa.

Até há algum tempo atrás, o paddock de MotoGP era um reduto de homens, já havia algumas mulheres  a exercer a acessoria de imprensa – como a antiga acesora de Max Biaggi, que gentilmente me facultou uma entrevista no GP de Jerez – mas geralmente, eram anfitriãs no paddock, promotoras e as famosas ‘Umbrella Girls’ que acompanhavam os pilotos na grelha. Mas, o tempo mudou… as mulheres ocupam hoje cargos cada vez mais relevantes em todo o lado, e o MotoGP não é excepção.  

Mathilde Poncharal começou a trabalhar no MotoGP em 2014, tinha 16 anos na altura e era recepcionista, na zona de hospitalidade da equipa no paddock.

“Fiz isso como um trabalho de verão. Cresci no paddock de MotoGP e neste mundo. Principalmente por causa da minha família e do meu pai (Hervé) estou envolvida neste mundo desde há muito. Eu organizo tudo para os pilotos e patrocinadores durante um fim de semana de corrida, mas também depois. Para os pilotos, a equipa, os patrocinadores e a mídia, muito tem que ser combinado e comunicado.”

Mathilde não teve grandes obstáculos para obter esse cargo, terminou os estudos… “comecei logo a trabalhar com o meu pai”, referiu aos nossos colegas da Racesport.

“Quando temos convidados, tenho que recebê-los e levá-los ao pit box pela manhã ou à tarde. Mostramos as máquinas e explicamos as informações necessárias sobre os motores e toda a organização. Tenho de estar atenta a todas as sessões, especialmente num fim-de-semana que inclua o MotoE, é um calendário muito completo. Depois disso, tenho que organizar as entrevistas para a TV com os pilotos e os debriefs da mídia com a imprensa, infelizmente isso ainda é feito via Zoom. Quando temos convidados e patrocinadores presentes, também organizo as sessões de autógrafos com os nossos pilotos”, explica.

E o que faz a Mathilde entre os fins de semana dos Grandes Prémios?

“Entre os GPs vou para a nossa oficina, porque quase sempre voltamos para a nossa base depois de uma corrida. Normalmente faço todos os preparativos para a próxima corrida lá. No inverno, estou ocupada a organizar todos os tipos de coisas para a nova temporada, com as mudanças necessárias que ocorram”.

Questionada sobre o seu piloto favorito e sobre o seu apêgo às motos, foi rápida na resposta.

“Quanto aos pilotos, esses são, claro, os dois pilotos de MotoGP da equipa Tech 3. Só ando na minha scooter para ir à praia. Quando era mais nova tirei a minha carta de moto, mas foi só para poder andar de scooter. Não ando de moto e nunca corri.”

Como pior momento pior que viveu no MotoGP, Mathilde dá o exemplo de uma corrida em Itália.  

“Fins de semana como o de Mugello, quando ocorrem acidentes graves. Quando algo assim acontece, perguntamo-nos para que andamos a fazer tudo isto. Em geral, é ainda mais complicado quando os pilotos ficam gravemente feridos.”

E o melhor momento?, questionou a publicação holandesa.

“Penso que a primeira vitória do Miguel (Oliveira), e com ela a primeira vitória da Tech 3 no MotoGP, foi o melhor momento. Os nossos primeiros pódios de Moto3 com o Ayumu (Sasaki) e o Deniz (Öncü) também foram momentos muito bons.”

Algo que gostaria de mudar no seu trabalho?

“Acho que cortaria os voos longos e os atrasos nos voos. As corridas no exterior são muito boas, mas as viagens longas e os jet lags às vezes são difíceis para mim.”

Hobbies, ambições…

“Gosto de passar muito tempo com a minha família e amigos. Além disso, também gosto de desportos. Ambições? Queremos sempre melhorar na nossa profissão. No meu caso, quero aprender mais idiomas e continuar a aperfeiçoar-me, contribundo para a equipa  da melhor maneira possível.”

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Ricardo Ferreira
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