MotoGP, 2021, Teste Qatar: Alex Márquez faz balanço de cinco quedas em quatro dias

Por a 15 Março 2021 16:30

Se o irmão de Marc Márquez quisesse sair de Losail com um recorde, decerto não seria este...

“Em Le Mans em 2017 andei com um osso completamente partido, portanto, acho que não vai ser grande coisa”

Alex Márquez iniciou a época com boas intenções, com o objetivo de confirmar o seu encorajador segundo semestre da temporada de 2020 e mostrar a sua vantagem num clã da Honda que dá as boas-vindas a Pol Espargaró, enquanto aguarda o regresso de Marc Márquez.

Infelizmente para o espanhol, sucedeu o oposto, com demasiadas quedas, que acabaram por magoá-lo, e o fizeram terminar como o último dos quatro representantes da Honda na RC213V.

Alex Márquez terminou num modesto 18º lugar nos testes fora de época no Qatar.

A sua diferença com o tempo mais rápido na classificação combinada liderada por Jack Miller na sua Ducati foi de 1,501 segundos.

Pior, com cinco quedas em quatro dias e uma lesão no pé, não se pode dizer que o novo piloto da LCR tenha acumulado confiança sólida antes de lançar para o seio da temporada de 2021, no final do mês, também em Losail.

No entanto, Alex Márquez coloca tudo em perspetiva, inclusive a sua lesão, sem esconder uma certa preocupação em relação à adaptação da Honda aos pneus Michelin nesta pista…

Da sua queda de quinta-feira, disse:

“Caí durante o ataque ao tempo. Foi uma chicotada na curva 9, mas felizmente estou bem”, comentou o piloto da LCR Honda, que não está preocupado com a sua lesão, descrita modestamente como “uma pequena fratura no pé direito“.

Especificamente, foi encontrada uma fratura de dois milímetros do quarto metatarso do pé direito durante o exame médico.

Uma lesão considerada suficientemente grave para que os médicos não lhe dessem alta para continuar o seu trabalho.

No entanto, para a estreia da temporada no final do mês, Alex Márquez não está preocupado:

“É uma pequena fratura. Em Le Mans em 2017 andei com um osso completamente partido, mas do lado esquerdo. Na altura, afetava o selector, desta vez é apenas para o travão traseiro. Portanto, acho que não vai ser grande coisa”, disse.

Ao mesmo tempo,  Alex Márquez alerta para a dificuldade com o pneu dianteiro:

“Caí na altura em que me sentia melhor com a moto. Estava a tentar ganhar numa curva onde já era rápido, por exemplo mais rápido que o Pol Espargaró. Mas cometi um erro”, disse o colega de equipa de Nakagami, que lamenta pela precariamente financiada equipa de Lucio Cecchinello.

“É uma pista especial. Há muitas quedas e também é difícil compreender as condições quentes com o pneu médio e os duros. Estas coisas serão difíceis de gerir durante o Grande Prémio.”

Um comentário sobre os pneus revela a crescente experiência por parte do piloto:

“É difícil compreender o pneu dianteiro duro, mas também o médio, que é um pouco mais difícil do lado direito” explica o espanhol. “Praticamente não há sensação e derrapa-se muito facilmente de frente. Tentei os pneus duros e médios nas primeiras horas, e talvez o pneu médio fosse um pouco melhor. Mas é muito fácil cair.”

Na preparação para o próximo Grande Prémio do Qatar, o piloto da LCR está preocupado: “Será um pouco arriscado porque só teremos cinco pneus macios antes. Teremos de ter cuidado com isso. O TL1 e o TL3 não vão contar muito.”

Do lado positivo, a este prognóstico, acrescenta: “Temos uma boa base”.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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