MotoGP, 2021, Técnica: A evolução dos reguladores de altura
Grande novidade da Ducati o ano passado, cedo todos os fabricantes começaram a copiar o sistema de rebaixamento da traseira, que vai na segunda geração
A Ducati tem estado a aperfeiçoar o seu sistema de rebaixamento da traseira, e embora nada seja revelado pela marca, o repórter da MotoGP Simon Crafar pensa ter entendido, através de observação atenta, como funciona o sistema e a forma correta de o utilizar:
“Já algum tempo que reparamos que quando os pilotos Ducati saem de curva, a traseira começa a baixar mas até se vê nos vídeos em câmara lenta que eles não estão a carregar em botão nenhum…”
“Portanto tivemos que pensar como é que isto está a acontecer e chegámos à conclusão que o sistema, que serve para abaixar o centro de gravidade e ajudar na aceleração, tem que ser acionado previamente… mas acertar na altura perfeita para ativar o sistema não é fácil!”
“Se imaginarmos um piloto a acelerar ao máximo, a sair de uma curva a lutar com a moto, com a frente a fugir, e ainda ter que carregar num botão, não é fácil!”
Ele tem que fazê-lo no momento exato, quando os garfos estão na sua extensão máxima e portanto a moto não está em sobrecarga e a traseira não vai escorregar…”
“Acertar estas coisas todas já é difícil, mas depois também há o facto de que a traseira baixa lentamente e portanto o piloto tem que antecipar o momento de carregar no botão… e quanto mais lentamente ela baixa, mais cedo ele tem que premir o botão!”
“Tudo isto é difícil para o piloto coordenar, por isso faz sentido, que o que eu acredito está a acontecer agora, é que o sistema é automático e permite ao piloto armar o aparelho na aproximação da curva, quando a sua mente está mais livre, e o sistema ainda não está a rebaixar a moto… ele pode focar-se em parar a moto para a curva, foca-se na inserção em curva e escolher a melhor trajetória e acertar exatamente com a aceleração à saída e depois, acredito que é quando o garfo se estende à saída de curva, sempre lembrando que é contra as regras fazer isto eletronicamente, a frente diz à traseira quando começar a rebaixar e liberta a mente do piloto dessas preocupações!”
“Nesse momento também acho que a Aprilia está a desenvolver o seu próprio sistema da mesma forma…”
A Honda, Suzuki e Yamaha também já têm versões do sistema e a Aprilia está a desenvolver uma segunda geração.
Isto parece ser confirmado por declarações de Aleix Espargaró, que disse:
“(O novo sistema…) é género automático, que se carrega à entrada de curva, antes de precisarmos dele, depois quando os garfos dianteiros estendem completamente, o amortecedor traseiro abaixa!”
“Isso dá-nos melhor aceleração, e depois temos tempo para o desativar na reta…”
“O sistema que temos agora ainda é muito complexo, estamos a trabalhar em colocar o botão numa posição diferente!”
Danny Aldridge, Diretor Técnico da MotoGP, por sua vez, qualifica o sistema no que diz respeito ao regulamento:
“O regulamento é muito claro nesta área, qualquer sistema (…de alterar a suspensão) é permitido, mas isso deve ser feito através de intervenção do piloto!”
“O próprio piloto é que tem que controlar isto mecânica ou hidraulicamente, portanto pode haver duas versões, obviamente, mas sempre comandadas pelo piloto.”
“Não há intervenção eletrónica autorizada e uma das maneiras que testamos este sistema é ver se ele funciona com a bateria desconectada, e o sistema tem que funcionar com a moto nesse estado, basicamente sem nada estar ligado à corrente!”
“Os sistemas que vemos agora são muito complexos e com muito alta tecnologia mas isto é MotoGP, por isso deviam ser, mas tudo o que os fabricantes nos mostraram está dentro do regulamento!”