MotoGP, 2021: Recordando Karel Abraham
Karel Abraham deixou o MotoGP no final de 2019, um pouco da mesma forma que Tito Rabat foi “convidado a sair” no final da campanha de 2020, e não é por coincidência que o final para ambos teve lugar na mesma equipa, a Ducati Avintia
Ao ser a equipa menos bem financiada do paddock a formação espanhola está sujeita a pressões ainda maiores que as outras, mas superou o facto de os dois pilotos terem na altura contratos válidos que os levavam mais longe.
Agora retirado das corridas, o checo continua a ser um observador atento de um meio que conhece bem, incluindo os protagonistas. Pode, portanto, dar opiniões. e numa recente entrevista, falou de Fabio Quartararo.
Karel Abraham já fez os Grandes Prémios, também deu uma volta nas SBK e se nem sempre brilhou, ainda conseguiu uma vitória, em Moto2.
Foi em 2010, em Valência. Hoje, pendurou o fato, e ainda por cima o pai, dono do traçado Checo, lamenta o desaparecimento de Brno do calendário de 2021…
Sobre isso, Karel filho comentou:
“Não sou a pessoa certa para falar sobre as decisões políticas por detrás da corrida de MotoGP em Brno, mas sei uma coisinha. Como piloto ou ex-piloto, é uma grande pena que o MotoGP já não venha a Brno porque toda a gente adora a pista e ficamos felizes por ter lá uma corrida. A propósito, Brno é a pista mais longa do calendário, juntamente com Assen. É uma má notícia, estou desapontado e triste que a corrida de Brno tenha desaparecido, mas o governo e a Dorna não conseguiram chegar a um acordo ou pelo menos as tentativas não correram bem.”
Numa entrevista recente à Motosprint, Karel Abraham abordou outros temas, um dos quais os problemas de Fábio Quartararo. Sobre o francês que não teve a época que esperava no ano passado, apesar de três vitórias, disse:
“Conheço o Fábio do paddock e acho que ainda lhe falta alguma coisa. Tem o talento para ser campeão e já o mostrou em algumas corridas este ano, que também ganhou, de longe, depois de fazer um grande trabalho.”
E o checo acrescenta: “No entanto, o que acontece quando se vê as corridas é que algumas, ele ganha-as facilmente e noutras luta para se aguerntarno Top 10, o que não é habitual para um candidato ao título. Poderá ser o próximo Valentino Rossi ou Marc Márquez, mas ainda não o mostrou este ano. Acho que falta alguma coisa, até à moto da Yamaha. Ele tem de trabalhar em si mesmo, do ponto de vista psicológico, o último passo para se tornar um campeão.”
Um trabalho mental que, pelos vistos, escapou a Abraham durante a sua carreira e o francês já admitiu ter que fazer.