MotoGP, 2021: O salto da KTM graças a Oliveira

Por a 29 Julho 2021 16:30

Num curto espaço de meses, a KTM passou de besta a bestial, começando a vencer e a andar consistentemente no pelotão da frente

“Uma grande parte do sucesso que temos agora é devida ao Miguel, que cresceu muito como piloto!” Sebastian Risse

Muito desse progresso foi também devido ao desenvolvimento efetuado através de Miguel Oliveira, como explica Sebastian Risse, um dos Engenheiros de desenvolvimento da marca austríaca:
“Sabíamos já no fim do ano passado que este ano ia ser especial” – diz Sebastian disse acerca do desenvolvimento da KTM- “Até porque para começar, claro, perdemos as concessões e mudámos pilotos internamente, portanto não precisámos de trazer umas motos radicalmente novas!”

“O nosso foco foi um desempenho mais consistente, mais durável e a moto já estava a funcionar bem, e portanto o desenvolvimento foi focado principalmente nos detalhes, como potenciar o motor ao máximo.”

“Depois na primeira ronda, tivemos algumas dificuldades por causa da mudança na alocação dos pneus dianteiros para este ano…”
“Continuámos a andar para a frente, a tentar encontrar soluções, encarámos a situação, fizemos tudo o que podíamos, e trouxemos alguns passos positivos para o desenvolvimento, embora alguns perderam-se…”


Binder disse, na altura, que tinham estado a trabalhar muito, muito duro na fábrica para trazerem o novo chassis.

Oliveira, por sua vez, explicou:

“O objetivo foi focar-nos em ganhar um pouco mais estabilidade à saída das curvas, e parece ter funcionado bem!”
“A diferença do chassis está nas laterais do quadro, na rigidez…”-
continua Risse  – “acho que como piloto é difícil definir exatamente o quê, mas eles perceberam que podiam andar um bocadinho mais rápidos com esta configuração, e uma vez que se habituaram a usar esta nova ferramenta, isso parece ter aberto uma janela para melhor desempenho, claro!”
“O piloto tem de ter a perceção do que está a acontecer com o pneu da frente e o de trás para conseguir tirar aquele bocadinho extra da moto…”

“Felizmente parece ter funcionado e tudo indica que estamos numa situação em que podemos gerir a alocação de pneus perfeitamente e agora a moto é muito rápida!”

Risse faz claramente referência ao momento em Mugello em que Binder igualou o recorde de velocidade de Zarco de 362,4 quilómetros hora.
“Uma vez que acertamos o chassis continuámos, tentámos extrair cada último bocadinho de potência do conjunto, potenciando também o motor, com um novo combustível que um parceiro nos trouxe.”

“Estas afinações menores é uma coisa que está sempre a acontecer nos bastidores, e que nunca para de se desenvolver, e agora toda a gente sabe, porque mudámos de fornecedor, toda a gente pode ver isso, portanto houve um grande passo em frente dado nessa área!”
“Uma grande parte do sucesso que temos agora é devida ao Miguel, que cresceu muito como piloto e está a fazer um grande trabalho!”

“Quer dizer, quando competimos, mais cedo ou mais tarde o objetivo é sempre o título, mas só temos estado a esse nível há um par de corridas, é muito cedo para dizer se ele estará nessa posição ou não..:”
“Estamos sempre a trabalhar para o ano que vem, não falta assim muito para o fim da época e não podemos parar de trabalhar…”

“Estamos a fazer diferentes estudos e como diferentes conceitos poderiam trabalhar a nível da aerodinâmica, mas é impossível dizer como vai ser para o ano, ainda temos que tomar uma decisão!”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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