MotoGP, 2021: O custo dos pilotos

Por a 8 Abril 2021 14:00

Quando de fala de um orçamento de MotoGP, as motos e equipamento custam fortunas, mas a maior variável é sem dúvida o custo dos pilotos…

“No topo da pirâmide dos pilotos mais bem pagos neste momento está Marc Márquez…”

Do fundo da grelha à frente, a variação de custos é enorme… um rookie interessado em prosseguir a sua carreira e com um pai rico, como Karel Abraham há 2 anos ou Tito Rabat até ao ano passado, até pode ter de trazer verba, de algumas dezenas de milhar a um milhão ou dois de euros, para assegurar o seu lugar na equipa.

Por outro lado, um piloto estrela pode receber 5 ou 10 milhões e implica maiores custos de equipamento também, porque não se pode depois dar-lhe uma moto qualquer ou um mecânico qualquer…

No topo da pirâmide dos pilotos mais bem pagos neste momento está Marc Márquez, que cobra só da Repsol cerca de 12 milhões, mas isso é comparativamente pouco para uma petrolífera…

Se o retorno mediático for bem gerido, a empresa fica a ganhar… por exemplo, Miguel Oliveira recebe reputadamente cerca de 800.000 Euros, mas tem um retorno (que é o valor do espaço dedicado às notícias acerca dele se fossem publicidade paga) de cerca de 80 milhões – bom negócio para a MEO, Cofidis, Hyundai & Companhia!

Rossi, que vem a seguir nos mais altamente pagos, claro, custa menos que Márquez mas ainda assim, muito, cerca de 8 milhões, se assumirmos que aceitou um corte nos reputados 10 anteriores, mas o negócio para libertar Fabio Quartararo – que já se está a provar acertado! – inclui no acordo a Yamaha continuar a pagar o seu salário, e é provável que a Dorna, bem ciente do efeito detrimental duma possível retirada do piloto mais mediático de sempre, tenha contribuído discretamente com parte dessa verba…

Pilotos do topo do pelotão a seguir recebem entre 7 e 3 milhões, sendo um dos mais bem pagos até à pouco Dovizioso, também porque a Ducati tem uma política de pagar muito e exigir ainda mais…

Jorge Lorenzo recebeu milhões por ano durante uma década entre 2008 e 2018, e acumulou uma fortuna que agora exibe em Lamborghinis e férias exóticas, além de investir no mercado.

Mesmo pilotos menos credenciados podem dar-se ao luxo de tirar um ano se não receberem ofertas do seu agrado e normalmente retém patrocinadores pessoais que asseguram as suas despesas básicas…

A seguir aos salários dos pilotos, as motos, cujos custos veremos a seguir, são a coisa mais cara, a ponto de fazer tudo o resto parecer negligível…

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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