MotoGP, 2021: Nova dupla Yamaha com sede de sucesso

Por a 25 Janeiro 2021 14:00

Ao fim de oito anos, a Yamaha vai voltar a apresentar uma equipa de fábrica sem Valentino Rossi a 15 de Fevereiro

Maverick Viñales e Fabio Quartararo vão perseguir o título de MotoGP que tem escapado desde o de Jorge Lorenzo em 2015

Com exceção do interlúdio de dois anos na Ducati em 2011 e 2012, Valentino Rossi fez parte da equipa de fábrica da Yamaha desde 2004.

Em 2021, porém, o nove vezes campeão do mundo e 115 vezes vencedor em GP, que completa 42 anos a 16 de Fevereiro, só fará parte da equipa cliente da Petronas.

A Yamaha promoveu Fabio Quartararo, 20 anos mais novo, à equipa de Fábrica. “El Diablo” fez uma subida acentuada na sua época de estreia na classe rainha em 2019, com seis poles e sete lugares no pódio, mas em 2020, depois de duas vitórias, não fez jus ao seu papel de favorito.

Depois de Jerez, só subiu ao pódio no triunfo na Catalunha. Três provas sem pontuar desempenharam o seu papel na obtenção do número oito mundial para o jovem francês.

No entanto, já era claro em Janeiro do ano passado que Fabio seria o novo companheiro de equipa de Maverick Viñales a partir de 2021.

Já o espanhol, agora com 26 anos, diz que teve a pior temporada da sua carreira, com apenas uma vitória no GP da Emilia Romagna em Misano e um 6º no campeonato do mundo, no seu quarto ano como piloto de fábrica da Yamaha.

A reputação pouco lisonjeira de “Campeão do Mundo de inverno” continua a persegui-lo.

Com ele, a equipa de fábrica da Yamaha tinha contratado o melhor substituto possível para a temporada de 2017 após a saída de Lorenzo, porque Maverick Viñales representava a nova geração aos 23 anos, já tinha 20 vitórias em GP, foi campeão do mundo de Moto3 em 2013 e “Rookie of the Year” nas três classes do Campeonato do Mundo.

Também foi mais forte no passado do que Jack Miller e Alex Rins, que esta ano estão na Ducati e Suzuki.

A Yamaha não vence o Mundial de MotoGP desde 2015. Nessa altura, a equipa da Yamaha Movistar conquistou os três títulos do Campeonato do Mundo (pilotos, construtores e campeonato mundial de equipas).

Em 2016, o título mundial de equipas da Yamaha veio apenas porque Dani Pedrosa estava a enfraquecer na Honda ao lado de Márquez. Em 2017, a Honda conquistou os três títulos de MotoGP, assim como em 2018 e 2019.

Em 2020, a Yamaha teve a vida dificultada pelo escândalo da muda de válvulas, com a dedução de pontos associada e os títulos de pilotos, equipas e construtores foram para a Suzuki Ecstar e a Ducati, respetivamente.

A equipa de fábrica da Yamaha conseguiu um novo patrocinador principal com a Monster em vez da Movistar em 2019. Em 2017, Rossi manteve-se em terceiro lugar no Mundial, à frente do seu novo companheiro de equipa Maverick Viñales, por cinco pontos.

Antes de Maverick chegar, Rossi deixou claro que teria preferido Dani Pedrosa como seu novo companheiro de equipa depois de Lorenzo…

Rossi até tinha uma parede separadora na boxe e o espanhol foi afetado pelos novos pneus Michelin, saudoso do sucesso dos Bridgestone, com os quais Casey Stoner tinha vencido o Campeonato do Mundo em 2007.

O principal patrocinador da Yamaha, a Movistar, juntou-se à Yamaha em 2014.

Até ao final de 2005, a Movistar/Telefónica era patrocinadora da Honda Gresini, quando Sete Gibernau alcançou grande sucesso.

Em 2006, a Movistar quis o campeão do mundo de 250cc Dani Pedrosa para a Honda Gresini, porque o número 26 já tinha sido apoiado nas classes pequenas de 125 e 250, e antes disso na Copa Honda Movistar espanhola.

Mas a HRC não se convenceu e em 2006, Pedrosa foi colocado na equipa de fábrica da Honda Repsol ao lado de Hayden, resultando na saída da despeitada Telefónica das duas rodas.

Os milhões destinados à MotoGP foram então canalizados para o campeão mundial de Fórmula 1 Fernando Alonso.

Mesmo depois do compromisso de Lorenzo em 2008, o gigante dos telemóveis não foi persuadido a regressar até 2014, depois da Yamaha ter criado uma equipa profissional por quase 20 milhões de euros. Então a Movistar assinou um contrato de cinco anos que durou até ao final de 2018.

Nos primeiros três anos da Movistar, a Yamaha conquistou o título em 2015 com Lorenzo, assim como o Mundial de Equipas por duas vezes, com 21 vitórias e 71 lugares no pódio.

A Yamaha como fabricante está mno Mundial desde 1961. A atual equipa oficial existe desde 1999.

Nessa altura, a Yamaha Factory Racing foi fundada como uma empresa de corridas estilo HRC, de forma semelhante à Ducati Corse, a KTM Factory Racing e a Aprilia Racing.

Anteriormente, a Yamaha tinha subcontratado a liderança das suas equipa a privados ex-pilotos de confiança, como Agostini, Roberts, Rainey e assim por diante durante anos.

No que diz respeito aos principais patrocinadores, a equipa de fábrica da Yamaha tem um passado conturbado na classe rainha.

Por exemplo, o patrocinador Fiat saiu no final de 2010, apesar de Lorenzo ter ganho o título, porque Rossi foi para a Ducati.

A Yamaha também teve anos de insucesso na era do MotoGP. Por exemplo, em 2003, Marco Melandri e Carlos Checa não conseguiram um único lugar no pódio durante todo o ano.

Checa terminou em sétimo lugar no Campeonato do Mundo, Melandri 15º.

Agora, tudo patrece reunido para um atque frontal ao título que tem vindo a  escapar…

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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