MotoGP, 2021, Misano 2, F. Quartararo: Os Campeões também choram
Fabio Quartararo entrou para a história dos Grandes Prémios e do motociclismo, ao se tornar em Misano o primeiro piloto francês da história a ser campeão mundial na categoria rainha com apenas 22 anos de idade. Vejamos as suas primeiras reações após o título, em palavras e imagens.
Recordamos-nos perfeitamente de Olivier Jacque que foi campeão do mundo de 250 em 2000, rodando depois na categoria rainha com a Yamaha e depois com a Kawasaki. Com a carreira marcada por lesões, acabou por deixar o MotoGP em 2007, mas foi o primeiro francês das gerações mais recentes a tentar o título na classe maior, agora finalmente alcançado por Fabio Quartararo.
Fabio Quartararo: “Ainda não tenho a minha voz normal poucas horas depois da corrida.
Chorei muito, muito! É incrível. Quando cruzei a linha de chegada, pensei em todos os momentos difíceis que passei.
Ser Campeão do Mundo de MotoGP é algo que não esperava quando me encontrava em más situações há apenas alguns anos. Sinto-me num sonho e não percebo o que está a acontecer comigo agora!
Claro que tive mais pressão do que o habitual. Nunca parti mais do que 11º no MotoGP e nesta corrida larguei de 15º numa das corridas mais importantes da minha carreira! Escolhemos pneus seguros, mas para nós os duros teriam sido melhores, e penso que o pódio teria sido possível com pneus duros. Não tinha estabilidade quando estava com o grupo, não conseguia ultrapassar. Mas estou muito feliz com a minha corrida, mesmo tendo vencido o campeonato, foi ótimo terminar no 4º lugar. Estou super contente com a corrida, e claro, com o desfecho do campeonato.
Pouco antes de começar a corrida, falei com o Tom na box e estava muito nervoso. Estava em stress e ele disse-me: ‘pensa nas últimas três corridas do ano passado’. Foi um desastre total e eu só queria terminar o campeonato independente da minha posição. E hoje fiz a corrida que me tornou Campeã do Mundo. Acho que tudo o que aconteceu no ano passado me ajudou muito a conquistar o título hoje. Obrigado a todos por me apoiarem nestes tempos difíceis. Penso que aprendi muito ao longo destes anos no MotoGP e ainda tenho muito que aprender para obter mais resultados como este.
Para ser honesto, no ano passado lutamos pela moto de fábrica, mas com a Covid e tudo o resto, conseguimos melhorar a moto de 2019 (n.d.r: Yamaha M1 Petronas SRT). Mas com a moto de 2021 senti-me muito melhor. A frente da moto é muito estável e sei que foi isso que me fez vencer este ano, é o que eu acho. Sabemos que a potência é algo em que temos de trabalhar, mas a sensação de travagem para ultrapassar – não nesta corrida, mas em geral – tem sido muito maior do que em 2019 e 2020.
A Yamaha trabalhou muito, ainda temos muito a melhorar para o próximo ano porque sabemos que a potência é importante, mas agora sinto prazer em conduzir esta moto, está perfeita, apenas falta um pouco de potência. Este foi o dia mais importante de toda a minha vida”.
1deathbed