MotoGP, 2021, Jerez: Ciabatti entusiasmado com Miller e Bagnaia

Por a 8 Maio 2021 15:59

O gestor Desportivo da Ducati falou do excelente começo da época que a Ducati teve, com Miller a vencer e Bagnaia a liderar a pontuação do Mundial

Depois de ser um circuito em que tradicionalmente a Ducati não tinha grandes resultados, Jerez abriu um novo capítulo da história da Ducati Competição.

Após o 1-2 de Miller e Bagnaia, e com este último a subir para o topo da tabela, ficou confirmado que a política da fábrica de investir em novos valores com Bagnaia e Miller está a resultar em cheio.

Paolo Ciabatti, diretor desportivo da marca, já vê um futuro risonho e não esconde a sua satisfação:

“Este resultado foi a confirmação, porque estávamos convencidos de que podemos dar-nos bem, mas ser primeiro e segundo foi para lá das nossas expectativas… O ano passado, o Bagnaia ia em segundo antes do seu problema com o motor e tínhamos tido um terceiro com o Dovizioso e um 4º com o Miller, era uma pista difícil mas não tanto como alguns anos antes…

Fazer a dobradinha em Jerez agora foi uma surpresa agradável e confirma que estamos a trabalhar bem, porque desde o princípio da época as nossas motos tem estado sempre no pódio.”

Ciabatti confirma o que as celebrações na garagem parecem indicar, que há um novo ambiente na equipa vermelha:

“Miller e Bagnaia e dão-se bem, têm muita estima um pelo outro… Esta vitória é importante por muitas razões, não só porque é a primeira em Jerez em 15 anos mas também porque é primeira para o Jack, numa altura em que ele próprio reconhece estava numa espiral negativa, e também porque o Pecco provou ser muito rápido, sólido e focado… estamos a liderar o Mundial com ele!”
“Do nosso lado nunca duvidámos do Bagnaia porque achamos que ele é um piloto de grande talento…”

“Depois com tantos pilotos afetados pelo síndrome compartimental em Jerez

 incluindo o Quartararo, que teria sido um rival difícil de bater, o Jack foi afetado por isso no Qatar e os seus resultados foram determinados por isso em Portimão.”  “Não estava a 100%, só tinha tido a operação oito dias antes e a queda rebentou os pontos e pô-lo numa situação difícil, depois dos excelentes resultados dos testes de Inverno!”

“Ele próprio se colocou numa situação em que estava com pensamentos negativos…”

“Esta vitória além de compensar todo seu trabalho veio inverter esse ciclo que podia ter sido efeitos negativos…”

“Sempre confiámos no Miller e fizemos tudo para que ele se sentisse apoiado, não começámos esta aventura juntos tão bem como seria de esperar, mas sabíamos que era só uma questão de tempo…”

“No domingo vencemos e foi um peso que saiu dos nossos ombros, mas acima de tudo dos ombros dele…”

“Da parte do Bagnaia, há uma clareza, uma frieza a avaliar situações e gerir as corridas, que faz com que ele não sinta demasiada pressão.”

“Como ele próprio disse, é melhor nem pensar muito no campeonato, ou podes começar a andar pior.”

“Ganhar é importante, para ele e para nós, mas ainda há 14 corridas no calendário, portanto temos que nos manter realistas e construir o Campeonato prova após prova…”

“A seguir, vamos para os circuitos que são favoráveis, em teoria, à Ducati embora tenha a certeza que o Fábio também vai ser muito forte em Le Mans e não só ele….”

“Depois Mugello, temos que tentar maximizar todas as possibilidades sem cometer erros…”

“Já em Barcelona temos tido bons resultados no passado, mas sabemos que cada ano há menos e menos aderência, é uma situação que nos causa problemas, aliás os testes segunda-feira também serviram para testar soluções para melhorar a nossa competitividade nessa situação.”

“O Pecco está a entrar na sua terceira época, o Mir ganhou o mundial na sua segunda, e acho que o Pecco já tem o ritmo para ganhar.”

“Já tinha ritmo para ganhar no ano passado mas caiu, agora amadureceu como piloto, e é claro que a primeira vitória nos retira um pouco a pressão e, no caso dele, é apenas uma questão de tempo!”

“Esta equipa com dois pilotos novos foi uma aposta, mas eu diria que já está a resultar, pensamos que era a altura certa para o fazer e tínhamos grande confiança nestes dois…”

“Depois são os resultados a dizer se a escolha foi acertada ou não, acho que o trabalho que está a ser feito neste momento, e atitude da parte dos dois pilotos e de equipa inteira, o desejo de continuar a melhorar, vai dar-nos a força que precisamos.”

Isto é um dos pontos fortes da Ducati, neste momento e também o facto que a moto de 2021 foi melhorada graças aos nossos engenheiros, à equipa liderada pelo Gigi Dall’Igna, é certamente uma combinação desses dois factores.”

“Modificámos algumas características da Desmosedici, como a dificuldade de inserção em curva, e hoje é uma moto muito equilibrada…”

“Acho que nunca teremos a velocidade em curva da Yamaha, mas por ser um projeto diferente, mas também melhoramos nesse aspecto e há uma grande vontade de conseguirmos resultados positivos juntos, e gozar esta nova atmosfera que existe dentro da equipa!”
“Vemos o Miller a ficar muito tempo com a Ducati, é um piloto vencedor e nós gostamos de vencedores…”

“Para 2022 vamos continuar a ter seis motos, para recolhemos o máximo de dados possíveis…”

“Neste momento estamos a falar com a Gresini e com a VR46 e acho que uma decisão vai ser tomada até Mugello.”
“Em termos de preferência a Gresini sempre foi uma realidade que fazem as coisas bem, e a VR46 começou com projetos vencedores das Moto3 e Moto2 este ano a equipa testou a água no MotoGP com o acordo com a Esponsorama… ambas as equipas apresentam realidades sólidas e veremos como as coisas evoluem.
De facto, se olharmos para o passado, quando já tivermos equipas satélites com a Avintia e a Aspar, para além da Pramac, até poderíamos considerar oito motos na grelha, se as condições fossem certas…”

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