MotoGP, 2021, Indonésia, Marc Márquez: “A paciência não me levará longe, tenho que correr riscos”

Por a 19 Março 2022 20:08

Marc Márquez está intrigado com as suas possibilidades na corrida de Mandalika depois de três quedas nos treinos. Contudo, palavras como paciência ou cautela, não fazem parte do seu vocabulário neste momento.

Em primeiro lugar, vamos a factos. O piloto de Cervera rodou no 22º lugar na sexta-feira e ficou com o 14º lugar na qualificação, resultados que são tudo menos promissores antes da corrida de Marc Márquez no GP da Indonésia que se realiza no novo Circuito Internacional de Mandalika, na ilha de férias de Lombok. O hexacampeão do mundo de MotoGP sofreu três quedas violentas no espaço de 24 horas e luta contra a problemática sensação da roda dianteira da Honda RC213V. Além disso, Marc está a lutar contra o excelente Fabio Quartararo e contra a equipa Red Bull-KTM, reforçada com os bons desempenhos de Brad Binder (4º) e de Miguel Oliveira (7º).

O problema que está a minorar os desempenhos Marc Márquez, e também do seu colega de equipa Pol Espargaro dá pelo nome de pneus. A Honda não consegue lidar com os novos pneus Michelin com a carcaça mais dura que foram entregues após os testes. No entanto, a nova carcaça ajuda a diminuir a temperatura do pneu em 10 a 15 graus.

“Não vamos rodar em 14º lugar amanhã,” está convencido o 59 vezes vencedor do MotoGP. “Somos muito melhores do que mostra a nossa ‘posição na grelha’. Mas não há como negar que tentamos muitas coisas diferentes na frente. Aí eu fico confuso, aí eu não conduzo bem e os erros acontecem. É por isso que vamos dar um passo atrás na configuração da moto amanhã. Vamos colocá-la da forma que eu a conheço e que posso avaliar o limite.

Preciso de mais feedback na frente, tenho que sentir o quão bem a frente funciona na área limite e o que posso esperar do pneu dianteiro. Tenho que começar bem e tentar terminar a corrida.”

“O que melhoramos significativamente na nova Honda 2022 é a aderência da roda traseira. Esse era o nosso objetivo para que pudéssemos espremer melhor os novos pneus traseiros macios numa única volta. Mas já no primeiro teste em Sepang tive problemas com a sensação da frente. Levei algum tempo para descobrir esta questão. Também experimentei a Honda 2021 em Sepang, conhecia muito bem o limite e também caí, mas tinha uma noção melhor do limite dos pneus dianteiros. Mas aqui em Lombok, por exemplo, sei por que a segunda queda aconteceu hoje. Mas não tenho explicação para o primeiro acidente no primeiro treino livre. Todas essas coisas tornam o meu trabalho mais difícil.”

“Claro que é difícil mencionar aspectos positivos depois de um dia como este, com duas quedas”, disse Marc Márquez.

“No TL3 no sábado senti bons sinais, tentamos algumas coisas e não estamos na posição inicial que gostaríamos de estar. Mas vamos melhorar ‘passo a passo’ e livrar-nos dessa situação. Irritantemente, este é o pior circuito para ultrapassar. Mas vamos tentar o nosso melhor.”

A Speedweek perguntou ao espanhol ‘se teria paciência depois de três quedas?’, ao que Marc Márquez respondeu: “Vou largar do 14º lugar. Então paciência não vai me levar mais longe na corrida. Tenho que atacar cedo e sei que vou correr alguns riscos. Vamos ver se é demais ou não. Mas tenho que correr esses riscos para pelo menos ficar entre os dez primeiros, não estou a dizer que vou lutar pelo pódio ou pela vitória.

Haverá então curvas em que o atual quinto lugar do Campeonato do Mundo será um pouco mais cauteloso na corrida de 27 voltas. “Sim, nas curvas 11, 12 e 13”, sorriu.

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Ricardo Ferreira
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