MotoGP, 2021: Dorna subsidiou a época de 2020 à custa de 94 milhões de euros

Por a 1 Agosto 2021 17:30

Deu prejuízo, mas em tempo de crise, a Dorna não poupou despesas no seu esforço para preservar tanto as equipas como o seu teatro de operações. 94 milhões é a conta que o promotor teve de tirar dos seus cofres para fazer a época 2020 acontecer

Foi quanto a Promotora gastou por ter tomado a corajosa e arriscada decisão de realizar a época do Campeonato Mundial de Motociclismo de 2020 no meio de uma pandemia.

O Campeonato acabou por ter um total de 15 Grandes Prémios, todos em solo europeu para evitar transferências intercontinentais e sem a presença do público nas bancadas do circuito…

A informação e os números provêm de uma entidade que examinou as contas anuais da Dorna.

A empresa liderada por Carmelo Ezpeleta alcançou um volume de negócios total de 209 milhões de euros em 2020, 30% menos do que na época de 2019, fechando o balanço anual com prejuízos de 94 milhões de euros.

Do volume de negócios total, 66% das receitas vieram diretamente da televisão através dos direitos audiovisuais com um montante de 137 milhões de euros, 35% menos do que em 2019, oferecendo um número inferior de corridas.

Houve também uma queda na parte das receitas publicitárias com 42 milhões de euros (-14%) e serviços de televisão oferecidos pela própria Dorna, que foram de 28 milhões de euros, 15% menos.

Apresentada desta forma, não é uma situação alegre, mas poderia ter sido pior. Assim, a Dorna não precisou de recorrer ao crédito bancário para poder fazer face à perda de 94 milhões de euros, graças à posição desafogada que tinham antes da pandemia e ao financiamento privado que receberam através de várias linhas de crédito.

Além disso, apesar da queda óbvia nas receitas durante o ano passado, a Dorna conseguiu apoiar as equipas de Moto2 e Moto3 durante os meses mais difíceis da pandemia de Abril a Junho de 2020, com uma contribuição de 25.000 euros por mês por piloto para pagar os salários das equipas, no valor de 1,5 milhões de euros por mês para ambas as categorias.

A Dorna deu seis milhões de euros entre Abril e Junho às equipas para a sua sobrevivência.

No caso do MotoGP, as seis equipas privadas da grelha receberam um empréstimo especial de 250.000 euros por mês para esses três meses, a fim de evitarem ficar sem pagar aos seus mecânicos e pessoal, devido à hesitação de patrocinadores e atrasos no pagamento das somas a que se tinham comprometido.

No total estima-se que a Dorna deu seis milhões de euros entre Abril e Junho às equipas de Moto3, Moto2 e MotoGP para garantir a continuidade de todos no paddock.

Olhando para este ano, a Dorna assumiu que 2021 também terminará em perdas devido à situação epidémica prolongada na maioria dos países, e embora de momento não possam fazer uma estimativa devido à incerteza em todo o mundo, esperam que o balanço deste ano não seja tão mau quanto 2020.

Há que recordar que o calendário inclui 19 corridas, mais quatro do que no ano anterior.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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