MotoGP, 2021, Doha: Pilotos queixam-se dos pneus pré-aquecidos
Na sexta-feira vários pilotos da classe MotoGP, reclamaram no GP de Doha sobre alegados pneus defeituosos, que haviam sido aquecidos a 90 graus anteriormente. Mas, afinal, o que sucedeu?
O que sabemos é que no final de sexta-feira, após o primeiro dia de treinos em Doha, alguns pilotos relataram problemas com a qualidade dos pneus Michelin, que antes eram aquecidos, depois arrefeceram e depois foram aquecidos novamente. O fato de tais pneus não terem mais a aderência de uns pneus novos não é novidade, já que as equipas e pilotos os usam por várias vezes, desde a introdução dos aquecedores de pneus, o que aliás já sucede há décadas.
No entanto, foi agora notado pelos pilotos em Doha que a aderência máxima dos pneus aquecidos duas vezes deixa algo a desejar. Ex-pilotos como Martin Wimmer, ficaram surpresos com as suas declarações, já que esta situação não deveria ser nova. Mas afinal, o que se passa realmente? Fomos tentar saber….
Pneus pré-aquecidos, sim ou não? O que diz a Michelin
A razão pela qual a Michelin está a disponibilizar os designados “pneus pré-aquecidos” no segundo GP no Qatar, pode ser esta. Estes pneus que foram alocados para qualquer equipa há uma semana e nos testes de março, ainda não foram usados. Durante os dias de testes ou no primeiro no Circuito de Losail, no entanto, esses pneus podem ter sido aquecidos a 90 graus pelas equipas. Como é costume, foram então devolvidos a Michelin e depois transferidos para uma equipa, e se a questão colocado é se o desempenho dos mesmos sofre com esse aquecimento múltiplo, os franceses da Michelin asseguram que nenhum efeito negativo foi encontrado nos pneus após testes extensivos com esses pneumáticos. Os técnicos da Michelin monitorizaram de perto quanto tempo cada pneu individual foi aquecido a 90 graus por uma equipa. Porém, é preciso não aquecer um pneu até muito perto do limite aconselhado.
Como prova de que os pneus estão bons, a Michelin deu um exemplo concreto: “Ontem no TL2 Jorge Martin e Enea Bastianini alcançaram os seus melhores tempos com pneus aquecidos duas vezes”. Terá no entanto o problema a ver com a prova do Qatar ser um evento duplo, ou seja, realizado no mesmo circuito? A resposta é um rotundo Não. No entanto, depois dos seis dias de teste em março, e depois o primeiro Grande Prémio, o problema adensa-se… Porque, parece óbvio que a Michelin não quer alocar permanentemente pneus novos não usados, por razões de custo.
Além disso, o problema é de todas as equipas, e não apenas de uma ou outra equipa, porque todas receberam pneus pré-aquecidos várias vezes. E, além disso, a marca francesa assegura que forneceu o mesmo número de “pneus pré-aquecidos” a todas as equipas e com todo o tipo de compostos, ou seja pneus de composição macia, média e dura. Mas o fato é que a maioria dos pilotos fez a sua volta mais rápida ontem com pneus não reciclados!