O heroísmo de Binder no GP da Áustria viu emergir um 7º vencedor diferente e um 11º finalista do pódio nesta temporada… quem será o próximo?
Ninguém podia ter previsto o que aconteceu nas últimas quatro voltas do Grande Prémio Bitci da Áustria.
Brad Binder (Red Bull KTM Factory Racing), equipado com slicks, decidiu apostar quando os céus da Estíria abriram, e testemunhámos o homem da África do Sul a desafiar as probabilidades de ganhar a sua segunda corrida de MotoGP em circunstâncias espantosas.
A aposta da Binder em frações de segundo para ficar em pista enquanto os outros membros do pelotão de liderança Marc Márquez (Honda Repsol), Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team), Fabio Quartararo (Yamaha Monster Energy), Jorge Martin (Ducati Pramac) e Joan Mir (Suzuki Ecstar) mergulharam no pitlane para trocar as motos pelas suas máquinas de tempo molhado, o que significou que vimos emergir um sétimo vencedor diferente em apenas 11 corridas em 2021.
Isto acontece apenas uma semana depois de termos tido cinco fabricantes nos cinco primeiros pela primeira vez desde Brno 2008, com a MotoGP a provar mais uma vez que é tão competitiva como sempre foi.
Sim, as etapas finais do GP austríaco foram sem precedentes. Mas podíamos ter tido Aleix Espargaró (Aprilia Racing Team Gresini), Iker Lecuona (KTM Tech3 Factory Racing), Luca Marini (SKY Avintia VR46), Valentino Rossi (Yamaha Petronas SRT) e Takaaki Nakagami (Honda LCR Idemitsu) no pódio, numa só etapa.
Foi espetáculo sensacional, o desporto no seu melhor imprevisível e cativante.
O facto é que estamos atualmente numa era em que todos os fabricantes têm uma hipótese de vencer.
Yamaha, Ducati, KTM, Suzuki e Honda têm um pedigree comprovado, e o novo modelo da RS-GP da Aprilia está cada vez mais próximo do pódio. Além disso, cada piloto da grelha, se tudo estiver alinhado, é também capaz de ganhar uma corrida.
É por isso que eles são os melhores pilotos do mundo.
12 dos pilotos a tempo inteiro na grelha já ganharam uma corrida na categoria rainha, e 12 foram também Campeões do Mundo. Os finalistas do pódio do GP Austríaco de 2021 Binder, Bagnaia e Martin são todos Campeões do Mundo em Moto2 ou Moto3.
Tivemos sete vencedores até agora, mas Pecco – o segundo piloto na corrida ao título – ainda não venceu. Tal como o Campeão do Mundo reinante Joan Mir.
As corridas não funciona assim, claro, mas é preciso pensar que ambos os pilotos irão subir ao degrau superior antes do final da época, o que elevaria a contagem para nove.
Em 2016 e 2020, vimos nove pilotos diferentes ganharem uma corrida, o recorde de todos os tempos numa única época.
Até agora, Binder junta-se a Maverick Viñales (Yamaha Monster Energy), Quartararo, Jack Miller (Ducati Lenovo Team), Miguel Oliveira (KTM Red Bull Factory Racing), Marc Márquez e Martin, a vencer pelo menos uma corrida em 2021.
Para além dos sete vencedores, fomos também regalados com 11 pilotos em pé no pódio. Juntamente com os vencedores, Bagnaia, Mir, Johann Zarco (Ducati Pramac) e Franco Morbidelli (Yamaha Petronas SRT) já espalharam o espumante em 2021, e o primeiro trio já estiveram separados por apenas 25 pontos nesta temporada.
O recorde do número de finalistas do pódio numa temporada foram 17 em 1976.
Será que vamos ver mais vencedores e finalistas diferentes no pódio em 2021? Certamente a resposta é sim.
Além dos acima, Bagnaia e Mir ainda estão para ganhar, com Zarco, outro iminente vencedor, sentado em quatro segundos nesta temporada. O facto de o segundo, terceiro e quarto lugares no Campeonato do Mundo ainda não terem ganho é uma prova da competitividade de MotoGP, uma prova de como é difícil ganhar uma corrida no atual clima maravilhoso e imponente da MotoGP.
A seguir, vem Silverstone. Alex Rins (Team Suzuki Ecstar) foi o último a ganhar lá, outro piloto sedento de um primeiro pódio da época. Quem sabe o que vai acontecer no GP Britânico? Ninguém. É isso que torna o MotoGP tão incrivelmente excitante semana sim, semana sim.
