MotoGP, 2021, Assen: Rossi, após mais uma queda: “As MotoGP são mais difíceis de guiar agora!”

Por a 29 Junho 2021 17:00

Valentino Rossi, que está em posição de saber, após 20 anos na classe rainha, tem estado a comentar as grandes diferenças que viu acontecer na classe a nível técnico

“Com estas soluções aerodinâmicas a moto torna-se mais pesada nas mudanças de direção e é preciso fazer mais força!”

“Agora pode-se entrar em curva com maior velocidade e as trajetórias são diferentes…”

“A aerodinâmica sente-se nas mudanças de direção, é preciso fazer mais força para virar!” – começa por explicar

De facto, basta olhar para as fotos de há 20 anos atrás para ver que se guia de uma forma completamente diferente:

Antes, quando muito, roçava-se o joelho no chão, agora os pilotos saem tanto fora da moto que chegam a encostar os ombros à pista e quase tocam com o capacete no asfalto. Fabio Quartararo é um bom exemplo disto.

Nas curvas, as inclinações atingem cerca de 60° e não é única coisa que mudou: a chegada dos apêndices aerodinâmicos veio ajudar a carregar a dianteira das motos, para o pneu funcionar melhor, mas por outro lado, obriga a um maior esforço físico nas mudanças de direção.

Isto reflete-se até na construção dos fatos modernos, que agora apresentam raspadores não só no joelhos, mas nos cotovelos e ombros também.

Valentino Rossi é um exemplo de um piloto que passou por todas as classes, através das 125 e 250 a 2 tempos até às 500 e está, portanto, em boa posição de comentar as mudanças efetuadas no estilo de pilotagem:

“O estilo de pilotar mudou muito nos últimos anos”- diz ele – “especialmente no que respeita à posição na moto… todos se penduram muito muito mais, com os ombros para fora em curva!” – explicou Valentino, depois de mais uma vez não terminar um Grande Prémio em Assen.

Acerca da diferença trazida pela aerodinâmica, o piloto ainda está indeciso:

“Não sei dizer ao certo, é claro que permite ter melhor aceleração e travar mais tarde, mas acho que as maiores evoluções se devem aos pneus, travões e eletrónica e não à aerodinâmica…”

Estas interferem principalmente nas fases todo-importantes de entrada e saída de curva:

“Sem dúvida, as MotoGP atuais são muito exigentes fisicamente” – salientou o multi –campeão – “Sobretudo, permitem travar  mais tarde e entrar muito, muito rápido em curva… isto faz com que até as trajetórias tenham mudado também!”

O efeito das aletas e apêndices aerodinâmicos faz-se notar sobretudo nas pistas muito rápidas, mas em traçados técnico como Assen, pode até atrapalhar, como Valentino termina, explicando:

“Com estas soluções aerodinâmicas a moto torna-se mais pesada nas mudanças de direção e é preciso fazer mais força!” -concluiu o piloto da Yamaha Petronas, algo desanimado parente mais uma desistência.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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