MotoGP, 2021: A determinação de Miguel Oliveira

Por a 16 Fevereiro 2021 15:00

Miguel Oliveira chega à equipa de fábrica da KTM vindo do parceiro Tech3 com quem já venceu dois Grandes Prémios em 2020 determinado a lutar pelo título

“A lesão de 2019 fez-me mais forte” Miguel Oliveira

Miguel Oliveira, na sua progressão na grelha de MotoGP, impressionou pelo menos tanto como a evolução da KTM em geral. Dois destinos comuns parecem estar a emergir, o que augura bem para ambas as partes. No entanto, os companheiros de equipa não o deixarão em paz, com o legítimo desejo de jogar as suas cartas também.

O português, durante a apresentação da nova RC16 em preparação para a próxima temporada, fez alguns comentários sobre as forças envolvidas e o seu colega de equipa Brad Binder que é tudo menos um estranho…

A confirmação do talento do português acompanhou a revelação da RC16, e como muitas vezes acontece, foi ajudada por acontecimentos passados, um dos quais particularmente importante.

O português revelou que deu um passo em frente ao gerir a sua lesão no ombro em 2019 da melhor forma possível, que dificultou o final da época e o manteve afastado do MotoGP durante algum tempo:

“Algo assim deixa uma marca mental, mas acabou por tornar-me mais forte”, diz.

E acrescentou: “Apesar de a temporada de 2020 ter sido muito mais curta, consegui ganhar muita experiência com a moto e agora sinto-me mais em casa.” E esclarece o que quer dizer com isso:

“O meu líder de equipa tem de me compreender e também ser capaz de interpretar as minhas expressões faciais ou o tom da minha voz. Desse modo tudo funciona de forma mais eficiente. É importante que eu estou a ser recebido pela equipa do Pol Espargaró, eles têm muita experiência e sempre foram rápidos com ele. Dá-me confiança e um bom ponto de partida.”

Já que está a falar do seu novo ambiente, o que pensa ele do seu novo colega de equipa Brad Binder, que é um velho conhecido?

“Damo-nos bem, ele é muito honesto e direto. Não teremos problemas um com o outro. Quem será o número 1 e o número 2 depende dos resultados, algo assim não é determinado com antecedência.

A equipa quer seguir em frente. Se estamos em primeiro e segundo, acho que não se importam com quem está em que posição. Está claro para mim: quero vencer os outros 21 pilotos. Brad vai ajudar-me a ultrapassar os meus limites se for mais rápido.”

Miguel Oliveira conclui referindo-se à sua convicção de que o que se viu em 2020 não é uma exceção, mas sim o início de uma nova era:

“O Marc Márquez domina há muito o campeonato, por isso estávamos habituados a um campeonato diferente. Ninguém sabe o que vai acontecer na próxima temporada. Mas com o dobro das corridas, podemos ver 16 vencedores, ou mesmo 22 depois.

No MotoGP, a densidade da competição é extremamente elevada, especialmente porque praticamente todos têm uma moto de fábrica nas suas boxes. Por isso, acho que é provável que vejamos mais vencedores diferentes, dá ao campeonato algo mágico.”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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alessandrohansenvargas
alessandrohansenvargas
3 anos atrás

Brad vai ajudar-me a ultrapassar os meus limites se for mais rápido”
Declaração madura, consciente e que demonstra seu foco no resultado!
Talento e competência lhe são inatos e a maturidade, fruto do aprendizado com as vicissitudes da vida, certamente também, nesta altura da carreira, lhe é fiel companheira.
Na ultima fala de nosso Campeão: “estávamos habituados a um campeonato diferente. Ninguém sabe o que vai acontecer na próxima temporada. Mas com o dobro das corridas, podemos ver 16 vencedores, ou mesmo 22 depois” – traduz o que Mir fez na época anterior: REGULARIDADE, ou seja, mais vale pontuar sempre do que arriscar um tombo na busca irracional do alto do pódio (como vimos bem um rapazinho fazer em Jerez 2020…).
Miguel Oliveira já é um vencedor, pode abrir mão tranquilamente do pódio em algumas corridas em prol de pontos preciosos, pois o degrau mais alto do pódio que ele busca esse ano, é nada menos que do Campeonato Mundial!

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