MotoGP, 2020, Valência: Lin Jarvis: “Com o Cal vamos melhorar a equipa de teste”

Por a 14 Novembro 2020 13:35

Após o anúncio de Cal Crutchlow como piloto de testes da Yamaha para o próximo ano, Lin Jarvis, gestor da equipa de MotoGP da marca dos três diapasões, numa longa entrevista após os treinos livres de sexta-feira, explicou os motivos por trás da escolha do inglês para substituir Jorge Lorenzo como piloto de testes.

Lin Jarvis falou claramente na intenção de melhorar a equipa de testes da Yamaha em 2021. E para isso, preferiu ficar com Cal Crutchlow que depois de 5 anos com a Honda regressa à marca com que iniciou a sua carreira no MotoGP em 2011.

“Hoje anunciamos o Cal Crutchlow que estará connosco a partir do ano que vem. No início, o contrato será de apenas um ano, mas espero que se prolongue nos anos seguintes. A escolha de Cal foi feita com o objetivo de melhorar a nossa equipa de testes para o próximo ano.”

“Este tem sido um ano difícil” – acrescenta Jarvis. “Trabalhamos este ano com o Jorge Lorenzo que fez dois dias de testes em Sepang em janeiro, e depois o Covid arruinou os nossos planos. Não tivemos a chance de fazer coisas boas com ele. No final da temporada fizemos um pequeno teste em Portimão que não correu muito bem. Uma pena, porque este ano deveria ter sido diferente. A nossa equipa de testes está cheia de engenheiros japoneses que não puderam vir para a Europa.”

Sobre o papel do testador, o gerente da Yamaha não esconde que queria se dar bem com Jorge Lorenzo e diz que também entrou em contato com Dovizioso:

“Para o ano que vem fizemos esta escolha, mas queríamos tentar continuar com o Jorge Lorenzo; também conversamos com o Andrea Dovizios e esperamos por ele, mas ele fez sua escolha para o futuro na semana passada. Continuamos então as negociações com Cal que prontamente se dispôs a assinar um contrato para o próximo ano connosco.”

“Estamos muito felizes por tê-lo escolhido. Cal é um piloto que adora trabalhar, diz as coisas como são, às vezes até demais. E para um piloto de teste isso é importante.”

E sobre a hipótese Dovizioso?

“Fomos honestos com ele, oferecemos-lhe a posição de piloto de teste. Andrea é um piloto que adora clareza e adora andar de moto também, as nossas motos são muito boas, e isso não foi um obstáculo. Esperámos a sua decisão, pois entendemos que atravessa um momeno importante da sua vida. Depois de tantos anos na Ducati, os dois últimos foram pesados para ele e não correram bem. Andrea está cansado e quer fazer uma pausa.”

Lin Jarvis também falou sobre a presente temporada, com um olhar também para 2021.

“Trabalhamos bem, vencemos 6 corridas até agora, mas também cometemos erros. Não quero mais falar sobre as válvulas… Desde a primeira corrida que estamos em dificuldade com os motores porque perdemos 8, e há pilotos que fizeram toda a temporada com apenas 2 unidades, foi difícil e só complicou ainda mais a nossa situação”.

Sobre os problemas deste ano, o gestor da Yamaha acrescenta: “Há circuitos e corridas onde somos muito rápidos. Quando tudo vai bem, somos muito rápidos, mas quando falta aderência estamos em dificuldade. Também tivemos esse problema nos últimos anos e não conseguimos ajustar a moto para sanar esse problema. Este ano trocamos a moto e há duas motos diferentes em pista. Três pilotos com as especificações de fábrica e depois Morbidelli com outro tipo de motor. Seguramente devemos dispender algum tempo a compreender melhor a nova moto e temos que encontrar a solução para nossos problemas”.

“Há apenas um vencedor nesta temporada” – diz Jarvis – “que é a Suzuki. Nós só tivemos problemas, como outras casas que também certamente não melhoraram”. Concluiu o responsável holandês, numa clara alusão à Ducati.

Na última parte da entrevista, Jarvis fala sobre a situação de Quartararo do ponto de vista psicológico diante das duas últimas corridas.

“No início desta temporada, que para ele é o segundo ano na MotoGP, Fabio sentiu-se muito forte. Então começamos a ter problemas, e para um piloto já é complicado lidar com uma moto Factory Spec, que tem muitos ajustes para fazer. A moto do ano passado na sua estreia na MotoGP não teve tantos ajustes quanto a deste ano. E isso é frustrante para ele, mas ele tem que passar por isso, faz parte da vida.”

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Ricardo Ferreira
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