MotoGP, 2020: uma terceira Honda Repsol para Marc Márquez?
Carmelo Ezpeleta da Dorna reagiu ao boato, refutando-o categoricamente
Ezpeleta teve de ter em conta uma ideia que começava a fazer-se ouvir no paddock: e se, em 2021, para reabilitar um Marc Márquez ainda convalescente na MotoGP, a equipa da Repsol Honda pudesse alinhar não com duas, mas com uma terceira RC213V?
Para aqueles que pensam que o campeonato fica desvalorizado sem ele, é uma dádiva divina, para outros que não gostariam de ser campeões do mundo sem Marc Márquez na grelha de partida, seria preciso uma desculpa para falhar.
O chefe da promotora Dorna Carmelo Ezpeleta comenta a hipótese. Aproveita ainda para repudiar a convicção de que seria um campeonato com menos mérito sem o fenómeno de Cervera…
Marc Márquez falhou a temporada de 2020 e a sua ausência foi chorada por muitos, começando pela Honda. A campanha, também graças ao novo formato imposto pela pandemia, foi ainda entusiasmante, com corridas muito próximas e nove vencedores diferentes, acabando por revelar um campeão mundial de uma nova geração, neste caso Joan Mir.
Nem é preciso dizer que gostaríamos de testemunhar um Marc Márquez de volta à pista em plena posse das suas faculdades. Mas para isso, teremos de esperar, dada a saúde do oito-vezes campeão do mundo, que ainda nem sequer está em fase de retomar o treino…
Precisamente, para encorajá-lo a voltar e facilitar o seu recomeço e aquisição de referências, a hipótese de poder participar numa terceira Honda Repsol começou a ser assunto.
Um assunto sensível, que Carmelo Ezpeleta quis matar logo à partida, dando este ponto de vista, que para todos os efeitos é uma decisão regulamentar: “Não será possível alinhar com mais de duas motos para a mesma equipa. A HRC tem duas inscriçõess para a equipa da Honda Repsol e duas para a equipa de Lucio Cecchinello. Não há possibilidade de abrir exceções.”
Não podia ser mais claro, e o mesmo Ezpeleta quer ser igualmente claro sobre a quimera de um campeonato desvalorizado sem Marc Márquez:
“Marc Márquez caiu em Jerez assumindo riscos, como sempre fez desde o início da sua carreira. Márquez é uma personagem incrível, tem uma paixão incrível pelo seu trabalho. Teve azar em Jerez, mas o campeonato mundial ainda tem todo o valor. Por exemplo, lembro-me de 1999, nunca ninguém pensou que o campeonato fosse menos importante porque o Doohan caiu e o campeonato do mundo foi ganho pelo Crivillè.”
“Obviamente, com um candidato ao título como Márquez, as coisas teriam mudado, mas o campeonato começa e acaba com aqueles que estão em pista. Para mim, o argumento de que o título é menos valioso porque, por exemplo, houve 15 corridas e não 18 não é justo. No início, quando começámos, havia 12 ou 13 corridas e era um campeonato mundial absolutamente válido. O Campeonato de 2020 foi bonito e duro, certamente teria sido mais ainda com a presença de Márquez, mas isso não muda as coisas”, conclui o patrão da Dorna.