MotoGP, 2020: Smith beneficia da ausência de Iannone

Por a 5 Setembro 2020 12:48

Como Andrea Iannone ainda está à espera de um veredicto do Tribunal Arbitral, Bradley Smith tem continuado em MotoGP na Aprilia.

O britânico acredita que, mesmo que a situação se resolvesse, entrar a meio da temporada não seria bom para Iannone.

A sorte de um homem é o azar doutro: enquanto Andrea Iannone ainda aguarda que o Tribunal Internacional do Desporto se pronuncie sobre a sua suspensão por doping, Bradley Smith pode continuar como piloto regular na MotoGP. Um veredicto no “caso Iannone” só será proferido em meados de outubro, na melhor das hipóteses.

Lembrar que o piloto italiano da Aprilia foi acusado depois de alegadamente ter comido carne contaminada num restaurante antes do Grande Prémio da Malásia de 2019. Como resultado, a substância proibida drostanolone foi detetada nas suas amostras A e B.

A Agência Mundial Antidopagem (AMA) tinha pedido a pena máxima para Iannone. Assim aplicada, a sentença teria sido válida por quatro anos e teria levado ao fim da carreira de Iannone. Em primeiro lugar, foi então imposta uma suspensão de 18 meses. Iannone insiste, no entanto, que está inocente e a proibição deveria ser completamente levantada.

Até lá, porém, é certo que Smith também competirá nas corridas de Misano, Barcelona e Le Mans para a Aprilia Racing Team Gresini. O britânico também pode ganhar algo positivo com tudo isto: “Claro que é negativo para o Andrea. Certamente esperava outras notícias. Mas se ele começasse a meio da época sem testar, seria uma grande trabalheira para todos.”

Para Smith, adicionar a época de Grande Prémio de 2020 ao seu Currículo é uma vantagem. A Aprilia, e Smith em particular, tiveram problemas nas corridas anteriores da temporada e é precisamente por isso que o 3 vezes vencedor de 125cc em 9 e 2010 acredita: “A consistência  é muito importante para este projeto. Não é o melhor cenário em geral, mas para mim pessoalmente não é o pior. Vou de corrida em corrida. Se eu puder andar até outubro, seria ótimo.”

Smith está a marcar até agora esta temporada sem grandes resultados, mas pelo menos terminou todas as corridas, pontuou em três de cinco e quer continuar nesse caminho.

Até porque o piloto de testes Lorenzo Savadori está a fazer um bom trabalho para Smith e o seu companheiro de equipa Aleix Espargaró. Mais uma vez, em Misano, o italiano andou ao máximo e Smith diz: “O Lorenzo está a conhecer melhor e melhor o MotoGP. Ele pode melhorar a mota e eu posso continuar o meu trabalho em corrida.”

O inglês, que em 2019 foi terceiro no Mundial de MotoE, rodou durante quatro anos pela equipa Yamaha Tech3 no Mundial de MotoGP e depois ficou com dois lugares no pódio (segundo lugar em Misano em 2015 e 3º lugar em Phillip Island em 2014).

Assinou por dois anos com a KTM Red Bull e garantiu quatro décimos lugares na KTM RC16: em 2017, em Misano e Phillip Island, em 2018, no Sachsenring e em Phillip Island. Depois despediu-se da KTM na corrida à chuva em Valência de 2018 com um oitavo lugar. Teve de abandonar o seu lugar para Johann Zarco e a seguir foi contratado como piloto de testes pela Aprilia.

Iannone, por outro lado, ainda não se sentou na RS-GP 20 da fábrica de Noale e precisaria de tempo para se aclimatizar. No entanto, pelas próximas seis semanas, terá de continuar a ter paciência.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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