MotoGP, 2020: Pol Espargaró, a caminho da Honda, recorda o tempo na KTM

Por a 1 Dezembro 2020 15:00

Após quatro anos na KTM, Pol Espargaró completou um ciclo na sua carreira e junta-se à equipa de fábrica da Honda Repsol, revendo o início da cooperação com os austríacos

“O carácter da RC16 não mudou”

No próximo ano, Pol Espargaró já não estará a lutar por pontos do Campeonato do Mundo para a KTM Red Bull Factory Racing.

O jovem de Granollers, agora com 29 anos, vai, em vez disso, competir com a equipa de fábrica da Honda Repsol na classe rainha.

Para dizer adeus aos austríacos, o 5º classificado no mundial recorda o início da sua carreira:

“Antes de mudar para a KTM, estava a andar para outro fabricante e não sentia que fazia parte de algo grande ou que pudesse alcançar algo importante.”

“Fui tratado como um rookie e depois dos três anos não senti que tivesse aprendido muito”, explica o espanhol, que passou três anos numa Yamaha clientes para a equipa Tech3 e chegou a terminar  em sexto no Campeonato do Mundo.

“Quando soube do projeto da KTM, vi-o como uma oportunidade para fazer parte de um projeto histórico. Conhecia a KTM há muito tempo e tinha visto este fabricante ficar por cima noutras séries. Eu disse a mim mesmo: ‘Porque não o farão no MotoGP?'”

Foi por isso que Pol instruiu o seu agente para bater à porta da equipa.

“Eu queria muito fazer parte do projeto, porque senti que podíamos chegar ao topo juntos.”

O primeiro contacto com a KTM de MotoGP continua inesquecível, sublinha Pol. “Foi em 2016, em Valência, em Novembro, e experimentei a moto, que era obviamente nova. Muitas coisas não correram bem na primeira volta, claro, era nova, mas já conseguia ver o caráter da mota, que nunca mudou nos quatro anos.”

“Apercebi-me que a mota funcionava melhor quando ajustei o meu estilo de condução, e esta tarefa foi o foco para mim. Antes, parecia que o condutor não teria um impacto real no tempo por volta. Na KTM, era diferente. Dependendo do quanto fui até ao limite e do quanto arrisquei, os tempos por volta também melhoraram. Isso foi muito importante para mim”, explica o mais novo dos dois irmãos Espargaró com um sorriso.

“Quando voltei à boxe, vi todos estes rostos dos tipos à espera do meu veredicto e fiquei muito feliz. Porque, claro que ainda havia muitos problemas para resolver, porque a mota e todo o projeto ainda eram muito novos, mas eu tinha reconhecido o caráter da máquina e isso deu-me uma alegria enorme.”

Espargaró viria a dar o primeiro pódio à marca no final de 2018 em Valência, e depois mais 5, mas as primeiras vitórias este ano foram de Brad Binder e Miguel Oliveira e finalmente, o Espanhol nunca venceu com a moto que ajudou a desenvolver durante 4 anos.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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