MotoGP, 2020, Europa: Recorde de 2020 iguala o de 2016 com um nono vencedor

Por a 9 Novembro 2020 13:00

A primeira vitória de Mir no MotoGP não poderia ter chegado em melhor altura, já que 2020 testemunha mais um vencedor diferente num ano incrível

Tivemos de esperar até meados de Julho para ver motos de MotoGP a rasgar em torno de uma pista de corrida em 2020, mas valeu a pena esperar. Antes do Grande Prémio da Europa de domingo, já tinham saído oito vencedores de 12 corridas. Agora, o líder do campeonato, Joan Mir da Suzuki Ecstar fez nove, para igualar a tremenda pontuação de 2016.

Tem sido um ano fascinante em tantos sentidos, a começar por Fabio Quartararo da Yamaha Petronas SRT a fazer a dobradinha em Jerez.

Brad Binder da KTM Red Bull foi então a grande surpresa em Brno para entregar a si mesmo e à KTM a primeira vitória em MotoGP, antes de Andrea Dovizioso da Ducati continuar o recorde de vitórias 100% da Ducati na Áustria.

Logo a seguir, Miguel Oliveira da KTM tornou-se o primeiro português a vencer na classe rainha e deu à Tech3 a sua primeira vitória em MotoGP numa última curva épica, na última volta no Red Bull Ring.

O circo de MotoGP rumou então ao Circuito de Misano Marco Simoncelli, com mais dois vencedores a aparecer. O primeiro deles foi Franco Morbidelli da Yamaha Petronas, quando o italiano conseguiu a sua vitória de sonho no MotoGP em solo caseiro, com o homólogo da Yamaha, Maverick Viñales da Yamaha Monster Energy a entregar uma semana depois.

Foram seis vencedores nas sete primeiras corridas e depois do brilhantismo de Quartararo em Barcelona, Danilo Petrucci da Ducati fez um regresso bem-vindo ao primeiro escalão em Le Mans, na primeira corrida molhada de MotoGP desde o GP de Valência de 2018.

Dois encontros em MotorLand Aragón surgiram logo após, e sete dias depois da vitória de Petrucci, o vencedor número oito surgiu.

Alex Rins da Suzuki Ecstar lutou contra Alex Márquez da Honda Repsol pela glória da casa, trazendo o piloto da Suzuki de novo à moldura dos candidatos ao título.

Morbidelli garantiu então uma fenomenal segunda vitória da temporada, com o Campeonato a chegar às últimas três corridas de 2020, com o título ainda em aberto.

No entanto, a atuação de domingo de Mir no Circuito Ricardo Tormo não foi nada menos que espetacular. Um desempenho digno de título, já que no segundo ano da classe rainha afastou as dúvidas para vencer a sua primeira corrida de MotoGP, ampliando a sua liderança do Campeonato para 37 pontos com apenas duas corridas restantes. Uma mão já no troféu? Podem crer.

Nove vencedores em 12 corridas é simplesmente impressionante.

Em 2016, vimos 9 vencedores diferentes com Marc Márquez, Valentino Rossi, Jorge Lorenzo, Dani Pedrosa, Andrea Iannone, Cal Crutchlow, Andrea Dovizioso, Maverick Viñales e Jack Miller, todos no topo.

Qualquer um que dissesse que isso poderia ter sido repetido antes da temporada de Jerez estaria a mentir, ou tem uma bola de cristal escondida. 2020 tem sido impressionante e a melhor parte é que teoricamente, poderemos ter um 10º e 11º vencedores antes de fazer as malas no domingo em Portimão.

Pol Espargaró da KTM, Miller ou Bagnaia da Ducati Pramac e Takaaki Nakagami da Honda LCR são pilotos que provavelmente poderiam ter argumentos mais fortes para produzir um 10º vencedor, mas há mais.

Alex Márquez conquistou dois pódios este ano, Johann Zarco (Ducati Esponsorama) tem um pódio esta temporada, e nomes como Rossi e Crutchlow já têm vitórias em Grande Prémio e nunca podem ser riscados.

Ficamos sem superlativos para descrever a temporada de 2020. Nove vencedores diferentes em quatro marcas diferentes é uma prova de quão competitivos cada piloto e cada fábrica são hoje em dia.

Mir está no céu e tem agora a oportunidade de decidir o título antes do Grande Prémio de Portugal, no segundo encontro de Valência do próximo fim de semana. Será que um décimo vencedor em 13 corridas vai subir ao degrau mais alto?

É impossível prever, mas pode acontecer!

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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