MotoGP, 2020, Europa: A Aprilia bate no fundo

Por a 9 Novembro 2020 15:00

Para a Aprilia, tudo corre mal em 2020 e as críticas à gestão da tecnologia e ao desenvolvimento na equipa estão a aumentar

A Aprilia está na sua sexta temporada desde que voltou à MotoGP. Porém, este domingo, outro ponto baixo parece ter sido atingido, pondo mesmo em questão a continuidade da posição do Diretor Técnico Romano Albesiano.

Bradley Smith, piloto substituto no MotoGP, só foi informado pelos repórteres de TV ingleses Matt Birt e Steve Day na noite seguinte ao GP de Teruel, a 25 de Outubro, que seria substituído pelo piloto de testes Lorenzo Savadori nos últimos três Grandes Prémios.

Ele próprio não tinha sido informado pela equipa e ficou sem palavras. Não é exatamente à boa maneira inglesa de “fair play”…

O diretor de corrida da Aprilia, Massimo Rivola, que veio da Ferrari em 2019, não conseguiu, até agora, fornecer uma explicação plausível para a troca de pilotos.

Até os membros da equipa Aprilia ficaram espantados com a decisão, mais a mais de uma equipa que diz esperar o que for preciso pelo suspenso Iannone.

Ainda por cima, Savadori não pôde chegar perto dos tempos de Smith, que fez um oitavo lugar com a KTM em Valência em 2018 e provavelmente teria pontuado num dia agitado e cheio de quedas como o de ontem.

Mas Smith sabia que não teria lugar na Aprilia em 2021, por isso criticou publicamente a equipa em Aragón, como Sam Lowes e Scott Redding fizeram no passado, e como Aleix Espargaró faz todos os fins-de-semana, por assim dizer.

Não admira, se olharmos para os resultados: No Campeonato do Mundo de Marcas, a Aprilia mantém-se última com 39 pontos.

A KTM, que entrou três anos depois, já marcou 143 pontos e venceu duas vezes. Pol Espargaró na KTM, irmão mais novo de Aleix da marca de Noale, é sétimo no mundial.

Isto significa que a Aprilia-RSGP de 2020, com o novo motor V4 de 90 graus, anunciado com muita pompa, é mais uma vez uma criação pouco fiável. E Aleix é demasiado inconsistente para levar a moto aos pontos regularmente, mas no entanto, conseguiu um novo contrato de dois anos, por um valor de 1,2 a 1,5 milhões por ano, muito mais, por exemplo, do que Morbidelli, que já venceu este ano duas vezes, ganha na Yamaha Petronas.

No GP de Valência, na sexta-feira, Aleix Espargaró acabou por ser segundo classificado no TL2, e na qualificação andou bem, garantindo o 6º lugar na grelha. Porém, foi-lhe dada uma penalização de três posições por ignorar a bandeira azul quando saiu para a pista do pitlane na Q2.

Assim, Espargaró foi despromovido da segunda à terceira linha da grelha e caiu logo na curva 8 na primeira volta, ao mesmo tempo que Fabio Quartararo.

Na terceira volta, o estreante Savadori também caiu depois de na qualificação ter ficado a 2,098 segundos do melhor tempo de Pol Espargaró na KTM.

Savadori regressou para chegar a 15º e último após a queda, mas foi mandado parar pela placa com o enigmático comando Box!

“Queria ficar em pista para experiência e recolher dados”, disse Savadori “Mas depois houve um alarme no painel que me obrigou a desistir.”

Aparentemente, uma falha de motor estava iminente e a equipa mandou-o parar.

É por isso que as más línguas no paddock já comentam que o Presidente da Piaggio, Roberto Colaninno, quer acabar com o desastre e livrar-se de Rivola.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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