MotoGP, 2020: Davide Brivio fala da época da Suzuki

Por a 14 Dezembro 2020 16:00

A Suzuki acertou em cheio em 2020, levando os títulos de pilotos e equipas, e falhando por pouco o de construtores… O manager Davide Brivio reflete sobre uma época que começou mal e acabou em grande

“Estamos sob muita pressão, o que é positivo, até gosto disso!”

Passada a excitação dos primeiros momentos após a conquista do título, Davide Brivio sentou-se mais calmamente para falar sobre a época que passou, e os objetivos da Suzuki para 2021:

“À nossa época, daria uma nota de nove, e daria uma nota de nove porque conquistámos o campeonato!”

“Isso é um resultado importante… mas já estamos a pensar naquilo que podemos ainda melhorar, já estamos a pensar como fazer melhor!”

“Claro que toda a gente sabe que foi mesmo uma época estranha, e houve alguns momentos difíceis como por exemplo, mesmo antes da primeira corrida…”

“Tivemos que adiar tudo e atrasar o começo do campeonato, com isso houve dois ou três meses em que não sabíamos bem o que é que estava a acontecer…”

“Os pilotos portaram-se bem, e continuaram a treinar, porque sabíamos que quando o dia viesse, teríamos que estar prontos, só que não sabíamos quando, e também era difícil planear preparativos e treinos e tudo o resto!”!

“Finalmente, fomos capazes de começar a época, mas a primeira corrida foi um desastre!”

“O Alex chegou à  primeira corrida muito forte, física e mentalmente.”

“Encontrámos um Alex diferente, muito mais confiante e pronto a atacar, mas infelizmente depois, no sábado, nos treinos, deu uma queda, lesionou-se e falhou logo essa corrida!”

“Depois foi um processo de recuperação com o ombro a ficar melhor e sem perder a sua forma física, mas foi uma fase difícil.”

“Ao mesmo tempo o Joan também começou a época com uma queda, e portanto saímos de Jerez com zero pontos… estávamos desapontados e não foi pouco!”

“Logicamente, com o ombro magoado, na segunda corrida, o Alex ficou em 10º , a sofrer muito e a lutar com dores no ombro.”

“O  Joan já consegui uma boa posição, mas com uma corrida prudente, porque depois da queda queria amealhar alguns pontos e não atacou assim tanto.

Depois fomos para Brno onde mais uma, vez o Alex acabou por ter uma boa corrida em que acabou em 4º, mas o Joan começou não tão bem como isso: estava em 13º no começo da corrida, mas depois outro piloto eliminou-o por isso ele teve outra queda e zero pontos mais uma vez.

Por isso, o começo da época foi bastante duro, é verdade!”

“Podemos dizer que depois, na Áustria foi onde a nossa época começou a sério, encontrarmos o caminho!”

“A coisa mais importante foi o Joan conseguir um pódio, que foi o começo e isso foi um alívio para ele, porque com esse primeiro pódio ele percebeu que podia continuar a estar no pódio, que foi que aconteceu!”

“Sete pódios nas últimas 10 corridas foi o que fez a diferença, no que foi um campeonato muito estranho comparado, com os outros.”

“Talvez não tenhamos ganho tantas corridas como os outros, mas é verdade que não estivemos tanto para cima e para baixo, com pilotos que uma vez ganhavam e na corrida seguinte estavam em dificuldades.”

“Nós estivemos muito mais constantes com o Joan, mas isso também aconteceu com o Alex ao mesmo tempo, porque uma vez recuperado do ombro ele começou a acabar no pódio…”

“Várias vezes, tivemos pódios duplos, com ambos os pilotos no pódio e duas vitórias, que é a razão porque tenho que dizer que, no final da época, fomos muito consistentes e o Joan tinha aquela vantagem que lhe permitiu conquistar o campeonato.”

“Portanto, foi um excelente final de época!”

“Estávamos confiantes no começo da época, porque tínhamos encontrado um bom caminho, porque tínhamos testado com um bom motor, um bocadinho mais rápido e também um bom chassis que nos dava confiança!”

“Quer dizer que de 2019 ainda mudámos umas coisas, não foram coisas pequenas porque o motor e os chassis são as coisas principais, mas havia muitas áreas em que ainda fizemos pequenas melhorias.”

“Os nossos engenheiros no Japão fizeram um excelente trabalho, e nós na equipa com os dois pilotos, tentámos aproveitar isso ao máximo.”

“O próximo desafio é tentar manter este nível, não vai ser fácil, temos algumas coisas a melhorar na nossa organização, na moto…”

“Não podemos tocar no motor, claro, mas no Japão estão a trabalhar nas outras áreas do chassis e acho que agora toda a gente vai estar muito mais motivada!”

“Estamos sob muita pressão, o que é positivo, até gosto disso!”

“Temos o campeão mundial Joan Mir connosco, temos o Alex Rins outro piloto de grande talento, quer dizer que temos uma equipa com dois pilotos muito fortes e acho que isso vai manifestar-se nos resultados.”

“De certeza que é uma das equipas mais fortes em MotoGP, em termos do talento dos pilotos, e agora o nosso trabalho é dar-lhes um pacote com que eles possam exprimir o seu potencial, e esta é a pressão.”“Isto quer dizer, desenvolver uma moto melhor, melhorar a organização e mantermo-nos focados no objectivo!”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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