MotoGP, 2020: Andrea Dovizioso, despedida para sempre?

Por a 29 Novembro 2020 15:00

Andrea Dovizioso está a planear tirar um ano e regressar ao MotoGP em 2022, quando terá  36 anos, no mínimo improvável

Dovi irritou Stefan Pierer da KTM, ao pedir 4 milhões de euros

Com todas as equipas a fazerem alterações e tanto talento a vir das classes mais baixas, o plano de regresso de Dovi pode ser uma ilusão.

Se a Ducati Corse fez bem em alienar Andrea Dovizioso ainda está para ser visto.

A Ducati dificilmente tem um substituto equivalente a Dovi na formação de seis pilotos para 2021.

Miller e Bagnaia na equipa de fábrica são rápidos mas inconsistentes, na Pramac estão Zarco, recordista de quedas e Jorge Martin, um rookie.

Finalmente, na Esponsorama Avintia vão estar mais dois rookies, Bastianini e Marini, no mínimo incógnitas, comparados com o confiável Dovi, que tem uma série de vice-Campeonatos entre 2017 e 2019 e terminou sete vezes na tabela do Campeonato do Mundo como o melhor piloto da Desmosedici em oito anos.

Só em 2015 é que Andrea Iannone ficou 26 pontos à sua frente.

Agora, Dovizioso enfrenta um ano sabático sem contrato, e é duvidoso (trocadilho não intencional) se irá conseguir um contrato dentro de um ano aos 35 anos.

Para começar, as hipóteses de um contrato numa equipa de fábrica em 2022 serão escassas.

A Ducati e a Aprilia são a favor de um regresso a salários mais realistas, também por causa de orçamentos mais reduzidos. A Yamaha acaba de contratar Crutchlow como piloto de testes.

Como piloto regular, Dovi dificilmente será um escolha para 2022, contra nomes como Quartararo e Viñales, que têm contratos até ao final de 2022, ou contra Morbidelli, que recentemente superou todos os colegas da Yamaha.

E se Rossi desistir depois de 2021, a Yamaha Petronas decerto trará um novo talento à equipa como fez em 2019 com Quartararo e Morbidelli.

Na KTM, quando se tratou da sucessão de Pol Espargaró, Dovi irritou o CEO da empresa, Stefan Pierer, ao pedir um salário de 4 milhões de euros. Ainda por cima, Dovi queria material KTM para o campeonato regional de motocross em Itália e ajuda na participação.

Em Outubro, Battistella e Pit Beirer voltaram a encontrar-se, desta vez para um eventual contrato de piloto de testes. Mas a KTM há muito contava com Dani Pedrosa e Mika Kallio, pelo que Dovi chegou tarde demais.

Aparentemente, tinha perdido tempo a negociar com a Aprilia, Suzuki, Yamaha e Honda durante demasiado tempo, numa altura em que Pedrosa ainda não tinha assinado contrato.

Pode muito bem ser que o Italiano seja feliz longe da MotoGP, a participar nas provas de MX que adora… mas dificilmente regressará ao Mundial.

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